minha intenção é desaparecer

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/Nove meses depois

Suspirei e fechei o notebook, desistindo daquela cena em particular.

Por que ninguém nunca me disse que ser escritor era tão difícil?

Corri a mão pelos cabelos e puxei o celular do bolso oara checar as mensagens. Tamaki havia me mandado alguns áudios contando como estava indo a livraria e as coisas por lá. Em um dos audios ele ate resmungou sobre estar sem saber o que fazer com Mirio, que não parava de pedir para que ele viesse para a Califórnia.

ZUKU: Apoio a ideia. Você não pode nos abandonar pra sempre e usar a livraria como desculpa.

Enviei a mensagem em nosso chat de três pessoas; aguardei a resposta de Tamaki e Mirio, mesmo ja sabendo o que eles diriam.

THEMIL: Zuzuku tem razão. Eu vou mandar sua passagem ainda hoje!

TAKI: vocês estão ficando doidos?

Dei uma risadinha e guardei o celular sabendo que Mirio ainda passaria um bom tempo irritando Tamaki.

Encarei por um tempo o patio semi vazio da faculdade; ali era tão calmo e quieto de vez em quando...

O segundo semestre da faculdade de jornalismo estava sendo ainda mais trabalhoso do que o primeiro, mas não era nada que me assustasse.

-Ei, Izuku - alguém chamou logo atrás de mim. Virei-me para olhar e dei de cara com Sero Hanta, um colega do mesmo curso.

-Hey Sero! - acenei animado e puxei a mochila do banco ao meu lado. Sero agradeceu e se sentou animado. - Quanto bom humor, hm?

Sero deu uma risadinha e balançou a cabeça.

- Tirei uma nota legal naquele teste que comentei - ele explicou. - Acho que vou até sair pra almoçar fora. Quer ir comigo? Eu chamei o Shinso.

- Shinso...?

- Arquitetura. Cabelo lilas, cara de sono...

- Ah, sim! - exclamei com uma risada. - Tudo bem. Eu não tenho nada programado agora a tarde mesmo.

- Legal! - Sero exclamou. - Shinso vai dar uma carona pra gente. Por que você vendeu seu carro, hein?

Dei de ombros. O motivo era meio bobo e meio pessoal. Todas as pessoas que eu amava mais que qualquer coisa haviam estado naquele carro, e desde que eu não as tinha mais comigo, não fazia sentido mante-lo. Era quase assustador. Então eu o vendi e usei parte do dinheiro para reformar a livraria. O resto ficava guardado, esperando um bom nomento para ser usado, talvez.

- Opa, é mensagem do Shinso. Vamos! - Sero exclamou e se levantou depressa, seguindo junto comigo para fora do pátio da faculdade.

Carreguei meu notebook como um livro, contra meu peito, ja que minha mochila estava catastroficamente cheia. Encontramos com Shinso do lado de fora da faculdade, o carro preto simples combinava com ele.

- Oi rapazes - ele murmurou e abriu as portas. - Vamos lá?

Entramos no carro, Sero na frente e eu no fundo, e seguimos; Sero e Shinso conversavam empolgados sobre  os testes que fariam e eu tentava continuar escrevendo, mas parecia que a bateria do meu notebook acabaria logo, logo.

Já estavamos próximos do centro, perto do restaurante que os rapazes escolheram quando o celular de Sero começou a tocar de forma estridente.

Ele uniu as sobrancelhas e atendeu, parecendo meio surpreso em seguida. A conversa que se seguiu foi curta e Sero respondeu apenas com "okay, tudo bem, eu chego ai em 20 minutos". Depois ele se virou com um sorrisinho convencido.

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