— Forsait? Como escreve isso? — Sua expressão era uma mistura de curiosidade com confusão.
— Vai fazer uma ficha minha? Não é tudo anônimo?
— Você é irônico. Não, não vou fazer, é pura curiosidade...
Enquanto Betty estava ao telefone com o senhor Forsythe, seu chefe adentrou a sala e a mesma se assustou.
— Eu não falei SEM LIGAÇÕES? — sussurrou o homem. — Repassa pra outro atendente AGORA!
— Só um minuto Forsythe, terei que passar sua ligação a outro atendente.
— Porque Betty? Estou sendo um incômodo a você? Isso aumenta um pouco a barrinha de porcentagem.
— Porcentagem?
— Porcentagem de esvaziar meu líquido almenágeno desse vidro contorcido que sou.
Betty imaginava um vidro contorcido. Totalmente sem nexo.
— Sua alma fora do seu corpo?
— Sim.
Ela riu. Parecia piada ouvir esse tipo de frase, o moço tinha bom humor entretanto, instiga saber que o bom humor era derivado de alguma tristeza eminente.
— Me desculpe, mas preciso mesmo ir, estarei passando sua chamada para Elly. A gente se vê, Forsythe.
Passou a ligação e virou para o chefe. Dava pra ver no olhar uma leve fúria seguida de preocupação. Se explicar era o mais prático a fazer numa situação chata como essa.
— Eu sei o que tá pensando, mas ele nem falo dos problemas dele pra mim, poxa, estava apenas...
Cortou a Betty, sem ao menos deixar ela terminar.
— Vamos ver,o pouco que ouvi me pareceu que falou. Tipo na parte: sua alma fora do seu corpo.
Revirou os olhos.
— Você não entende, eu nasci pra trabalhar nisso e...
— Você que não entende Elizabeth, você trabalha comigo tempo o bastante para lhe considerar minha filha e perder você não é opção, você pode mudar de ramo, tipo, salvar os animais!
— Eu quero salvar todo mundo, mas primeiramente, humanos!
Enquanto discutiam sobre o ramo que a jovem deveria seguir, uma morena baixa entrou na sala desconfortávelmente.
— Olha chefe, você passou a ligação de um garoto que tava fazendo trote, não é possível!
— Como assim Elly?
— Eu estava conversando com o bendito de um Forsythe e em três minutos de conversa ele usou pura irônia e deboche comigo. Acho que ele não precisa mesmo da minha ajuda.
Betty interferiu.
— Isso é um mecanismo de autodefesa, a pessoa faz um escudo pra se desviar dos problemas, enfim, agir com esse tipo de atitude demonstra mais ainda que precisam conversar e desabafar.
— Tá bem Betty então conversa você com ele, eu em. No fim você perceberá que é trote e que perdeu tempo com um puta cara chato. Enfim ele desligou na minha cara. Licença chefe!
A morena saiu bufando da sala e Betty olhou o homem com uma certa emoção.
— Eu quero ser responsável pelas ligações dele. Um paciente só.
— Isso se ele voltar a ligar na nossa filial! Você parecia estar quebrando a confidencialidade, pelo menos, na voz dele dava pra sentir que ele achava isso.
— Se ele ligar pede pra galera passar a chamada pra mim, posso ficar no lugar da sua secretária esse mês e ficarei responsável somente por essa ligação...
— Vou ter que falar com sua mãe e com seu psiquiatra.
— Não se preocupe com isso, deixa que eu falo. — Apesar de não querer encontrar com sua mãe.
— Betty, de verdade, tenho receio nisso. E muito. — Sua expressão mostrava tamanha preocupação com a jovem moça. Com toda razão do mundo.
Sem revisão e curto.
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Uma ligação pra livrar um suicídio
Fanfiction✓ PLÁGIO É CRIME, SEJA ORIGINAL DROGA! ✓ Elizabeth Cooper, conhecida como Eliza ou Betty, uma jovem moça de vinte e dois anos, formada em psicologia, trabalha oito horas num supermercado de sua cidade e mais oito horas em voluntarismo num centro a v...