Capítulo 12

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-Hey, Angie! -Matt acenou de longe, me ajudando a localizá-lo no meio do restaurante.

-Oi! -Sorri simpática quando me aproximei, me sentando na cadeira na frente dele.

-Obrigada por aceitar jantar comigo... estava precisando esfriar a cabeça. -Ele sorriu com o canto da boa.

-Nada, eu sinto falta de ter um amigo de infância para conversar. -Comentei, dando de ombros.

-Fico feliz em ouvir isso. -Sorriu, pegando o cardápio. -Os nachos daqui continuam sendo o melhor da cidade? -Perguntou, abrindo o cardápio.

-Sinceramente, não sei. Não venho aqui desde quando você foi para Chicago. -Comentei, parando para pensar e só então notando quanto tempo fazia.

-Então vamos conferir? -Ele fechou o cardápio, fazendo sinal para o garçom quando eu assenti concordando. Ele fez o mesmo pedido que sempre pedia para ambos, sabendo o que eu mais gostava, o que me fez sorrir lembrando da nossa infância.

-E sua mãe? Como ela está? -Perguntei, espremendo os lábios, já me arrependendo de perguntar quando o vi espremer os lábios.

-Então, os resultados do exame saiu essa manhã, mas os médicos já tinham dado certeza. -Ele suspirou. -Ela está com câncer no cérebro. Já está muito avançado, foi muito silencioso. -Ele abaixou os olhos, me pegando de surpresa. Por alguns momentos eu fiquei com os olhos arregalados e a boca entreaberta sem saber o que dizer.

-Meu Deus, Matt. Eu sinto muito. Eu... -Suspirei, sentindo o nó na garganta.

-Tudo bem. -Ele assentiu, respirando fundo. -Tem sido difícil, tudo está acontecendo muito rápido, é muita informação e... é minha mãe. -Seus ombros murcharam e eu senti meus olhos marejarem, mas precisava me manter forte, por ele.

-Se eu puder fazer alguma coisa, qualquer coisa, por favor, não deixe de falar, está bem. Ela sempre foi um amor comigo. -Comentei, ainda incrédula.

-Ela sempre gostou muito de você. Ficou toda boba quando falei que te encontrei ontem na rua. -Ele riu pelo nariz, ajeitando a postura e apoiando os ombros na mesa.

-Ela vai fazer algum tipo de tratamento? - Perguntei, cuidadosa, mas ele balançou a cabeça.

-Ela se negou. Todos os médicos disseram que ela está em um quadro irreversível, qualquer tipo de tratamento seria apenas para diminuir a velocidade com que a doença se espalhe, mas traria consequências como perda de memória, deixaria ela mais fraca e ela já teria que ir direto para o hospital e meio que passar a morar lá. -Parou para respirar. -Ela preferiu viver os últimos dias dela sóbria e com todas as memórias intactas do que morrer sem se lembrar da vida que teve. -Completou, impossibilitando que a lágrima evitasse escorrer pelo canto do meu olho, que eu sequei rapidamente.

-Entendo. -Assenti. -E como você está com essa decisão? -Perguntei, me apoiando na mesa igual a ele.

-É difícil. -Ele espremeu os lábios. -Eu só quero que ela seja feliz, se assim ela vai ser mais feliz até ela... bem, morrer... então acho que é a escolha certa. -Concordou, engolindo o seco.

-Tem razão... Se é o que ela quer, você só tem que estar no lado dela dando todo o apoio e amor que você pode. -Concordei, vendo-o assentir.

-Mas vamos trocar de assunto porque eu vim aqui para saber de você... -Ele pigarreou e me encarou, erguendo a sobrancelha para mim, se esforçando para se manter animado como sempre foi.

-Não mudou muita coisa, eu acho... -Comentei, enquanto o garçom se aproximava e colocava nossos nachos na mesa com nossas bebidas. Mas parando para pensar, minha vida tinha mudado de cabeça para baixo, mas as melhores partes eu não podia compartilhar. -Estou trabalhando com Susan Moore agora.

Happiness BeginsOnde histórias criam vida. Descubra agora