Second chance (Hot) DW

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Há quatro meses atrás recebi a pior ligação da minha vida. A voz trêmula de Bobby Singer me deu a triste notícia de que Dean Winchester havia sido morto por cães do inferno bem na frente de seu irmão caçula.
Meu corpo congelou e a notícia me atingiu como um soco no estômago, deixando-me completamente sem ar. Dean Winchester era importante pra mim, mais do que ele poderia imaginar e eu jamais poderia dizer isso a ele, pois deixei meus medos me impedirem quando tive a chance.

Eu estava na sala de Bobby, olhando uma velha fotografia de Dean que estava na estante enquanto esperava ele trazer as cervejas. O largo sorriso que Dean esbanjava na fotografia me fez pensar o quão bom aquele momento havia sido, ele estava ao lado de seu irmão e a foto parecia bem espontânea. Um triste sorriso surgiu em meu rosto ao lembrar de sua personalidade forte e perceber o quanto aquilo estava me fazendo falta. Não haveria mais Dean Winchester para me fazer rir de alguma coisa idiota quando eu estivesse pra baixo e nem um companheiro tão competente para ficar no meu time na sinuca e eu não poderia mais contar com ele nas noites de bebedeira.

***** *****

-O que você acha? –Dean perguntou me olhando depois de olhar o cardápio.
-Anéis de cebola seria um bom pedido. Se você não for beijar alguém hoje, é claro. –Eu ri.
-Não, para a sua alegria hoje serei todo seu. –Ele brincou depois de dar um sorriso convencido. –Desmarquei um encontro por sua causa.
-Não faz mais do que sua obrigação de melhor amigo. –Dei de ombros, vendo ele fingir estar ofendido. –Da última vez você largou eu e Sam para pegar mulher.
-Não fique com ciúmes, um homem precisa se divertir. –Ele disse endireitando a gola de sua jaqueta de couro. –E eu não tenho culpa se elas não resistem ao meu charme.
-Não tenho ciúmes de você, convencido. –Rolei os olhos. –Eu só queria a atenção que mereço. –Cruzei os braços, fingindo estar zangada e vendo um sorriso fraco sair de seus lábios enquanto eu era fitada por aqueles olhos verdes.
-Ah claro, isso não é nem um pouco de ciúmes. –Ele foi sarcástico. –Você também já me largou no bar com Sammy por causa de homem e eu nunca falei nada. Somos farinha do mesmo saco, assuma. –Ele piscou, fazendo com que eu tivesse um pequeno ataque cardíaco.
-Isso foi há mil anos atrás! Eu era uma adolescente e estava com meus hormônios a flor da pele. E aquilo não era um homem, era uma das 7 maravilhas do mundo. –Deixei um sorriso safado escapar. –Em todos os sentidos. –Pisquei de volta para ele que revirou os olhos.
-Que seja, estamos quites. –Ele riu, pegando sua garrafa e levantando para que eu brindasse. -Á nossa noite.
-Á nossa noite!

***** *****

Ao ouvir os passos de Bobby voltando da cozinha disfarcei, sentando-me na poltrona e encarando o chão por um tempo. Ele também estava sofrendo muito com tudo isso e tudo que eu menos queria era lembrar que Dean não atravessaria aquela porta a qualquer momento exibindo seu sorriso convencido e se juntando a nós para beber.
-Aqui está. –Bobby me entregou a garrafa e eu forcei um sorriso.
-E então Bob, o que achou do meu novo estilo? –Perguntei algo que não o fizesse pensar em Dean.
-Diferente. –Ele riu. –É bem sua cara.
-Obrigada, eu acho. –Dei um fraco sorriso e então um silêncio melancólico voltou. –Tem consertado muitos carros?
-É, eu tenho passado bastante tempo na oficina desde que... você sabe. –Ele fez meu plano descer por água abaixo.
-Ah, sei. –Respondi desanimada. –Sinto falta dele.
-Eu também... nós estamos passando por um momento complicado...
-É, e geralmente Dean me fazia sorrir quando isso acontecia e agora... –Encarei o chão por um tempo. Já que meu plano de ignorar o fato de que Dean não estava entre nós falhou resolvi fazer uma pergunta que estava em minha mente. –Será que o Dean gostaria desse meu cabelo?
-Com certeza. –Bobby deu um sorriso fraco e um pouco sarcástico.
-O que houve? –Perguntei sem entender.
-Você realmente nunca reparou né?
-No que? –Neguei com a cabeça, olhando para Bobby.
-Dean tinha uma queda por você, qualquer coisa que você fizesse ele iria gostar. –Bob disse me surpreendendo.
-Claro que não. Como você pode saber disso? Ele te contou?
-Sim, mas nem ele sabia que tinha me contado. Certo dia ele chegou bêbado aqui em casa e ele estava tão chateado com a situação que desabafou para mim.
-Meu Deus! –Passei as mãos pelos meus cabelos azuis, tentando processar aquela informação. –Porque não me contou antes?
-Vocês dois eram amigos inseparáveis, foram assim desde crianças. Sempre tive certeza do sentimento de Dean por você, mas nunca consegui decifrar os seus por ele. –Ele explicou. –E eu também não queria contar algo tão pessoal do Dean...
-Entendo. –Afirmei com a cabeça, ficando em silêncio por alguns instantes enquanto encarava o chão. O telefone tocou, fazendo Bobby levantar e me deixando sozinha com meus devaneios.
Deixei de prestar atenção no tapete da sala quando percebi que Bobby mal havia atendido e já havia desligado, sua feição era um tanto assustada.
-Quem era? –Perguntei, preocupada.
-Ninguém, era engano. –Ele deu de ombros, fingindo não ligar. Não demorou muito para que o telefone tocasse novamente.
-Isso não tem graça! Se ligar de novo vou te matar!
-Engano hein? –Arqueei as sobrancelhas e cruzei os braços.
-Alguém ligou fingindo ser o Dean. –Bobby suspirou, jogando-se no sofá e eu não disse nada, só voltei a observar o chão em busca de um assunto que não o envolvesse.

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