Sugadores de sangue

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  Novamente, Eren foi ao mesmo lugar do dia anterior, na esperança de encontrar aquele vampiro que nem ao menos o nome ele sabia. Havia dito para os pais que iria demorar, mas não sabia o quanto.

 Eren esperou ali o dia todo, porém dessa vez Levi realmente tinha mudado sua rota, indo para um pequeno vilarejo perto da floresta. Foi mais fácil raptar um humano, bem como havia pensado. Levi viu um homem roubar algumas frutas, logo sabendo que era bem aquele que ele iria atirar; esperou as pessoas saírem de perto e disparou bem na nuca do homem, que morreu na hora. Levi preferiria não fazer isso, mas ele parecia a pessoa menos injusta de matar. Pegou seu corpo e levou para o castelo novamente.

 -Finalmente conseguiu alguma coisa! E um humano ainda por cima, excelente. Uma dica: tente trazer um vivo da próxima vez, o sangue fica bem mais saboroso. - Tagarelou Kenny.

 -Tá, tá, foi o que eu consegui pra hoje, depois eu tento trazer um vivo ou qualquer coisa assim. - Levi respondeu não ligando muito.

 -Esse é o meu garoto! Quer saber? Pode ficar com esse aí pra você, eu caço o meu depois. - Levi achou estranho Kenny estar sendo tão gentil com ele, mas aproveitou a chance e levou o corpo para uma sala especial onde eles tiravam o sangue das pessoas.

 Levi não gostava muito de sugar o sangue direto do corpo, então apenas tirava e colocava em algum recipiente para tomar. Na verdade, os vampiros tomam sangue porque não conseguem produzir algumas vitaminas que só os humanos e lobisomens conseguem, alguns deles, como Kenny, até gostam de saborear o sangue, mas outros, como Levi, só tomam por necessidade.

 Eren voltou para casa frustrado por não ter conseguido matar sua curiosidade, que estava só aumentando. Não queria perguntar para ninguém de sua família, para que não ficassem questionando o porquê dessa curiosidade repentina. Então, no outro dia, repetiu a mesma coisa.

 Levi queria se encontrar com aquele lobo de novo, pois gostou da ideia de se sentir superior a alguém, mas não queria admitir isso a si mesmo. Então foi àquela floresta novamente sem dizer nada à Kenny. Como sabia que os lobisomens eram criaturas diurnas, foi às 10 da manhã, logo depois que seu tio pegou no sono. Cobriu seu corpo inteiro para não ter problemas com o sol, deixando apenas o seu rosto aparente; saiu do castelo silenciosamente e correu floresta adentro.

 Chegando perto do lugar onde haviam se encontrado da última vez, começou a andar devagar olhando para os lados a procura daquele jovem lobisomem.

 -Está procurando algo? - Levi ouviu a voz familiar vindo do alto de uma árvore, olhando para a mesma imediatamente. -Por que não voltou ontem?

 -Eu nunca disse que iria voltar.

 -Então...por que veio hoje? - Eren disse descendo do galho da árvore.

 -Não é da sua conta. Mas e você? Estava esperando por mim? - Levi sorriu maliciosamente.

 -Claro que não! Eu sempre venho aqui… - Mesmo não estando tão aparente, Levi percebeu o rosto de Eren ruborizar.

 -Mentiroso.

 -Como assim?! Eu estou dizendo a verdade!

 -Mentira. Eu sei que você estava esperando por mim. - Levi disse olhando nos olhos de Eren, que se sentiu desconfortável por um momento. - O que gostaria de saber?

 -Primeiro de tudo, como sabe que eu acabei de mentir?!

 -Eu consigo ler mentes das pessoas se olhar no fundos dos olhos delas. - Levi disse suspirando. - E sei que você ficou com muitas dúvidas sobre os vampiros depois de me conhecer, mas tinha receio de perguntar pros seus pais e eles questionarem essa sua curiosidade repentina, e que também eles poderiam não estarem certos de tudo o que falam.

 Eren ficou espantado do quanto Levi poderia saber apenas lendo sua mente. Mas decidiu continuar.

 -Então...sabe o que estou pensando agora?

 -Sei.

 -O que é?

 -Uma menina, chamada..Mikasa?

 -Nossa, é verdade. E agora?!

 -Eu não sou um jogo para você ficar brincando. O que mais quer saber?

 -Hm..qual o seu nome?

 -Sobre vampiros, e não de mim.

 -Mas você é um, e eu quero saber o nome da pessoa com quem eu estou falando, só diga.

 -Meu nome é Levi. Agora faça perguntas mais interessantes.

 -Quer saber o meu?

 -Tanto faz pra mim.

 -Tá bom, meu nome é Eren, prazer. - Eren disse levantando a mão. Mas Levi não a apertou, fazendo Eren suspirar. - Como vocês vampiros são mal-educados.  

 -Eu só não quero apertar essa sua mão suja. Não sei por onde andou.

 -Não está suja. Mas já que você não quer se apresentar eu vou perguntar mesmo. Você disse aquele dia que vampiros viveriam para sempre se sua morte só dependesse da idade, né?

 -É.

 -Então quantos anos você tem?

 -230 anos. Mas isso é considerado jovem, para nós, então não ouse me chamar de velho.

 -Tá bom. - Eren disse segurando a risada. - Mas você vira mesmo pó quando se expõe ao sol?

 -Não, eu me queimo, como se minha pele estivesse fritando, é bem mais tenso.

 -Entendi. Então o que acontece se eu fizer isso? - Eren disse abaixando o capuz de Levi e virando seu rosto diretamente para o sol.

 -Ah, filho da puta! Por que fez isso, imbecil?? Que droga! Isso demora pra curar!!! - Levi gritou cobrindo seu rosto com as mãos e colocando o capuz de volta.

 -Agora estamos quites. Você atirou no meu ombro com uma flecha envenenada e eu queimei seu rosto. - Eren deu uma pausa. - É, pensando bem, o seu é pior, quer ajuda?

 -Vai se fuder. E eu aqui tentando ser legal com um lobisomem, se quiser me ver de novo, vai ter que me procurar, eu nunca mais volto aqui. - Levi respondeu segurando seu capuz para que não caísse e saindo da floresta em passos largos.

 -Talvez eu tenha sido um pouco impulsivo...talvez muito..- Eren disse para si mesmo pensando que teria sido melhor deixar essa “vingança” de lado, mas agora se quisesse fazer as pazes e reconquistar seu novo amigo, teria que o procurar. Mas estava bem disposto a isso, só não sabia o porquê, ainda.

 Já Levi estava se arrependendo de ter confiado nele, achou que Eren poderia ser legal, mesmo sendo um lobisomem, mas pensava que seu tio tinha razão sobre essa espécie. Por outro lado, estava muito triste por Eren ter feito aquilo, tipo “por quê?”.

25 Tons de Sangue (Ereri/Riren) - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora