Após a lua cheia, Eren foi ao ponto de encontro como combinado, mas esperou por um bom tempo e Levi não apareceu. Pensou que ele poderia ter confundido a semana. Eren foi no próximo dia, e depois no outro, e no outro e Levi não aparecia. Até pensou em ir até o castelo novamente, mas pelo jeito que Levi agiu quando ele fora lá da última vez, pensou que seria melhor não ir.
No quarto dia depois da semana de lua cheia, Eren estava decidido que seria a última vez que iria se Levi não aparecesse, mesmo estando muito preocupado por dentro. Para a sua surpresa, Levi estava lá, sentado no chão enquanto se escorava em uma árvore. Eren se aproximou e logo perguntou por que ele não voltou depois da lua cheia.
-Problemas...lá em casa…
-O que houve? Foi sério? Eu já estava quase indo lá ver o que aconteceu.
-A vila em que nós caçávamos os humanos pelo sangue, descobriu que há vampiros na região, e se armou contra nós. Agora não podemos chegar perto de lá, se tentarmos, já era. Mas isso já aconteceu uma vez, por isso que nos mudamos pra cá, eu só vim dar um adeus…
-O que quer dizer com “adeus”?? Nós acabamos de virar amigos de verdade! Não pode ir embora desse jeito!
-Eren...não conseguimos viver sem sangue..temos que achar outro lugar pra morar…
-Mas tem que ter outro jeito…não há muitos humanos na Romênia, como sobreviveram por tanto tempo?
-Hã..é difícil explicar…
-Você está escondendo alguma coisa, não é?
-Por que eu esconderia algo? - Levi olhou para Eren mas logo desviou para o seu braço que estava com um leve corte. - O que aconteceu?
-Não muda de assunto.
Levi levantou depressa escondendo o rosto com o capuz.
-Eu tenho que ir.
-Espera aí! Estamos conversando! Vai sair assim?- Eren perguntou segurando o ombro de Levi e o virando, assim vendo seus olhos que antes eram azuis cinzentos agora estavam vermelhos brilhantes.
-Me solta...AGORA. - Levi disse com uma fúria que Eren nunca havia visto, assim largando seu ombro na mesma hora. Levi virou o rosto novamente, parecia estar tentando se controlar.
-O que..
-Eu menti, Eren.
-Como assim?
-Eu menti quando disse que não tomamos sangue de lobisomens. - O tom de voz de Levi estava recheado de mágoa mas ele não queria demonstrar.
-O que? Por quê??
-Eu não queria que você tivesse medo de mim, eu queria um amigo…- Levi disse e logo depois pensou “talvez mais”. - É por isso que estamos saindo daqui, porque eu não queria contar ao meu tio que existem lobisomens aqui, ele iria atrás de você e sua família e essa é a última coisa que eu quero que aconteça.
-Se preocupa mais comigo do que em você mesmo? Por que isso?
-Eu não sei, Eren! Eu não sei.
-A quanto tempo você não toma sangue? - Eren perguntou muito seriamente.
-Uma semana...eu acho.
-Isso é bastante, não é?
-Não, ainda faltam quatro semanas para eu morrer.
-Não é hora para piada.
-Não foi uma piada.
Eren suspirou e estendeu o braço.
-O quê?
-Você pode tomar um pouco do meu sangue, não vou morrer com isso.
-Como assim não vai?
-Os humanos costumam doar sangue uns para os outros quando alguém sofre algum acidente, mas é mais complicado porque o sangue precisa ser compatível e bla bla bla. Mas nesse caso não, então você pode tomar.
-Como sabe de tudo isso?
-Meu pai é médico. Agora para de enrolar.
-Tem certeza disso? - Levi disse se aproximando e cogitando a ideia.
-Meu coração está sempre bombeando sangue, posso perder até dois litros, já que tenho poder de regeneração maior do que os humanos. Consigo sobreviver, vai por mim.
-Já que tem tanta certeza…- Levi suspirou. Os dois sentaram no chão e Levi segurou o braço de Eren.
-Não olhe, por favor, eu fico desconfortável.
-Tá bom então, senhor fresco. - Eren disse olhando pro outro lado.
Levi cravou os dentes (que pareciam agulhas de tão afiados) na articulação entre o braço e o antebraço de Eren. No começo, ele sentiu uma dor muito forte, e depois conseguia sentir seu sangue saindo de suas veias, mas imaginava a sensação da boca de Levi na sua ao invés de no seu braço, e aquele pensamento o excitava, e aquilo na mente de Eren, não era bom.
Depois de alguns minutos, Levi parou de tomar o sangue e pôs a mão na boca por um instante, logo depois, retirando um lenço de seu bolso e colocando na ferida de Eren, que deu um pequeno sorriso.
-Meu sangue é bom, né? - Eren brincou.
-Não é meu favorito.
-Você só está me contrariando, eu sei que gostou.
-Não disse que não gostei, disse que não é meu preferido.
-Touché.
-Está doendo?
-Não muito, não se preocupe, eu vou ficar bem. - Levi corou um pouco. - Que bom que você está melhor.
-Como assim?
-Nunca te vi tão pálido como antes, agora está bem melhor. - Levi olhou para o lado com esse comentário.
-Ei, Levi…
-O que?
-Posso...sentir sua boca de novo? - O coração de Eren disparou ao fazer essa pergunta, nunca fora tão ousado assim, começou a tremer de nervosismo, não acreditara que havia dito aquilo.
-Quem sabe...eu esperei mais de 200 anos, você pode esperar alguns dias, não é? - Levi sorriu e se levantou.
-É justo. - Eren se levantou também.
-Mas já que você me fez um grande favor, eu posso te dar algo em troca. - Levi disse se aproximando, e beijando o canto da boca de Eren. - Não era exatamente o que você queria, mas já é alguma coisa.
-Como sabia que era isso?..
-Por favor, não preciso nem ler mentes pra saber que era isso, estava bem na cara. Enfim, eu vou tentar convencer meu tio dessa coisa sobre doar sangue. Se tudo der certo, te encontro aqui amanhã, dessa vez, é sério.
-Tá, tudo bem, vou estar esperando como sempre. Mas…
-O que?
-É que, a segunda vez que nos vimos, você não quis nem apertar minha mão. Agora lembrei que nunca nos abraçamos….só queria...uma vez antes de você ir..
Levi apenas sorriu e abraçou Eren, mas de um jeito bem aconchegante. Levi nunca imaginou que o corpo de Eren fosse tão mais quente que o dele, então ficou um pouco mais de tempo do que o esperado ali.
Enfim, Levi foi para casa pensando em como contar tudo isso para seu tio sem se preocupar em morrer.
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25 Tons de Sangue (Ereri/Riren) - Parte 1
FanficEren e Levi mesmo sendo de espécies inimigas, contrariam a todos e se tornam até mais do que apenas amigos, tendo que enfrentar todos os problemas de sobrevivência.