Capítulo .32

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Camilla Martins

Se eu disser que eu tinha certeza que hoje eu estaria aqui relatando como foi a minha experiência de quase morte, eu estaria mentindo, sinceramente eu pensei que morreria ali nos braços de Nicolas só então tomei uma decisão que jamais achei que tomaria. Sim, ela vai mudar minha vida.

Eu escutava as conversas, e tentava abrir os olhos e falar, mas nada funcionava, as vezes eu cansava e mesmo desacordada eu dormia. Aí sim por um período de tempo eu não escutava mais nada. Vi papai, ele me encorajou a lutar porque tinha alguém me esperando. Vi Karine, minha melhor amiga, que foi morta e esquartejada aos 14 anos pelo padrasto. Vi vovó Amélia, que sempre cuidou de mim, e sempre me defendia quando a mamãe queria dar bronca. Vi o vovô Manuel que mesmo assim, ainda confundia meu nome com o de mamãe. Vi todos aqueles que fizeram parte da minha vida, pude conviver com eles por algum tempo, e por algum motivo eu não queria acordar. Aí eles foram se desfazendo, como poeira na minha frente, o ultimo foi papai, que disse antes de ir.

— Você precisava passar por isso para saber que nada na vida é eterno, pessoas vem e vão, e você nunca estará pronta. Você precisava de nós mais uma vez para ver o quanto és importante minha querida. Lute, tem algumas pessoas que te ama lhe esperando. Eu te amo princesinha. — E como os outros ele também se desfez em poeira.

Eu comecei a correr, não sei pra que, nem porque, acho que foi instinto, depois de muito correr, vi uma pequena pessoinha na minha frente, de costas ela tinha longos cabelos morenos e olhos bem verdes, vestia um vestidinho e tinha uma plaquinha com o nome, princesa Agatha. Eu tentei me aproximar, mas ela ia se afastando. Até que uma grande luz veio ao meu encontro e por longe escutei a garotinha murmura com voz de anjo.

— Eu te amo.

E tudo escureceu...

Eu tentei abrir os olhos mas a luz estava muito clara, alguém que estava no quarto percebeu meu esforço e fechou as cortinas. Quando finalmente consegui abrir os olhos totalmente percebi que se tratava de Breno.

— O... que vo... cê ta... fazen... aqui? — Minha voz saiu entre-cortada minha boca tava seca. Ele pegou um copo d'agua que tava ali na mesinha e me deu.

— Preciso falar com você e com o Nicolas, mas antes vou chamar a enfermeira pra te examinar. — Eu assenti, sem muita escolha e ele apertou um botão do lado da minha cama, em seguida vários médicos estavam ao meu redor. Tiraram meu sangue, olharam minha boca, olhos, ouvido.

💭Pergunta se eles não querem olhar o rabo também.

Levantaram minha pernas.

— Me avise se doer. — Um doutor alto e moreno começou a apertar minhas pernas, e braços, apertou a próximo ao meu peito e eu gemi quando ele deu uma pressionada na parte superior ao estômago, bem pertinho do meu coração. — Essa é a parte que o tiro pegou então estará sensível nos próximos dias.

Ja é um milagre você ter acordado bem e sem sequelas, acordar sem dor também ja é de outro mundo. — Uma enfermeira falou e eu sorri, um pouquinho, so um risinho de lado. — tem um garoto que ta aqui ja faz um tempinho so saiu pra atender um telefonema quer que eu o chame? — Eu assenti e ela saiu.

Vou colocar seu sangue pra análise, solicitarei uma tomografia e uma radiografia para que tenhamos convicta certeza que está tudo bem com você, mas Parabéns, você praticamente venceu a morte. — Ele deu uma apertadinha no meu ombro e saiu. Nicolas chegou em seguida e pareceu ter corrido uma maratona.

— O que você... — A primeira coisa que ele notou foi Breno, sentado em uma poltrona ao meu lado

Nic. — Falei baixinho.

Meu Irmão Postiço Onde histórias criam vida. Descubra agora