PRISIONEIRO

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  Os guardas me levaram até o calabouço, confiscaram minha armadura e me puseram em uma cela, o calabouço era cinza escuro, as celas tinham grades de energia cor dourada, como ficava no subsolo, o calabouço não tinha nenhuma janela.

  Sem saber a hora exata, por não ver o sol e nem ter nenhuma tecnologia, fui dormir na primeira vez que senti sono.

  No meio da noite, quando já estava dormindo, fui acordado por um chamado baixo e abafado, de uma voz feminina e meio infantil:

– Ei, soldado, acorde, acorde.

  Abri os olhos lentamente, pois estava sonolento, me virei devagar para a frente da cela, e fiquei surpreso, a garota que me acordou era a imperatriz, ela estava com um sobretudo preto, e estava sentada no chão, aparentemente tinha vindo escondida, mas por que alguém com poder quase abissoluto, visitaria um prisioneiro escondida no meio da noite?

– O que faz aqui imperatriz? – perguntei com uma voz calma.

– Vim me desculpar – respondeu Kalyra com um tom cabisbaixo.

– O quê? – falei surpreso.

– Eu pensei sobre o que disse, você estava certo – disse Kalyra, com um tom calmo.

– Sobre o que? – perguntei com um tom levemente assustado.

– Sobre eu ser mimada, foi só me estressar que já mandei te prender – disse Kalyra, com um tom cabisbaixo.

– Me enganei quanto a você – comentei sorrindo.

– Como? – surpreendeu-se Kalyra.

– Pensava que você era uma garota mimada e arrogante – comentei.

– Agora não me acha mais mimada e arrogante? – disse Kalyra, com um sorriso é um tom meigo.

– Mimada sim ... – falei sorrindo.

– Quê? – fala Kalyra, com um tom raivoso.

– ...mas arrogante não, alguém arrogante, não se desculpa com alguém tão abaixo de sua classe, é mais madura do que imaginei – falei sorrindo.

– Obrigado – agradeceu Kalyra.

– De nada – disse com um sorriso.

– Mas por que discutiu comigo? Não sabia que eu podia mandar te prender? – perguntou Kalyra, com sua voz fofa e enclinando o rosto para sua direita.

– Sabia sim – respondi.

– Então por que discutiu comigo? – perguntou Kalyra forçando as sanbrancelhas para baixo.

– Porquê você estava errada, e o poder não muda isso, não podia ficar quieto – falei em um tom sério.

– Você é do tipo que fala tudo que vem a mente não é? – perguntou Kalyra, com um tom arrogante.

– Sim, e tenho orgulho disso – falo em um tom levemente cômico, batendo meu punho no peito.

– Eu estava pensando, se eu estava errada no plano, por que quase todos generais me apoiaram? – Comentou Kalyra em um tom pensativo.

– Ainda acha que está certa quanto aquele plano horrível? – questionei indignado.

– Não, ele não faz sentido – respondeu Kalyra com um tom triste.

– Então, por que citou a aprovação das generais? – perguntei sem entender direito.

– Você não acha estranho generais tão experientes apoiarem aquele plano? – perguntou Kalyra, arqueando uma de suas sanbrancelhas.

SOLDADO DE TÉROOnde histórias criam vida. Descubra agora