Capítulo 3 - Líder

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O coração de Hana estava tão acelerado que quase era possível ser ouvido sem auxílio do estetoscópio. O vampiro andava lentamente e sorrindo, confiante de que aquela presa não poderia escapar de suas mãos.

Estou morta.

Hana pensou e fechou os olhos quando a distância entre ela e seu caçador, não era maior que dois passos.

- Além de ótimo cheiro, você também é bonita. - Ele se aproximou inspirando o ar.

- V-você é realmente um vampiro? - Hana perguntou nervosa.

- Sim criança, somos os verdadeiros vampiros.

- Como assim os verdadeiros vampiros?

- Não somos como as fantasias da televisão, pois podemos fazer muito mais que os filmes retratam e...

Ele deu uma pausa, fez uma careta e se afastou. Indignado, ele olhou em direção à sala do consultório e andou para trás ainda olhando para Hana.

- Você tem sorte garota. Parece que alguém a está protegendo.

- O que quer dizer? - Hana perguntou intrigada.

- Quer dizer que não posso pegá-la para mim. Não ainda. Mas tome cuidado, muitos não obedecem às ordens dele e não quero que caia nas mãos de alguém que não seja eu.

- O que quer... dizer?

Antes que Hana pudesse ter sua resposta, o vampiro se escondeu em uma sombra e desapareceu. Apesar da sensação de perigo ter ido embora, o medo e o coração acelerado, ainda estavam muito presentes nela. Foi preciso muita coragem para que seus pés finalmente se movessem em direção de volta ao seu posto.

...

De volta a enfermaria, Hana não percebia nada de diferente, porém, bem à sua frente um dos pacientes começava a sentir que seu corpo ia aos poucos mudando. Sua visão se aguçou, a audição estava dez vezes mais apurada, o paladar da comida ainda poderia ser sentido, sua pele sentia cada leve brisa que a tocava, além de poder diferenciar cada aroma que vinha junto com ela. Em seu primeiro dia de transformação, Minhyuk sentiu que todos os seus sentidos haviam mudado e isso lhe incomodava, pois só provava que o que o doutor Kihyun havia dito era verdade, ele estava começando a se transformar em algo, que dali a três dias, não poderia mais ser chamado de humano, ele estava se transformando em um vampiro.

Observando que o garoto estava inquieto, Hana foi até ele com seus equipamentos de aferição de sinais vitais.

- Você está bem? Está sentindo alguma coisa? - Hana o tocou na testa.

- Só um pouco de tontura, mas é normal, certo? - O garoto respondeu sorrindo.

- Tem algum amigo que possa ser seu guardião?

- Não tenho certeza. - Ele respondeu triste.

- Você tem pelo menos alguém que cuide de sua casa nos dias em que está aqui?

- Não. Noona... 

Hana estranhou o garoto a chamar de noona, mas ignorou.

- Me desculpe, fiz uma pesquisa sobre você pois fiquei curiosa pelo fato de não ter recebido visitas. Sinto muito. - Ela finalmente confessou.

- Não precisa se desculpar, não é segredo que não tenho família. Moro sozinho há anos e sempre me virei por conta própria, por isso não recebo visitas.

- Deve ter sido difícil, você é muito jovem.

- No início foi, mas aprendi a me cuidar e hoje já me acostumei com a situação.

O segredo de GimjeOnde histórias criam vida. Descubra agora