Peter passou seis anos em coma após um grave acidente, agora com quase dezesseis anos, ele precisa aprender a ser um adolescente normal com algumas complicações por causa do acidente e de ter passado tantos anos em coma, em uma escola nova de gente...
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Peter jurou que nunca mais ia tomar iogurte de morango na vida. Apesar de ter tentado lavar o cabelo na pia do banheiro, ele ainda exalava o cheiro doce e enjoativo da bebida.
Ele até cogitou a ir na diretoria conversar com o diretor Banner, mas sabia que isso seria dar o braço a torcer, provavelmente o homem chamaria a atenção de Flash e mais tarde isso seria cobrado de Peter.
Então ele fez o máximo que pôde em relação a limpeza de seu uniforme e passou o resto do dia sendo encarado pelas pessoas com quem tinha aula. Até mesmo Tony olhava para ele nas aulas que tiveram juntos, mas não rindo, Peter não sabia decifrar o olhar do garoto, o mais próximo que ele poderia concluir era que o moreno estava com pena.
Até mesmo Ned que era tão falante estava mais quieto na aula que tiveram juntos. Eles trocaram números de telefone e se despediram.
Ao final das aulas, na saída, Peter andou o mais rápido possível para evitar qualquer encontro inesperado com Flash Thompson.
Apesar de ser uma escola de gente rica, a instituição Romanoff disponibilizava um ônibus escolar para buscar e levar os alunos em casa, porém o mais jovem parou em frente ao grande carro amarelo e ficou o fitando por quase dez minutos ponderando se entraria ou não.
Ele podia ver que havia meia duzia de pessoas dentro do veículo, provavelmente aqueles que os pais não confiavam dar um carro aos dezesseis. No caso de Peter, era porque ele não tinha dinheiro mesmo e não por causa de pais super protetores.
-Você vem garoto? -Indagou o homem que havia entrado no ônibus e sentado em frente ao volante.
-Não, senhor. -disse Peter. -Acho que hoje quero andar um pouco.
-Cê que sabe. -falou o homem puxando uma alavanca e fechando as portas do veículo.
Tia May podia levá-lo à escola, mas não podia buscá-lo, pois estava no trabalho. Então ele teria que se virar.
A ideia de entrar em um ônibus o assustava, ele não percebeu que estava gelado diante da situação, suava frio e suas mãos tremelicavam um pouco.
Peter deu meia volta e seguiu pela calçada. Sua casa não era tão longe dali, seria bom para ele caminhar, quanto mais esforço fizesse, mais rápido se livraria da bengala, e ele estava quase fazendo isso.
Ele não estava lá muito pronto para encarar a entrevista que May faria, sabia que ela viria toda entusiasmada para saber como foi o primeiro dia de aula e ele obviamente não diria nada. Ela já tinha lidado com tanta coisa, Peter não queria despejar todos os seus problemas nela. Sabia que May faria um escarcéu se soubesse o que havia acontecido, e tudo que ele precisava era de paz, e não uma tia irritada com sua nova escola.
Era só o primeiro dia, como muitas coisas em sua vida, Peter aprenderia a lidar.
*~*
Graças aos deuses que a máquina de lavar era um eletrodoméstico intuitivo. Ao chegar em casa, a primeira coisa que Peter fez foi atirar o uniforme na máquina e lavá-lo antes que a tia chegasse e visse qualquer vestígio.
