Capítulo XXXIV - Adeus

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Evie

Eu estava me afogando. Não havia água ou qualquer coisa do tipo. Estava dentro de mim. Meus pulmões ardiam como se estivessem pegando fogo e eu não conseguia respirar. Eu inspirava o ar pelas minhas narinas, mas isso não era suficiente. O oxigênio parecia não chegar para mim. Minha garganta ardia como se eu tivesse engolido mil farpas. Meu coração estava mais acelerado que o normal, fazendo-me sentir uma dor terrível no peito e no resto do meu corpo. Meu corpo inteiro tremia e suava frio, sem nenhuma previsão de que aquilo iria acabar. Se existia algo pior do que a morte, era definitivamente aquilo. Eu nunca havia tomado veneno, obviamente, mas já ouvira falar que a sensação de envenenamento era como uma tortura sem fim. Seria possível que eu tivera sido envenenada? Só poderia ter sido isso. No entanto, eu não conseguia saber como. Minha mente não conseguia se concentrar em nada além da dor insuportável. Quando isso iria acabar? Quando iria passar?

Vozes pareciam falar ao fundo. Ou talvez fossem alucinações da minha cabeça. Ou talvez um pouco dos dois. Eu queria mexer meu corpo, mas não conseguia. Também tentei gritar por ajuda, mas estava sufocando. Minha voz havia ido embora. Ninguém estava vendo isso? Ninguém estava vendo que eu estava morrendo? Ninguém iria me ajudar? Não sabia por quanto mais tempo isso iria durar, mas torcia que acabasse de uma vez por todas.

Parecia estar havendo uma luta dentro de mim. Como se meu corpo estivesse brigando contra ele mesmo. Como se quisesse colocar tudo o que estava dentro de mim para fora de uma vez só. Não sei quanto tempo se passou, mas pareciam horas. A dor passou a ficar mais suportável e a sensação de afogamento diminuiu. A ardência em minha garganta também ficou mais fraca e o meu coração voltou a bater um pouco mais devagar. Quando tentei mexer meu corpo, meus músculos finalmente me obedeceram e eu consegui sentir algo macio nas minhas costas. Tateei o tecido fino, tentando descobrir o que era. Parecia um colchão. Sim! Era um colchão.

Abri meus olhos lentamente. Minhas pálpebras pareciam estar grudadas, mas se abriram. Uma luz forte quase me cegou, mas logo foquei a minha visão. Eu estava em uma laboratório. O laboratório do dr. Banner. Tudo pareceu voltar à minha mente. A minha fuga do julgamento e a minha chegada até ali. Eu não lembrava de mais nada depois disso. Algumas cabeças aproximaram-se de mim, curiosas. Reconheci de imediato o dr. Banner. Ao seu lado estava Peter, quase roendo as unhas. Meu irmão estava do outro lado da cama, com uma expressão indecifrável, ao lado de Gwen.

- Esperem um pouco. - Disse dr. Banner aos outros, baixo. - Ela pode estar confusa. Pode ter havido efeitos colaterais. - Peter franziu o cenho. Olhei minhas mãos. As marcas das correntes ainda estavam ali. Doloridas e roxas. - Muito bem. Você me reconhece? - Perguntou à mim com cautela. Todos me encararam, cheios de expectativas. Fiquei em silêncio por um segundo, sem nem mesmo entender porque.

- Se você é o dr. Bruce Banner, então sim. - Respondi por fim. Minha voz saiu mais rouca do que eu esperava, mas eles não se importaram. Todos respiraram aliviados.

- Ai meu Deus! - Peter passou uma mão pelos cabelos, suspirando. - Que susto que você nos deu.

- O que aconteceu? - Franzi o cenho. O dr. Banner espetou meu indicador, recolhendo uma gota de sangue.

- O antídoto era o veneno da aranha modificada da Oscorp. - Explicou, enquanto depositava a amostra do meu sangue numa espécie de microscópio.

- Por sorte, a Gwen ainda tinha uma aranha guardada. - Peter acrescentou. - Porque ela é a Mulher-Aranha! - Completou pasmo. Dei um sorriso fraco. Eu já sabia disso. Peter franziu o cenho, percebendo a minha falta de surpresa. - Espera aí, você também sabia? - Assenti com a cabeça. Ele deu um suspiro fraco, desanimado, enquanto Gwen apenas balançava a cabeça.

OMG! Meu Pai é um deus - 2a. TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora