Capítulo .04

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Nicolas Barreto

Depois do jantar e de tudo mais, resolvi saber um pouco mais sobre a minha irmãzinha, óbvio que não engoli a história do porque de ela usar aquelas roupas feias, mas depois ela me conta, primeiro preciso conquistar sua confiança. Eu sei que fui um escroto com ela, mas agora é diferente, meu pai está com a mãe dela, e pelo que ele me falou no carro ja tem um bom tempo, que eles estão saindo juntos. Então eu tentarei ser uma boa pessoa com ela, mas claro que tentarei tirar uma casquinha, ninguém resiste aos meus encantos.

💭Mais escroto que você só suas opiniões. Largue de ser hipócrita, eu espero do fundo da minha alma, que ela te de um fora tão grande que você nunca se recupere.

Esse é o meu sub consciente, ele é como aqueles desenhos que tem um anjinho e o capetinha no ombro do personagem, bom, ele é os dois, dependendo da ocasião. Na maioria das vezes estamos em pé de guerra. Ele gosta de me dar uma lição de moral, na maior parte do tempo.

Eu não vou magoar ela, bem, não é o que eu pretendo, mas uns beijinhos não faz mal a ninguém certo?

💭 Seu nojento sem escrúpulos. Homem é um bixo curioso né, tem duas cabeças e não pensa com nenhuma.

E assim é nossa relação.

Resolvi levar Camilla em uma sorveteria tentar conhecê-la melhor, fomos apé mesmo afinal era bem perto.

— Então... Milla... me fala um pouco de você. — Tentei puxar um assunto nem invasivo nem vago, primeiramente para ela se sentir mais confortável com a minha presença.

— Não tem o que falar de mim, sou uma garota normal. Mas me fala de você! — Ela me olhou com uma pequena curiosidade no olhar.

— Se eu falar de mim você me fala de você? — Perguntei com um pequeno sorriso no rosto.

— Hum... — Pensou um pouco e se deu por vencida. — Tá certo então.

— Certo, sou um garoto normal de 19 anos, Minha mãe fugiu com outro cara quando eu tinha 3 anos, meu pai sempre foi meu espelho, sempre esteve presente em minha vida, tenho 2 melhores amigos, sou o mais popular da escola e capitão do time de futebol. Sua vez! — Sorri, já tínhamos chegado a sorveteria e estávamos sentados frente a frente.

— Então, perdi meu pai em um acidente de carro quando tinha 11 anos, daí em diante minha mãe passou praticamente me ignorar, e esquecer que eu existo, por incrível que pareça eu e ela nos acertamos hoje, ninguém na escola vê meu rosto desde meus 12 anos e nem se atrevem a me conhecer, tenho uma melhor amiga que mora em outro país e um melhor amigo gay, sou nerd, a mais esquisita e misteriosa da escola. E é isso. — O clima ficou um pouco tenso. Contei uma piada besta e ela riu. Começamos a conversar sobre assuntos banais e da nossa vida. Ela era bem divertida, me pergunto o porque de nunca ter conhecido esse lado dela.

💭 Eu acho que era porque ao invés de se aproximar dela e tentar conhece - lá um pouco, você cada vez mais a colocava para baixo a humilhando fazendo com que ela demonstrasse o pior dela, em todas as ocasiões em que vocês tiveram interação. Só acho!!!

Calado Januário.

💭Mas que porra de nome é esse?

O seu ora bolas.

💭 Meu parceiro, além de falar e brigar com seu subconsciente que já não é muito normal você ainda me coloca um nome assim? Depois que alguém chegar com uma camisa  de força para você eu que sou o culpado..

Fomos para casa dela já era umas 22:00 e subimos diretamente para seu quarto sem fazer barulho para não acordar nossos pais.

💭Se é que eles estavam dormindo

— Se quiser eu durmo no sofá! — Ofereci, tentando parecer gentil.

— Não, tudo bem, contanto que você não abuse da minha pessoa de noite. Fique à vontade. Vou só me trocar no banheiro. — Ela falou, pegando uma roupa no closet e indo até o banheiro.

— Pode se trocar na minha frente, amiga — Tentei fazer uma voz fina pra ver se funciona, como nos filmes.

— Sai seu tarado. — Jogou uma almofada em mim e foi para o banheiro rindo, eu tirei a camisa pus uma calça de moletom, que a tia Cláudia tinha me dado, deitei, fechei os olhos e fiquei pensando.

💭 Desde quando você pensa?

Tipo ela era a garota que eu detestava e agora estou aqui na mesma casa que ela no mesmo quarto, na mesma cama e parece que temos uma intimidade imensa, como se nos conhecêssemos desde de pequeno sabe?

💭 Isso é pra você aprender a sempre conhecer a pessoa antes de julgar! Seu idiota. E sim vocês se conhecem desde de pequenos.

Em meio a pensamentos senti a cama afundar ao meu lado, abri os olhos e ela estava lá linda com uma blusa grande com o trio de ouro na frente e um short folgadinho por baixo. Linda hein. Olhei para seus pés e segurei a risada ao ver ela com as meias uma da lilo e a outra do stiche.

— Vem maninha deita aqui, eu não mordo, quer dizer, só se você pedir. — Sorri para ela esticando o braço para ela deitar em meu peito, ja que ela estava quase caindo da cama.

— Para, garoto escroto, vou não, vai que de noite você abusa de mim. — Porque isso me abalou? E porque o simples fato dela pensar isso de mim, me deixa mal?

— Vem logo palhaça, deixa de frescura — Puxei ela que deitou em meu peito, ela ficou estática por um momento então comecei a fazer cafuné em seu cabelo, era como se eu sentisse a necessidade de protege-la.

💭 Você é muito sinico.

— Nunca imaginei esse seu lado todo meigo ou falso. — Deu de ombros e se mexeu em meus braços — Boa noite idiota. —Ela bocejou, logo senti sua respiração ficar pesada, ela adormeceu. E pela primeira vez, eu estou dormindo na mesma cama que uma garota, sem termos feito nada em outros sentidos e estamos vestidos.

— Acho que nunca lhe dei essa oportunidade de me conhecer verdadeiramente. Boa noite pequena — Beijo sua cabeça e durmo logo após. Com uma pequena garota em meus braços

《●●●》

*Continua*

『•°10/07/2022°•』Ęđįţåđø

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