Ele esperava apreensivamente o despertar da prima.
Quando ela caiu desmaiada, seu impulso foi destruir a barreira que John estava projetando com o anel e segurá-la em seus braços. Usou sua visão de raio-x para averiguar que, embora lento, o coração batia.
O seu silêncio pesou o clima do local. Todos sabiam que o que ocorrera ali provocaria seu descontentamento. Preparados para contrapor os argumentos do kryptoniano, surpreenderam-se quando ele disse:
-- Preparem a bio-nave.
John percebeu o que ele pretendia.
-- Clark...
-- Vocês já tentaram do seu jeito. -- retrucou seco. -- É hora de tentar do meu.
E assim, eles arrumaram os preparativos que os levaram até ali. Estacionados no meio do Ártico, Diana, Katman, John e J'onzz faziam ronda do lado de fora da nave. Clark permanecia sentado ao lado de Kara que estava adormecida em cima de umas das macas.
Circuitos adesivados no pescoço e rosto da kryptoniana ajudavam o corpo dela a se restabelecer em níveis regulares de batimentos cardíacos, circulação sanguínea e nutrientes. Aos poucos, a garota recobrou sua consciência.
A mente nublada pelo sono foi desanuviando. Ao recobrar os sentidos, ela se deu conta dos aparatos presos ao seu corpo. Seus instintos despertaram-a de imediato, suas mãos foram direto aos fios para arrancá-los.
-- Por favor, acalme-se.
A presença do homem soou como uma ameaça e ela se encolheu mais ainda puxando os fios com força. Clark apertou um botão na lateral da maca que fez os adesivos se desgrudarem e se recolherem. Ela se assustou ao ver o homem a ajudando a se desprender dos aparatos.
-- Eu não quero te machucar.
Kara recordou tudo que acontecera antes de apagar. Seus olhos azuis brilhantes se encharcaram. Acostumada a segurar suas emoções, ela não permitiu que uma lágrima caísse.
-- Você... -- admitir para si mesma que o que eles disseram era verdade machucava. -- você é mesmo, Kal-El?
O ex-jornalista sorriu.
-- Sim. E você é...
-- Kara. Kara Zor-El.
-- Então nós somos...
-- Primos.
Havia uma conexão entre eles. Racionalmente eles queriam desconfiar um do outro, manter um pé atrás até toda a história ser esclarecida. Porém, algo dentro deles sentia que eles eram família. Clark jubilava por saber que havia outro de seu povo vivo e Kara sentia um alívio pelo primo ter sobrevivido por conta própria.
-- Me desculpe pelos meus amigos. -- Kal adiantou. -- Eles não são maus, pelo contrário, por tentarmos trazer justiça somos cercados de pessoas traiçoeiras. Fingiram ser meu pai para poder ler sua mente e se certificar que você era realmente confiável.
Aquilo reavivou um sentimento ruim dentro dela.
-- E isso é outro teste para ver se podem confiar em mim ou não?
-- Não, eu já confio em você desde a primeira vez que a vi. Senão, não teria te trago pra cá.
Kara observou o interior da nave onde estava. Uma tecnologia que por mais que tivesse traços da kryptoniana, tinha um estilo próprio. Isso a cativou. Ela era apaixonada por esse tipo de coisa e ver algo ainda mais avançado do que o tinha em Krypton era instigante. Kal prosseguiu.
-- Minha cápsula de fuga caiu na fazenda de um casal, Jonathan e Martha Kent. Eles me criaram e educaram. Quando não dava mais para disfarçar que eu não era como as outras crianças, eles me contaram de como me conheceram, mas eles não sabiam detalhes. Era apenas um bebê que veio dos céus.
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Clash of Justice
FanfictionQuando Virgil Hawkins recebeu a proposta para entrar na Liga da Justiça, ele não poderia estar mais feliz de poder lutar ao lado dos heróis que admirou desde a infância. O que Virgil não esperava em sua jornada é que ele fosse perceber que seus heró...