Capítulo 9

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                  Dorothy

Já faz duas semanas que estou morando na casa que comprei estou me sentindo muito feliz, meus pais já havia voltado para a fazenda e estava tranquilo em relação de eu morar sozinha, eu já não era mais a mesma de antes, estava feliz e queria seguir assim. Eu não estava pronta para ter um relacionamento com ninguém, mas tinha vontade de conhecer mais a fundo Dante. Louie me aconselhou a sair mais de casa e eu poderia muito bem encontra-lo por aí, já que moramos em bairros vizinhos. Eu contei para ele à sensação que tive ao conhecê-lo. Foi algo mágico há muito tempo não sentia algo parecido estava me curando do vazio que a morte de Juan me causou. Semana passada fui até ao salão cortar o cabelo e conhecer um pouco mais a vizinhança.

Era sábado e resolvi tomar café fora, Louie tinha ido resolver alguns assuntos da escola de música e fui sozinha, pois precisava fazer algumas compras para casa. Estacionei o carro e entrei avistando uma mesa vazia me sentei e escolhi o que comeria, a atendente levou meu pedido e fiquei aguardando, tirei meus óculos e peguei meu celular para ver se tinha alguma mensagem importante. Ao levantar minha cabeça meus olhos foram para a pessoa que estava entrando, nem percebi que estava chovendo e nem fiz questão de olhar pela janela seus cabelos denunciavam que estava caindo muita água lá fora, ele balançava que respingava no chão, tirou a jaqueta e se enxugou, assim que levantou os olhos me viu seu sorriso enorme se abriu, ele me reconheceu e veio caminhando na minha direção.

— Dorothy você por aqui? Me levantei e o cumprimentei com dois beijos no rosto.

— Pois é, resolvi conhecer o bairro e a famosa padaria. Ele olhou em volta e não tinha mais nem uma mesa vazia.

— Pode sentar comigo, se quiser é claro.

— Claro que eu quero, será um prazer. Sentou-se e a moça trouxe meu café.

— Não acredito que vai comer só isso? Vocês precisa provar o pão com mortadela.

— Cris você pode trazer dois pães com mortadela e um café puro? Ele olhou para a moça e deu um sorriso para ela que quase pula em seu colo. E percebi que não foi só ela que se encantou com o sorriso, a maioria das mulheres olhavam para ele com olhar de desejo, eu não as recrimino, Dante é um homem muito bonito, alto e chama atenção mesmo.

— Eu não vou conseguir comer três pães de queijo e um pão com mortadela. Sorri para ele.

— Vai sim, pois na hora que der a primeira mordida não vai conseguir parar até devorar ele todo. Disse sorrindo, a moça colocou a bandeja com os pães na mesa e o copo de café ao lado ele agradeceu e ela se retirou.

Pegou o pão e o levou até a boca mordendo a metade, me olhou e fez sinal para eu morder também. Eu estava envergonhada por comer na frente dele, mas estava morrendo de vontade de provar o pão.

— Hum é mesmo uma delicia. Disse ao terminar de engolir um pedaço.

— Você pode ir a todas as padarias da cidade, mas só vai encontrar aqui esse pão delicioso, em quase vinte anos morando no bairro vizinho nunca deixei de vir tomar café aqui, Beatriz amava vim aos sábados cedinho. Ele disse e rapidamente calou-se, parecia que lembrar esse fato o deixava triste. Mas eu me atentei pela forma como ele disse "amava" no passado, será que ele se separou recentemente e está sofrendo?

Tomei um gole de café e mordi mais um pedaço do pão.

— Tenho certeza que amanhã estarei me sentindo culpada por isso.

— Pare com isso, você não precisa se sentir culpada por comer um pão, vai se sentir culpada quando virar hábito e em vez de comer um vai comer dois. Sorriu mostrando todos os dentes.

Eu estava me sentindo muito bem com Dante, ele era um acompanhante muito engraçado e me fazia sorrir sempre, me fez comer um pedaço do bolo de milho e me disse que sabe fazer bolo, fiquei encantada por ele saber cozinhar. A moça trouxe a conta e ele fez questão de pagar, disse que a próxima eu pago, tive que concordar. Dante é perfeito e muito simpático.

Acompanhou-me até meu carro me abrigando na sua jaqueta para eu não pegar chuva, muito fofo da parte dele. Desisti de ir ao mercador, pois a chuva estava ficando mais forte.

— Obrigada Dante foi uma manhã maravilhosa. Ele me olhou e sorriu.

— Se precisar de mais manhãs assim, é só me ligar. Entregou-me um cartão com seu número de telefone. Sorri e acenei dando tchau.

*****

O dia amanheceu tão lindo olhei da janela do meu quarto e vi um beija-flor cheirando as rosas do jardim caminhei até a varanda e fiquei admirando tudo, o bairro era silencioso, mas as pessoas gostavam de caminhar logo cedo, um vizinho passou correndo e acenou para mim, acenei de volta sorrindo. Lembrei do café da manhã de ontem que tive com Dante e sorri.

Olhei para o céu e estava tão azul que radiava. Deixei o sol bater no meu rosto e fechei meus olhos, eu queria de verdade voltar a ser feliz, mas sempre aquela dor aparecia e doía tanto não me permiti chorar, mas me senti por um minuto triste, tudo na minha casa era novo não tinha nada mais de Juan há não serem nossas alianças e o piano que ele me deu de presente de aniversário, as fotos estavam guardadas dentro de uma caixa. Mas para onde eu for eu sei que essa dor vai me acompanhar. Forças Dorothy. Repeti para mim mesmo, era como se fosse um mantra que todo dia iria repetir.

Peguei a mala e comecei a arrumar minhas roupas logo mais embarcaria, estava ansiosa por esse convite, era uma homenagem que iria receber em nome de Juan, o teatro na cidade do Rio levará seu nome, achei uma homenagem linda, Juan merece ser lembrado pelo músico que foi. Meu celular tocou era Louie me dando bom dia e que me levaria ao aeroporto, mas antes íamos tomar café juntos, disse que passaria na padaria e traria algo pedi para ele trazer pão com mortadela, ele estranhou meu pedido, pois nunca me viu comendo, disse para ele que tinha novidades a contar e ele ficou muito curioso. Desliguei e fiquei aguardando ele chegar, sentia que minha vida estava mudando para melhor.

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Oi meninas tudo bem? Espero que estejam gostando da história. Bom final de semana pra vocês 💞

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