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Seoul, Coréia do Sul
2017

Para quem estava morto de cansaço no avião, quase desabando com o nariz achatadinho sobre os petiscos dados durante o vôo, parecia bem animado quando finalmente chegou em casa. As lembranças da tour que acabara ainda estavam frescas em sua mente. Não conseguia acreditar que fizeram quarenta apresentações, cada uma mais marcante que a outra e que tinham acabado —  tinham um imenso projeto nas mangas, entretanto, terminar aquela tour era dá-lo um certificado, o fim de uma era.

Não teve tempo de sentir-se triste, contudo. Viu seus outros companheiros de grupo, sua família se espalhar pela grande sala que dividiam, alguns se jogando ao chão, ou correndo para a cozinha ou banho. E ainda teve um deles que se esparramou sobre si no imenso sofá escuro, rindo quando arfou sob seu peso.

Logo, um se acomodou no abraço do outro, no calor e no cheiro no outro. Seus corações batiam em sintonia e era algo tão comum que deixaram de se importar  com o tempo. Era sempre especial, sabiam disso e o contato visual e se suas peles em carinhos puros traziam sentimentos tão intensos que apenas se calavam, temendo estragar o momento.
Seus olhares se cruzaram e seus espíritos deram as mãos e tudo pareceu mais que certo, como se sempre fizesse sentido.

Como uma fórmula matemática.
Ou um mandamento religioso.

Religiosamente, mesmo que nenhum dos dois seguissem à uma religião de fato, encostaram suas testas e aproveitaram tudo o que um transmitia para o outro.

— Eu te amo, Jimin-ssi.

Não houve uma resposta, não precisava, assim como nunca precisou de um explicação sobre de onde surgiu esse amor todo —
embora Jimin soubesse — não se resumia à romance ou a paixão, era algo a mais e nada podia definir. Eles eram o que eram e isso era completamente satisfatório.

Tudo aconteceu como deveria acontecer.

Sem essa de Destino! [vmin]Onde histórias criam vida. Descubra agora