Trinta

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Ela levantou mais uma vez colocando tudo pra fora, talvez fosse toda a sua angustia que a causasse todo aquele mal, ela não sabia, estava melancólica e não queria sair da cama de forma alguma, mas tinha que levantar e mais abatida que o normal, tomou um banho e desceu para o café. Ela estava doente por causa do casamento e dos últimos dias, mas aquela foi a gota ela precisava se recompor e saber o que estava acontecendo porque ninguém a dizia.

Ligou pra Gine pra ouvir a mesma coisa, ninguém sabia onde ele estava, por mais que ligassem e agora todos -absolutamente todos- ajudassem, ele deviria estar muito mal pra sumir daquela forma.

-Eu vou ver uma amiga, eu... preciso me tratar, eu não to muito bem– disse a garota comendo mal e saindo da mesa.

Pegou as chaves do carro e foi até a clínica da amiga e colega de profissão, ao menos era alguém que ela tinha apresso. Erasa era uma garota meio boba, mas muito divertida e animada e era algo que Videl precisava

-Tá péssima – disse assim que Videl sentou-se na sua frente

-é eu sei – Videl disse com um bico – e to doente também

-Tá... vamos ver o que você tem – disse a garota loira de olhos azuis

Começaram a conversar e ela ia examinando Videl ao mesmo tempo, coletou amostras para exame e logo após um tempo ali a resposta de Videl chegou de forma que ela não esperava.

-Bom... tá gravida então meus parabéns – disse animada a loira

Era uma boa notícia, não é? Era o que Goku queria um filho, e foi pra isso que havia pedido para suspenderem os contraceptivos, mas isso era... não foi de agora e também era algo recente pra ter sintomas assim... então um frio percorreu a espinha de Videl.

-E...eu preciso de uma ecografia – disse

-Claro, vamos fazer sim – disse a loira e não tardaram a começar o exame e não precisou de muito pra Videl desabar a chorar e agora de desespero.

-Tem certeza? – murmurou

-Tenho sim, quase oito semanas – disse a loira – tá tão feliz assim que não consegue parar de chorar? – pediu a amiga de videl

-e-eu preciso ir – disse Videl se recompondo e saindo do consultório

Ela chorava copiosamente, pensando onde errou pra tudo desabar em sua cabeça?

-o q-que eu faço? – chorava e começou a soluçar – eu... eu preciso falar pra ele, eu preciso conversar...

Ela tirou o celular da bolsa e discou o número de Gohan na memória, no entanto teve sua chamada ignorada, e não foi apenas uma ou duas vezes e frustrada e de cabeça quente mandou uma mensagem pra ele pedindo que ele a ligasse, que tinha algo importante para falar...

As caixas vazias de pizza estavam deixadas de lado. E as garrafas vazias também estavam ali acumulando-se mais rápido que seria normal, ele estava deitado sobre o sofá velho de qualquer jeito e a garrafa de vodca na mão, os olhos estavam fundos e o semblante completamente derrotista, a barba crescia desajeitada e ele como um todo era reflexo do seu estado de espirito. Ele não tinha noção de tempo ou de nada. A mente nem tinha mais uma auto piedade, só havia lugar de um auto desprezo, e rancor e magoa... nada mais fazia sentido e ele não tinha mais vontade de nada, nada além de ficar ali, eternamente no seu abismo até seu corpo e sua mente se cansarem de lutar, por seu coração já havia desistido

Gine já não sabia mais o que fazer, ou a quem recorrer, tudo estava gasto e ela só tinha medo, isso e o orgulho ferido como nunca esteve, um orgulho e um ego tão feridos e desesperados a ponto de estar ali, frente aquela porta e criando coragem pra tocar a campainha. Ela apertou uma ou duas vezes e sem sucesso deu as costas quando a porta se abriu

Amor além do tempo(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora