Eu estava segurando com as duas mãos o céu da boca do Ôneiro, com toda a minha força, mantinha sua boca escancarada enquanto minhas veias brilhavam com o poder do Néctar Saphira, e meu suor escorria dentro de meu traje. Sem poder mover as mãos, os nanites de meu traje de moviam, fluíam como água, e criaram um canhão laiser em meu peito, apontando para a garganta da criatura, então ele começou a carregar energia quando...
— SAIA DA FRENTE! — gritou eufórico o miserável do príncipe Criógenos, que voou rapidamente para a boca da criatura, me empurrando, me arremessando dali.
Enquanto caia, olhei para ele na boca do Ôneiro, vendo Criógenos erguer seu braço esquerdo segurando a boca da criatura, e esticando o braço direito criando um canhão na direção da garganta da criatura. Enquanto isso, meu canhão que já estava armado, disparou, e atingiu de raspão o braço esquerdo de Criógenos, mas ele não se desestabilizou, pelo contrário, vi uma espécie de água surgindo no corte que não era pequeno, a água congelou e mudou de cor para o branco de sua pele, logo depois a armadura se reparou fechando com os nanites.
Ao ver aquilo, eu estranhei muito. Ou isso é uma tecnologia nova, ou ele é de Zulgar. Pensei desconfiado, então cai no chão, ouvindo um som alto do disparo de Criógenos, e logo um som mais alto ainda, do Ôneiro caindo. Alguns soldados pararam a minha volta preocupados, eu não me movia, um ar tenso surgiu, e alguns instantes depois, bati a mão ao lado do capacete, que se desfez, então sorri pra eles e falei:
— Eu consegui matar o Crió... Digo, o Ôneiro? — falei debochado, então eles começaram a rir.
— Kkk, não garoto, mas foi uma boa tentativa — falou Antéro, segurando a risada, e então me estendeu a mão e me ajudou a levantar — se ele não tivesse roubado sua idéia... — complementou ele, com um tom decepcionado e um tanto raivoso.
Olhei para o Ôneiro, vendo seus olhos abertos e vazios, olhando para o nada, enquanto seu corpo estava jogado na arena, totalmente desengonçado, e seu sangue saia por sua boca.
— O maldito roubou minha vaga na final... — falei baixinho, endiguinado, com os olhos entreabertos, a testa franzida, as sobrancelhas apontadas para baixo, e os punhos fechados cm força.
Enquanto isso, o público da arena vibrava com a morte do animal, alguns saudavam Criógenos, outros o vaiavam, pela desonra de roubar a vitória de outro guerreiro de forma tão suja. Entre estas divergências, algumas brigas começaram a surgir entre os soldados que assistiam nas arquibancadas. Enquanto isso, na sala onde as generais estavam, a maioria estava animada, sorrindo, debatendo sobre a vitória, até a Anciã estava alegre, claro, seu escolhido estava na final. Porém, duas não estavam animadas, Cassandra e Kalyra, que ficavam quietas, as encarando, e conversando baixinho uma com a outra:
— Aquele miserável, é bem a cara da Anciã chamar esse tipo nojento de pessoa — falou Cassandra com uma voz baixa e raivosa.
— Nem me fale... Mas pelo menos Ágis está bem, poderia estar melhor, mas pelo menos não morreu — disse Kalyra em voz cansada e chateada, já se consolando e se contentando.
Então os telões acima do campo de batalha ligaram, mostrando a Anciã, que estava em frente aos controles ali daquela sala. Ela nos comunicou então as seguintes instruções:
— Muito bem guerreiros, agora voltem para seus favos — "favo" era um jeito esnobe e rude de chamar os dormitórios dos guerreiros, ou as salas onde os gladiadores da arena esperavam para entrar em luta — e aguardem lá, enquanto retiramos o Ôneiro do campo de batalha, em seguida iniciaremos os duelos — ela então desligou, seu comunicado foi calmo, mas se notava que ela segurava a animação de Criógenos ter vencido.
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SOLDADO DE TÉRO
FantascienzaDurante a invasão dos Zulgarianos ao planeta Téro, o planeta foi evacuado, e seus cidadãos se estabeleceram em um planeta visinho, a Terra, que na época era habitada por neandertais, porém a falta de recursos tecnológicos obrigou os Téroanos a começ...