Capítulo 4

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Pov. Alice

5 dias depois...

Meu pai chega na cabana de improviso e isso me deixa um pouco assustada. são apenas 3 horas da tarde e ele sempre vem me ver depois das 6 horas. Sua cara me diz que o que ele tem para me dizer não é nada bom, estou na parte de trás da casa. Está um dia bonito, as sombras das árvores e a brisa do vento faz me relaxar por completo. Lily está deitadinha em uma grande almofada e olha com seus lindos olhos acizentados para todos os os lados para ver o que acontece ao seu redor.

Várias mariposas passaram por ela, é como se elas estivessem dando boas-vindas ao bebê. Uma das mariposas pousou em seu nariz, ela movia as suas perninhas e seus bracinhos enquanto fazia pequenos barulhos e chupando o seu dedo polegar. Ela é uma menina tão doce.

Nesse momento estou desenhando o vestido para Dona Susan, ontem à noite eu fui até a loja de Don Coco Di Lino e ele me vendeu os materiais que eu precisava enquanto meu pai ficava babando a bebê que tinha esses braços e eu sorria.

Quando meu pai chega onde Lily e eu estamos, ele beija a minha cabeça e depois se senta ao lado da pequena. Ele fala com ela de uma maneira muito doce. Eu olho para ele assombrada. Nunca imaginei vê-lo assim com um bebê. Ele foi assim comigo quando eu era um bebê?

- "O que o senhor faz aqui tão cedo, papai?" - eu pergunto.

- "Preciso te contar algo e essa notícia pode mudar a sua opinião sobre continuar afastada de William." - ele diz.

- "Aconteceu alguma coisa? Ele sofreu algum acidente? Ele está bem? Fala papai!"

Deus, o que está acontecendo?

- "Não sei como ele está, mas sim, aconteceu algo. Algo que diz respeito a vocês dois, mas acima de tudo a você."

- "Papai, você está me assustando." - digo enquanto deixo o meu caderno de lado e presto toda a minha atenção nele.

- "Aline apareceu." - ele diz mas não olha em meus olhos.

- "O que? Ela está viva ou morta?" - eu pergunto.

- "Viva e o pior é que ela quer voltar com William. Antes de ir ver Helena, a primeira coisa que ela fez foi ir até a fazenda para vê-lo." - ele diz.

- "Eles estiveram juntos?" - eu pergunto.

Por favor, que não tenha acontecido nada entre eles.

- "Se você está me perguntando se eles tiveram relações, a resposta é não. Aline chegou furiosa em casa e disse que William havia rejeitado ela. Que inclusive o beijou, mas ele não quis nada com ela. Ele havia deixado muito claro que estava apaixonado por outra pessoa. Depois de fazer um escarcéu, Aline se trancou no quarto e está lá até agora." - ele diz.

- "Eles se beijaram? Eu mato ele." - eu digo e meu pai solta uma gargalhada.

- "Desde quando a minha pequena é tão ciumenta?" - ele me olha.

- "Desde que a minha irmã voltou e está querendo o que é meu." - eu grunhi.

- "Então, o que você ainda faz por aqui? Porque você não volta e arruma essa situação?"

- "E se ele não me quiser de volta? E se meti os pés pelas mãos ao sair do seu lado?" - digo insegura.

- "Alice, filha, por Deus. William deixou muito claro para Aline que ele não está interessado nele e nem em nenhuma outra, apenas em você. Minha menina, deixa esse orgulho de lado, volte para ele, vocês dois não estão bem." - ele me diz.

- "Porque você está dizendo isso?" - eu pergunto.

- "William tem ido todos os dias até a prefeitura para falar comigo e exigir que eu diga onde você está. Meu amor, esse homem está destroçado e a única coisa que quer é te ter do seu lado. Ele me disse que por mais que ele tente, não consegue se lembrar do que foi que ele te disse para te ferir assim. A única coisa que ele quer é conversar com você e esclarecer as coisas. Nesses cinco dias que vocês têm estado separados, você também não tem estado bem, você perdeu peso e está com umas olheiras horrorosas. Seus olhinhos não brilham mais como costumavam a brilhar quando você estava com ele. Eu não quero mais te ver assim, você é a coisa mais importante que eu tenho e se eu tiver que te levar até ele a força, eu levarei." - ele me diz em um tom ameaçador.

