eu vou tomar um gole desse refrigerante pra ver se eu esqueço os problemas

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Era oficial.

Quando Lee Felix achava que a vida já não lhe daria mais rasteiras, que estava preparado para tudo e nada o abalaria, Changbin fazia questão de lembrá-lo — mesmo que não fosse de propósito — o quanto papel de trouxa ele ainda podia fazer por ser um bobo apaixonado.

Depois do incidente do Seo revelando para todos sua bissexualidade — sim, ele gostava de garotas e Kim Yugyeom —, Felix fez a maior cena com exageros que fariam os poetas barrocos darem uma salva de palmas com assovios e tudo na casa de Jisung e disse a todos que desistiria daquele amor unilateral, ao que Hyunjin respondeu com um "ata" que falou por todos.

— Não se pode ser trouxa para sempre mesmo. — foi Minho quem quebrou o silêncio constrangedor, batendo delicadamente nas costas do dongsaeng, que lhe olhou com os olhinhos marejados, agarrando as mãos do mais velho para um momento de pura compreensão por parte de ambos.

Chungha, que também estava presente, trocou olhares com Chan segurando o riso quando Jisung fingiu que tinha deixado um bolo imaginário no forno e correu para não deixar queimar.

Teria enchido a cara junto do Lee mais velho, mas novamente Chan e Chungha carregavam os neurônios que faltavam em todos eles juntos e não permitiram mais que umas garrafas de refrigerante. Era tanto drama que pareciam crianças fingindo suco de uva ser vinho.

No outro dia, o Lee chegou radiante na escola. O sorriso mais falso que uma nota de três reais rasgada e as olheiras, que evidenciavam a noite de choro e solidão, escondidas embaixo de um reboc- quis dizer, maquiagem.

Hyung! — Jeongin sorriu — Está mais bonito hoje.

Felix sentiu seus olhos encherem d'água, estava sensível, e abraçou o pobre garoto sem motivo, este que não gostava tanto assim de contato desse tipo, mas não reclamou por achar que o australiano merecia.

Ainda mais quando Seungmin pareceu brotar da brecha entre um azulejo e outro da parede acima dos bebedouros só para tirar onda com a cara do Lee.

— Onde você tava ontem que não foi me ajudar na minha crise existencial, ein? — ignorou os comentários anteriores do Kim, a voz esbanjando mágoa.

— Se eu fosse, seria para rir da sua cara. — foi sincero — Achei melhor me abster de dores de cabeça, já que Chan provavelmente me espancaria.

— Por que o hyung faria isso? — Jeongin pareceu interessado, finalmente sendo libertado dos braços esmagadores de Felix.

— Felix é o preferido dele, .

Após isso, as aulas passaram mais rápidas que o Han arrumando desculpas para não aparecer nos rolês que marcavam e logo o australiano poderia ir para casa ouvir Loleny repetidas vezes e chorar enquanto dizia que o vocal do Sandeul era a coisa mais linda do mundo inteiro.

Teve que passar na biblioteca para pegar uns livros e saiu da sala encarando Hyunjin e Jisung, fazendo-os jurar que esperariam por ele. Mas foi o ruivo virar as costas que o Hwang jogou a mochila nas costas e pegou o beco, enquanto o Han saía para procurar Seungmin e fazer mais um empréstimo que nunca pagaria para comprar pão de queijo.

Quando o australiano retornou, já esperava que eles tivessem ido embora. Riu, surpreendente seria se eles tivessem mesmo o esperado. Pelo menos haviam guardado suas coisas na mochila.

Felix seguiu pelos corredores ouvindo as nuvens, que passaram a manhã toda ameaçando, finalmente derramarem a tão esperada chuva da qual a previsão do tempo tinha falado no dia anterior.

Se repreendeu mentalmente por não ter pego o guarda chuva. Foi inconsciente, afinal tinha o costume de voltar com Changbin e este sempre tinha um enfiado na mochila, eles compartilhavam o objeto e ninguém ficava doente no final.

Meus sinceros ata [changlix]Onde histórias criam vida. Descubra agora