Prólogo

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                                              Seattle - 2005

— Mamãe, onde coloco essa caixa? — Alice pergunta a sua mãe Mery, que estava levando uma caixa para o quarto.

— Coloque na cozinha meu amor.

Alice tinha apenas 7 anos quando seus pais decidiram se mudar para Seattle. Foi triste para ela deixar os seus amigos e a sua querida escola, mas infelizmente não tivera escolha já que seu pai Marcos tinha conseguido um emprego melhor em outra cidade dos Estados Unidos.

Ela gostava do que via ao observar a rua e a sua residência: uma estrada limpa e asfaltada, com casas coloridas no seu modelo rústico, jardins e pequenas árvores, tudo muito verde, um ar vivo. Sua casa era muito bonita também, na cor creme, composta por dois andares, o que dava um toque a mais no seu charme. Muito agradável de se olhar. "No Natal, será uma rua bem enfeitada e animada" pensou.

A primeira coisa que Alice fez ao entrar na casa, foi escolher o seu quarto.
Assim que foi conhecer sua nova residência, viu uma janela no segundo andar com uma pequena varanda. Entrou e foi direto para o andar superior. Lá tinham dois quartos com suítes, grandes e arejados. Agradou-se com o que tinha a varanda, a qual tinha flores e lhe dava uma visão melhor da rua. A sua antiga casa tinha apenas um andar, então ela estava muito contente com a sua nova moradia. Adorava casa de dois andares.

Logo pediu a seus pais permissão para ficar com o quarto da varanda. Eles não se importaram, pois queriam ver sua filha feliz e o quarto tinha bastante segurança.

Alice deixou a pequena caixa, que para ela estava pesada, na cozinha e foi ajudar seus pais com mais uma caixa quando um menino aparentemente da sua idade a parou, estendendo uma pequena tigela com uma torta de mirtilo.

— Olá, minha mãe pediu para trazer essa torta como forma de dizer que vocês são bem-vindos — disse o menino entregando a tigela, todo envergonhado.
— A propósito, me chamo Christopher Montgomery. E você, como se chama?

— Obrigada. Me chamo Alice Belisário e amo torta de mirtilo — disse toda sorridente — Gostei do seu cabelo. Que cor ele é?

Alice era uma criança muito curiosa e raramente deixava algo passar.

— Minha mãe diz que é ruivo, não sei o que é — falou inocentemente, tocando nos fios de cabelo um pouco grandes.

— Gostei de você. Quer ser meu amigo?

— Claro, você precisa de ajuda? — perguntou Christopher, já pegando uma caixinha.

— Sim. Venha por aqui, vou levar isso para mamãe — Alice disse,  toda empolgada por, em menos de uma hora, já ter feito um amiguinho.

— Mamãe, vem cá, vem cá — Alice chamava sua mãe para contar e mostrar a novidade.

— Que foi Alice? — Lá vinha sua mãe com pressa, pensando que era algo sério, Alice sempre fazia isso com ela, mas ela sabia que não era por maldade.

— Mamãe, olha, ele é o nosso vizinho, me ajudou com uma caixa e trouxe torta de mirtilo, não foi Christo... Qual é o seu nome mesmo?

— É Christopher, mas pode me chamar de Chris. Minha mãe pediu para que eu trazer a torta como forma de dizer que vocês são bem-vindos.

— Ah sim, obrigada meu bem. Agradeça a sua mãe por mim.

— Pode deixar. Eu já vou indo, minha mãe está me esperando. Tchau, Alice. Tchau mamãe da Alice. — E se foi, correndo para sua casa também, para contar a novidade.

Alice é uma criança muito imperativa, brinca até se cansar, se empolga por qualquer coisa. É uma criança feliz e ansiosa para fazer mais amizades, já que está em um outro lugar, com novas pessoas.

— Mamãe, amanhã posso brincar com o Christ? — perguntou ansiosa.

— Não sei, querida. Amanhã vemos isso.

Armadilhas Do Destino (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora