1. Como Safiras

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A aula já havia começado, a Sra. Packerton escrevia na lousa com precisão, sobre uma matéria o qual Sal não entendia muito bem, ainda mais com pensamentos desnecessários que vagavam pela sua mente desviando sua atenção do que realmente deveria focar. O garoto esperava ansiosamente pelo termino da aula, para então ter sua tão aclamada paz, na sala a qual julgava ser seu porto seguro.

O calmo som do giz bateu na lousa fazendo Sal levantar seus olhos para a mesma. Ao olhar, um grande texto estava exposto nela, o que fez Sal revirar os olhos e se julgar mentalmente por estar tão distraído. Apressadamente o garoto copiou a matéria com suas letras ilegíveis que somente ele entenderia.

Não demorou muito para que o alto som do sinal se transparece-se dentre as paredes finas da sala de aula anunciando o intervalo, e consequentemente, cortando a fala da professora. Sal, satisfeito por conseguir terminar a copia, guardou seus materiais e com passos largos se dirigiu a saída, dando-se de cara com o longo corredor em sua frente, o qual levava em duas direções; outro largo corredor das salas interditadas, e ao refeitório.


Sem muito se importar com a fome que revirava seu estômago, Fisher virou-se para o corredor contrário de onde os demais caminhavam, indo ao local onde aguardava tanto ir.

Se espreitando pela parede o garoto vagava calmamente pelo local. Seus olhos não se mantinham parados, pois observava o grande corredor do colégio esperando por não haver nenhuma presença viva. O garoto desviou seu olhar, e então começou a andar conforme a direção da parede em que ele se apoiava, junto ao seus passos largos e mansos, então ao chegar a grande porta visivelmente alta, sentiu-se aliviado.

Com pouca dificuldade ele pegou o grampo que mantinha seus longos cabelos presos, deixando com que seus fios azuis caíssem sobre seus ombros como cascatas. Ele introduziu o fino objeto na fechadura, exibindo um sorriso ardiloso quando a porta foi destrancada. Logo ao entrar a fechou, e com uma respirada profunda, olhou o pequeno corredor que havia em sua frente.

Com passos apressados o garoto chegou sua tão esperada sala, e ao abrir a porta era possível ver alguns instrumentos musicais largados no chão, assim como o mais chamativo de todos, o grande piano escuro que se exibia deslumbrante em meio a sala. Sal sentou-se no mesmo, com um sorriso em seu rosto, e começou a tocar um calma melodia.

Sal Fisher sempre esteve farto de todos os problemas que o assombrava; escolas, familiares e si mesmo. O piano era como seu calmante. O som calmo ou até mesmo agitado das melodias que o mesmo tocava com seus ágeis dedos, faziam uma sintonia perfeita que acalmava o jovem, como se todos os seus tormentos virassem pó.

Fisher calmamente tocou nas teclas, decidindo por cantar umas das suas músicas prediletas, mesmo achando que não tem uma voz decente para isto.

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Sentado em uma das mesas do refeitório juntamente aos seus amigos, Larry se estranhou ao escutar uma bela melodia passar pelo seus ouvidos. Sentindo-se maluco, ele franziu as sobrancelhas olhando para sua amiga ao lado, que logo em seguida estranhou a feição que ele exibia.

— Ash, você também está escutando isso? — perguntou olhando-a com a sobrancelha ainda franzida, curvando seu tronco para ela.

— Ouvindo o que, louco? — respondeu com seu tom sarcástico.

Larry olhava para sua frente fixando seu olhar ainda confuso para a parede branca do local. Resolveu ignorar a melodia, podia ser logicamente algum dos estudantes com fones de ouvido no meio do refeitório, pensou.

— Nossa, só de olhar me da arrepios — Todd comentou num tom relativamente alto olhando para um dos professores na qual ele julgava ser de tirar o fôlego.

— Estão falando sobre o quê? — Larry perguntou voltando sua atenção para a mesa, em que agora o olhar de Ashley se dirigia a ele, enquanto o de Todd, ainda focava no professor.

— Está meio perdido hoje, Larry — disse Ashley ironicamente — Todd novamente está falando do nosso professor de física, sobre...

— Sobre como ele é gostoso, sim eu já imaginava — completou rindo e interrompendo a garota para continuar a frase. — Todos para ele são.

— Ei, não é bem assim. Eu sou piranha mas tenho meu tipo, ouviu? — discordou o ruivo, voltando na conversa. Sorrindo e balançando seu curto cabelo alaranjado como se ventos estivessem passando por si.


A conversa se extendeu até que o som do sinal batesse novamente. Ashley e Todd se despediram de Larry com um toque de mão indo em seguida na direção de suas salas, enquanto Larry ainda enrolava para voltar a sala. Alguns minutos se passaram até que o garoto se levantou de sua mesa e com passos leves andou até a porta do local, dando-se de cara com os corredores e, estranhamente, com um garoto que corria pelo mesmo.

Parece estar atrasado, pensou Larry.

    O garoto o qual corria, virou-se para trás, e a máscara que ele usava foi a primeira coisa que intrigou o Larry, porém no mesmo instante em que o garoto havia se virado, seu olhar se encontrou com o de Larry. E seus olhos azuis como safiras encantaram o maior no momento em que ele os viu. A sensação de ter levado um choque elétrico invadiu o corpo de Larry como se fosse algo inevitável; predestinado, talvez. E o redor se tornou meramente uma vasta escuridão insignificante diante aquele brilho, dando foco apenas no curioso rapaz a frente. Logo, tudo voltou ao normal quando o garoto de máscara voltou a correr pelos corredor.

Isso foi estranho

    Larry nunca havia notado de fato o garoto, mas certamente já havia o visto perambulando sozinho pelos corredores. Após se recompor, o jovem voltou a focar apenas em seus passos no imenso corredor, sem notar que o garoto dos olhos azuis havia se deslocado anteriormente de um corredor na qual ninguém passava.

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