- "Papai, de que lado você está?"

- "Do lado do amor, pequena."

- "Aline sabe que eu sou a esposa de William?" - eu pergunto assustada.

- "Não, ela não sabe. Outra coisa, eu tenho que ir até a delegacia, já que eu tenho que falar com o chefe da polícia sobre os ladrões de gado. Temos uma pista, então logo iremos conseguir pegá-los." - ele diz com um sorriso de orelha a orelha.

- "Você continua com a mesma ideia papai. Eles são perigosos, podem te machucar e eu não quero isso. Entendo que você quer vingança pelo o que aconteceu há alguns anos, mas essa não é a maneira." - meu pai me olha com o cenho franzido.

O que foi que eu disse?

- "Vingança? O que aconteceu há anos? O que você está sabendo?"

- "Eu tenho sonhado com algumas coisas, com lembranças para ser mais exata. Lembranças que não são minhas mas que pertence a mulher, a dona do colar em formato de coração que você me deu." - eu digo e meu pai empalidece notoriamente e desvia o olhar.

- "Como é possível? Não é que eu não esteja acreditando em você, mas eu nunca escutei sobre alguém tem lembranças de outra pessoa em sua mente." - ele diz nervoso.

- "Papai, se tranquilize." - eu digo, ele me olha e em seus olhos eu posso ver medo.

- "Suponho que você sabe a verdade, não é?" - eu assenti com a cabeça. - "Santo céu. Queria ter sido eu que tivesse ter te dito a verdade. Quem te disse?" - eu suspiro.

- "Minha mãe, ela disse em meus sonhos, eu também descobri que eu tenho um meio-irmão, e você sabe quem é. Como é que Edward chegou nas mãos da senhora Nila?" - eu perguntei.

- "Eu o deixei com ela, eu não tinha cabeça para cuidar dele, eu apenas podia cuidar de você. Meu coração estava quebrado e em um dos momentos de lucidez, me lembrei que sua mãe era amiga de Nila. Então eu fui falar com ela, Edward não tem lembranças dessa época. Nila o aceitou encantada, parece que Bahar já havia conversando antes com ela. Eu sempre estive pendente dele, eu mandava uma mensalidade para os seus gastos e até hoje eu lhe entrego uma mensalidade." - ele sorriu.

- "Você é uma boa pessoa, papai. Não posso acreditar que você se casou com Helena." - eu digo enquanto pego Lily e a sento em meu colo.

- "Ela era outra mulher naquela época. O que você vai fazer a respeito de William?" - eu suspirei.

- "Não quero perder ele e não vou perdê-lo, por isso eu acho melhor voltar para casa, mas eu vou fazer isso apenas amanhã, tenho que analisar bem a situação. E como você mesmo disse é melhor conversarmos." - eu digo enquanto balançou um pouco Lily em meus braços.

- "Essa é a minha filha. Conte comigo para o que quer que seja, e se você precisar de um ombro para chorar, pegue o telefone e ligue para esse número." - ele me entrega um cartão e eu olho sem entender. - "Comprei um celular, não quero que Helena pegue os meus recados, já que ela quase nunca me passava." - ele diz.

- "Eu te amo tanto, papai." - eu digo.

- "Eu também pequena. Acho que vou ir lá na casa procurar algo para comer. Helena não me dá comida. Pode acreditar nisso?" - eu sorrio para ele.

- "Eu sei. Ela também não me dava comida. Ainda tem algumas panquecas de carne no forno." - eu digo, ele me olha e vejo os seus olhos brilharem.

- "Graças a Deus, você sabe cozinhar." - ele diz e entra na casa feliz.

- "Bom Lily, está na hora de voltar para perto do seu tio. Só quero te pedir um favor, se comporte mal com ele durante os primeiros dias. Esse será o castigo dele." - ela me olha e coloca os seus dedos na boca. - "Vou tomar isso como um sim." - eu dou um beijo em suas bochechas gordinhas.

Está na hora de voltar pra fazenda e colocar as coisas em ordem e principalmente tenho que mandar Alice para bem longe, já que ela quer tentar tirar o meu homem de mim.

LIVRO 2: Olhares de Amor - O Perdão (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora