Sem essa de Destino! [vmin]

[02]

Jersey City, Estados Unidos
1984

Ele caiu. Era normal cair e levantar depois era uma consequência, porém ele nunca levantada sozinho, TaeTae estava ali o tempo todo.

Ajudou — naquela época — mais alto a se levantar e cocou-o de volta na bicicleta nova, segunrando o acento enquanto o via pedalar devagar até finalmente solta-lo, apenas para ver que ele cairia de novo.

É Rodi! Se não bastassem serem os únicos asiáticos em todo o ensino fundamental, um nao sabia andar de bicicleta e o outro era péssimo no fliperama, assim nunca teriam uma galera legal para andar!

Não se atentou a isso, foi buscar o amigo que chorava baixinho no asfalto frio da rua em frente à sua casa, resmungando em coreano e um pouco no inglês que sabia.

— Eu não consigo entender porque você vive caindo por aí, parece que a gravidade te detesta — ouviu o amigo rir e o acompanhou mesmo que não quisesse.

Como de costume, o ajudou a levantar e limpar suas roupas sujas nos joelhos e nos cotovelos, erguendo os olhos para o rosto não mais choroso. Não esperava que fosse ver um sorriso e sentiu um frio na barriga. Os olhos do outro ficavam minúsculos quando ele sorria e achava isso muito fofo, embora não fosse admitir isso para ninguém, o achariam estranho.

— Minha omma diz que é porque tem um fio vermelho enrolado em mim e eu sempre tropeço nele  — respondeu, tentando enchergar e sorrir ao mesmo tempo.

— Fio vermelho? Porque isso? Que coisa boba.

Deu de ombros.

— Não sei direito, mas a omma disse que tem a ver com você...

— Quer dizer que eu amarrei um fio vermelho em você e...

— Não sei TaeTae! Mas a gente pode ir lá perguntar! — um sorriso sapeca pintou seu rosto e ele se preparou para correr — Quem chegar por último é a mulher do padre!

E saiu em desparada rumo à sua casa, tendo seu amigo logo na cola, que riu de si quando escorregou e caiu de bunda perto dos degraus da escada.

Sorte a dele que o amigo ainda estava lá para ajuda-lo à levantar. Talvez se com seus dez anos de idade ele soubesse que nem sempre teria aquela ajuda, tivesse caído mais vezes.

De qualquer forma, nunca poderia saber.