Boa leitura 😊
Acabamos de comer a pipoca, à qual acrescentamos leite condensado, às 17:00 e meus pais já estão a caminho. Estamos assistindo a um outro filme, só que dessa vez de terror.
Não gosto desse gênero, me deixa assustada e, na maioria das vezes, não consigo dormir, mas cedi, já que Christopher prometeu dormir agarrado comigo.
Praticamente, hoje é o nosso último dia juntos. Eu nem quero imaginar isso, só aproveitar o tempo que nos resta. Ele promete me ligar e mandar mensagem sempre quando puder no próximo ano; nas nossas férias, vir me ver ou eu passar uma temporada com ele, o que me agrada mais.
Será difícil nos separamos, nunca o fizemos. Só a distância de um mês no máximo, mas eu estou na luta para colocar na cabeça que isso não é o fim. Tudo dará certo.
- Veja, Lice, essa é a melhor parte - fala meu amigo, me tirando de um devaneio. Eu nem tinha notado que estou com um travesseiro cobrindo meu rosto. Eu disse, odeio filme de terror!
- Não quero ver - respondo, apertando o travesseiro que ele está tentando arrancar das minhas mãos.
Teve uma vez que ele me chamou para assistirmos a um filme, que, se eu não me engano, era o do boneco assassino. Eu tive tanto medo que queria sair correndo de lá, mas o filho de uma ótima mãe me segurou para que eu assistisse, me pondo terror. Naquela mesma noite, sonhei com uns ursos que eu tinha se movendo e falando. Foi horrível. Depois disso, dei tudo para uma vizinha minha. Ele riu horrores de mim. Se deixar, o faz até hoje se ele ainda se lembrar.
- Deixe de ser medrosa, Lice. Vem cá que eu te protejo. - Ele me puxa para seus braços no mesmo momento que meus pais abrem a porta.
- Olha, Marcos, veja se não parecem a gente quando começamos a namorar - observa minha mãe, com admiração.
- De fato, mas nós éramos um casal, o que não acontece com essas duas crianças aqui, não é mesmo? - retruca meu pai, sorrindo e piscando para a minha mãe.
Não sei se Christopher percebe algo estranho e cúmplice rondando entre minha mãe e papai, mas eu percebo, apesar de não saber do que se trata.
- Tive que abraçar a sua filha, senhor Belisário. Ela morre de medo de filmes de terror. Só faltou me suplicar para abraçá-la, o senhor tinha que ver - fala Christopher, sorrindo para meus pais, enquanto minha mãe coloca uma bolsa em cima da mesa.
- Ei, eu estou aqui - falo para meus pais. - E você, senhor Christopher, pare de mentir, que foi tu que me puxou. Eu estava com medo, mas em nenhum momento te pedi proteção. - Levanto, indo em direção à cozinha, com um sorriso vitorioso nos lábios.
- Caramba... - fala meu amigo, com uma falsa indignação.
- Essa puxou a mãe mesmo - fala meu pai, sorrindo, e recebe um tapa nos braços de leve da minha mãe, que finge aborrecimento.
- Não é isso que todos dizem desde quando ela nasceu - fala, sorrindo.
Quando o filme termina, Christopher o retira e se senta lá fora para jogar xadrez com meu pai enquanto ajudo minha mãe a fazer o jantar.
- Fiquei sabendo sobre ele - diz minha mãe enquanto corta os pães para fazer torrada. Ela está falando sobre a partida de Christopher. - Você está bem?
- Estou triste, mãe, mas estou colocando na minha mente que isso não é o fim, que pelo menos temos as redes sociais. E também tem as férias do ano que vem, que ele pode vir passar comigo ou eu com ele, se a senhora e papai não se importarem - respondo, passando manteiga no pão.
- De forma alguma, minha querida. Só queremos o seu bem - fala amigavelmente.
Tomamos o nosso café, conversando sobre coisas aleatórias. Meus pais chamaram Christ para tomar café conosco e tomaram cuidado para não citar muito sobre a sua partida.Eles sabem que esse assunto é um campo minado para nós, principalmente para mim, que choro sempre que lembro que amanhã ele irá partir e não sei quando o verei pessoalmente, mas posso arriscar passar essas férias com ele. Seria ótimo, mas isso é algo que tenho que pensar e que posso conversar com ele pelas redes sociais ou fazer uma surpresa. Sim, essa ideia é ótima.
Só espero, sinceramente, que ele não se esqueça de mim, pois eu nunca irei me esquecer dele e do que passamos juntos. Cada momento, cada discussão e, agora, o nosso beijo. Ele que se acostume, porque vou sempre mandar mensagens e ligar para saber até das coisas mais banais e, além de tudo, espero que ele não se interesse por ninguém, porque eu o amo e não vou suportar isso.
Sim, eu assumi isso para mim mesma. Sinto algo muito forte e sonho em viver isso. Se tudo ocorrer como penso, a distância não irá nos atrapalhar, porque isso é maior do que até mesmo o que ele possa sentir por mim.
Depois do jantar, Christopher pede licença para ir para sua casa e eu vou para o meu quarto.Estou cochilando quando Christopher pula a janela e se deita na cama comigo, tomando cuidado a todo momento para não fazer barulho e chamar a atenção dos meus pais.
Ele acaricia meu cabelo, me dando conforto, como se soubesse que algumas lágrimas rolam pelo meu rosto enquanto o sono me invade mais ainda.
- Durma bem, minha pequena - diz, beijando os meus cabelos, se alinhando ao meu corpo.
Obrigada ♥️
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Armadilhas Do Destino (Degustação)
RomanceSe há algo que é uma certeza universal é que não temos certeza de nada e se não soubermos dançar com o destino o futuro fica insuportável. Alice e Christopher se conhecem na infância, logo geram uma conexão forte e ao longo dos anos vão descobrindo...