Capítulo 17

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Pov. William

Estou no estábulos, ainda dói os golpes que o idiota do James me devolveu, quando eu estava tirando a merda de dentro dele.

Me deu muita raiva quando ele disse que o bebê que Alice espera não devia nascer. Sei que errei mas eu bati nele até que Edward me deteve.

Depois que entrei em casa, fui direto para a cozinha pegar um pouco de gelo. Eu me encontrei com Alice e ela me repreendeu mas logo a beijei, e a raiva que eu estava sentindo desapareceu como em um passe de mágica.

Essa mulher é uma bruxa e o pior é que eu a amo por isso.

Conde está um pouco inquieto. Ele está tendo uns problemas com a pata e não quis montar nele. Sei que ele está com um pouco de mal humor por não sair para passear mas não vou colocar ele em perigo.

De repente escuto o som de saltos batendo no chão e umas queixas, o que me fizeram virar e isso faz com que eu veja a pessoa que eu menos quero ver nessa vida.

- "Olá William."

- "Oi Aline." - eu digo e volto a olhar para Conde quando ele relincha irritado.

- "Podemos conversar?" - ela pergunta.

- "Nós já conversamos tudo o que tínhamos para falar, agora me deixa em paz!" - eu digo exasperado.

- "William por favor. Não venho pedir para que você volte a me amar, venho para pedirmos seu perdão, isso é tudo." - ela diz.

Eu não posso confiar nela, isso é impossível pra mim.

- "Do que você quer falar? De como você me traiu? De como você me usou? Acho que vou passar, não quero te ouvir." - digo com indiferença.

- "William por favor não seja tão duro comigo. Eu só venho para conversarmos, nada mais." - ela diz enquanto se aproxima de mim mas Conde reage e relincha fazendo com que ela retroceda.

- "Maldito cavalo. Ele dá medo." - Aline grita.

Essa aí é a mesma Aline que eu conheci. Uma mulher que se aborrece com a própria natureza. Como pude ter me interessado por ela?

- "Ele não é maldito, ele só não gosta de você."

- "Mas ele gosta da Alice. Porque ele pode suportar ela e a mim não?" - ela grunhiu.

- "Porque será? Vocês duas são muito diferentes. O que você quer Aline? Diga de uma vez."

- "Está bem, mas não aqui. Mas lá na casa, no seu escritório. Esse animal me dá medo. Não posso me concentrar com ele perto de mim e fica me olhando com esses olhos negros que me dão pavor. Por favor, vamos lá pra dentro."

- "Está bem, mas só 10 minutos. Não penso em te dar mais tempo que isso, quando esse tempo acabar e você não tiver terminado, o problema é seu." - digo resignado.

O quão mal pode ser? Aliás, conseguiria tirá-la da minha vida para sempre.

- "Esse tempo basta e até sobra." - ela diz alegre.

- "Se comporte menino, já volto para examinar a sua pata." - acaricio a sua cabeça e nesse mesmo instante ele relaxa.

Deixo as coisas em seu lugar e vou em direção a casa grande onde essa mulher deve estar me esperando.

Alice está na plantação e levou Lily e Lara com ela. Segundo a minha mulher, as três precisavam de um tempo de mulheres. Sorrio ao recordar como Alice ficou quando eu coloquei em Lily um lindo vestido laranja pálido com umas amarras no ombro. Ela usava uns pequenos sapatos que combinava com o vestido, um pequeno chapéu para proteger a pequena do sol.

- "Porque você está sorrindo?" - Aline pergunta me olhando nos olhos.

- "Só estou lembrando de algo que aconteceu está manhã. Mas isso é algo que não lhe diz respeito." - eu digo.

- "Você está sendo bastante grosseiro. Eu não conhecia esse aspecto seu."

- "Você nunca me conheceu Aline, a única coisa que você conhecia era o dinheiro que havia em minha conta bancária e os presentes que eu te dava. Isso era a única coisa que importava pra você."

- "Claro. Você que beber alguma coisa antes que essa conversa fique feia e termine com você me expulsando de casa." - ela disse com um sorriso, que não acredito que seja sincero.

- "Está bem." - digo.

Alice me ofereceu um copo com um pouco de suco que não tenho ideia de onde ela tirou. Olho para o suco e depois olho para ela.

- "O suco estava na cozinha. Eu peguei antes de que eu fosse te ver. Aqui está a jarra de você está duvidando de mim." - eu observo a jarra de suco que está em cima da mesa.

Quando Lara souber que Aline a tocou, o mais provável é que jogue a jarra fora.

- "Suponho que posso confiar em você. Embora essa seja a última vez." - tomo um gole do suco com certo receio. Eu estava sedento, esses últimos dias está fazendo muito calor.

- "William, eu só vim para te pedir perdão. Sei que te fiz muito mal, mas a verdade é que eu sempre fui egocêntrica e nunca pensei em ninguém além de mim. Bom, a minha mãe sempre me deu tudo o que eu queria e aí começou essa minha forma se ser."

- "Você quer que eu te perdoe, só porquê você pediu?"

- "Não, claro que não. Sei que te devo pedir uma desculpa sincera, coisa que eu não vou fazer nunca." - eu a olho com o cenho franzido.

- "Então, para que você veio?" - eu pergunto e vejo ela sorrir. Esse sorriso me deu calafrio.

- "Vim para fazer a minha irmãzinha saber que ninguém me tira o que uma vez foi meu."

- "Você está louca? Vá embora da minha casa agora!" - eu digo lhe indicando a porta.

Meu coração começa a bater muito forte. Isso não é normal.

- "Vamos querido, alguns minutos comigo e você vai se esquecer de Alice para sempre."

Alibe começa a se aproximar de mim, então eu tomo a decisão de me levantar, mas as minhas pernas não me obedecem. Algo não está bem. Meu corpo não está reagindo como deveria.

- "O que você me deu?" - eu grunhi.

Agora sinto a minha cabeça começar a palpitar com força.

- "Uma droga qualquer. É muito fácil de conseguir nessa região. A melhor coisa é que ela não é cara, pois ela é natural. O que você está sentindo, William?" - ela diz enquanto se aproxima de mim e se senta no meu colo com as pernas em cada lado das minhas.

- "Se afaste! Eu não te amo. Entenda de uma vez!"

- "Você é meu e sempre será!" - ela me beija.

Maldição! Essa aproximação dela me dá nojo e meu corpo começa a convulsionar. Isso não é bom.

- "O que você me deu?" - eu acho que fui eu que falei.

Meu corpo não reage e isso está me dando medo. Não posso deixar Alice sozinha.

- "William, o que está acontecendo?" - eu posso ver o medo em sua voz. Quando ela vai me acariciar, escuto uma voz e pelo tom percebo que ela está irritada.

- "Solte ele agora, cachorra!" - Alice diz.

Graças a Deus ela chegou. Sinto que o peso de Aline já não está mais sob minhas pernas e vejo que uns olhos azuis me olham preocupados.

- "William, meu amor. O que você tem?" - suas carícias me relaxam e fecho os olhos por uns segundos.

O mal é que depois disso, não sou capaz de abri-los de novo.

LIVRO 2: Olhares de Amor - O Perdão (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora