Você é um autor, sua vida é sua obra.

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— Onde eu estou?

— Num hospital, querida. — A doutora falava enquanto colocava uma pulseira amarela em Betty.

— O que é isto?

— São pulseiras para identificarmos suicidas. Estou feliz por você não ter conseguido ir. Mas não é graças a mim que você ficou. É graças a aquela morena.

— Morena? Verônica? A Verônica está aqui? Posso falar com ela?

— No momento não, tens que descansar, estamos aplicando um remédio para você poder dormir um pouco, o que você fez Betty, foi sério. Tem uma marca roxa em seu pescoço... — A Doutora colocou sua mão sobre o pescoço de Betty — Enforcamento, uns três dias para sumir, mas não foi o grave da nossa cirurgia, sinta meus dedos... — Ela passava sobre o pulso de Betty — Você mutilou uma veia, quase a do coração, você perdeu bastante sangue, precisará de mais, aqui no hospital temos o seu tipo, já estão trazendo. Mas essa veia, mesmo não sendo a do coração, fez ele parar de bater. Ou quase. Esses pontos que fiz ficaram marcados por tempos. E eu como doutora, peço que não tente nada disso mais. Porque o que fez foi grave, fez sua mãe perder as esperanças. E fez sua amiga dar um chute na nossa porta e entrar numa cirurgia séria, daria processo. Mas ela te salvou, a única que não desistiu Betty, a valorize. Licença.

Grey saiu da sala, enquanto levavam Betty para um quarto. Grey imediatamente foi falar com as mulheres que esperavam notícias de Elizabeth.

- Ela acordou!

- Eu vi mesmo, e não foi por vocês. - Verônica não quis disfarçar sua ignorância.

- Todos ajudamos de um jeito, o que você fez, entrar numa cirurgia, foi perigoso, tinha muitos riscos. Mas você a salvou, a mãe dela não será a única grata aqui, eu serei também. Mas não faça isso mais, Verônica.

- Podemos ver ela? - Alice questionava com os olhos inchados de tanto chorar.

- No momento não, mas em poucas horas sim. O importante é: Betty é uma suicida, o que fazer para tirar ela da depressão? Venha comigo senhora, vamos conversar.

Democracia é um saco, mas é para um motivo maior! Alice pensou, mas a seguiu.

Verônica ainda sentada na sala de espera, pegou seu telefone. Várias ligações de sua empresa. Mas nada além de Betty importava. Estranho esse laço que conseguiu com uma pessoa que conheceu a pouco tempo. Mas não importa o tempo que a conhece e sim o sentimento que compartilham. Um amizade que não era dessa vida, mas que ressurgiu nela.

Verônica viu que Betty descansaria então adormeceu um pouco na sala de espera.

+

- Verônica, acorda. Já está de noite, a gente pode ver Betty, mas teremos que voltar amanhã para podermos realmente falar com ela.

- Alice? Betty? - Verônica estava acordando - Eu não vou embora, vou passar a noite aqui!

- Não vai não, somente um visitante, você já fez muito. Obrigada, mas peço que vá tomar um banho e dormir num lugar apropriado tipo uma cama. Betty precisa de você com bem estar. E essa olheiras, cara pálida e sem alimentação não irá fazer bem. Vá pra casa e volte amanhã, okay?

- Tá tá tá, me liga de qualquer jeito.

Alice beijou a testa de Verônica e se despediu. A morena foi até o estacionamento tirar o carro para ir embora.

É, realmente estou acabada. Pensou enquanto olhava o retrovisor. Ela dirigiu até a seu apartamento. Tomou um banho e comeu uma torta qualquer da geladeira. E caiu na sua cama.

Uma ligação pra livrar um suicídioOnde histórias criam vida. Descubra agora