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-Oh Meu Deus.- é a única coisa que consigo pronunciar.

Levanto-me rapidamente e corro para perto de Jacob.

-J-Jacob??- gaguejo, observando de perto o rosto do meu irmão. -Jacob?!?!! - grito de desespero quando reparo que o seu corpo começara a tremer.- Oh meu Deus!! Enfermeira! - chamo em pânico por ajuda, ao ver o meu irmão naquele estado.

Não demorou muito tempo até uma equipa médica entrar apressadamente no quarto expulsando-me imediatamente. Tentei contestar várias vezes mas sem sucesso. Tive mesmo de sair do quarto.

-Jacob vai ficar bem, Jacob vai ficar bem....- sussuro consecutivamente para mim mesma, na tentativa de me controlar. Não consigo parar de chorar desde que me obrigaram a sair do pé do Jacob, até já me é difícil respirar. Passaram 27 minutos e ainda nada.

Já bebi água com açucar, já fui lá fora apanhar ar mas nada me acalma.

Eu preciso de ver Jacob, preciso de me certificar de que ele está bem.

Vejo um homem correr na minha direção e recuo em passo atrás. Eu não o reconheço mas algo na cara dele me diz que não devo ter medo.

-Oh Meu Deus... minha filha como estás?- ele pergunta preocupadamente abraçando-me com força.

-Desculpe, mas quem é o senhor?- eu pergunto um pouco desconfortávelmente. Apesar de não me lembrar deste homem, há algo nele familiar, sei que posso confiar nele mesmo não sabendo quem ele seja. Eu  sinto que, de alguma forma, eu já o conheço.

-Oh não... já começou... ela já começou a esquecer das coisas...- o homem sussura com uma expressão nada boa o que me faz sentir cada vez mais confusa.

- Desculpe, como assim? O que quer dizer com isso?

O homem lança-me um olhar profundamente triste antes de voltar a falar novamente.

-Senta-te. Vamos precisar de falar, tenho muita coisa para te dizer. Sei que vai ser difícil de acreditar mas é a verdade.- ele diz ligeiramente nervoso, enquanto eu me sentava e o olhava atentamente.

*****

Assemelho a minha cabeça a uma montanha russa neste momento. Este homem à minha frente que diz ser meu pai, contara-me bastanta informação cuja penso que seja completamente absurda mas, por alguma razão inexplicável, há uma parte de mim que acredita profundamente nisto.

Sei que se eu fosse uma pessoa minimamente inteligente, deveria desde logo o início, ter fugido deste homem mal começou a falar sobre estas coisas irreais mas, eu sei que ele está a dizer a verdade. Não sei como, ou porque raio acredito nisto tudo, só sei que por alguma razão eu acredito cegamente nesta loucura.

Não deixo de me sentir incomodada com toda esta informação e de duvidar de mim própria, pois eu realmente não entendo a razão de eu acreditar e ter a certeza de isto ser verdade. E sinceramente esta informação afetou-me pois supostamente eu estou a perder a memória. Estou a esquecer tudo, a minha vida, as pessoas que nela passaram, o que por eu passei, quem eu sou realmente.

Olho para o homem ao meu lado e vejo o seu olhar triste. Não deve ser fácil para ele também, a sua filha (que supostamente sou eu) está a perder a memória e ele não pode fazer nada para o impedir.

Tenho de admitir que estou com um pouco de medo. Esta informação é quase irreal! Eu tinha poderes, depois perdi-os....

-Que loucura...- eu sussuro fechando os olhos por minutos tentando aliviar a dor de cabeça que sentia.

Eu não devia acreditar nisto, eu devia fugir desta gente louca mas não o faço porque eu sei, nem sei como, que tudo isto é verdade.

Com os olhos ainda fechados, tento vasculhar na minha confusa mente, lembrar-me de todas as lembranças que provavelmente ainda não esqueci.

Suspiro ao chegar à conclusão que, as únicas lembranças que ainda guardo, são as que tenho com Jacob. Não me lembro de mais nada.

Ouço passos em nossa direção e abro os olhos repentinemente avistando o médico do meu irmão com uma expressão radiante.

-O seu irmão acordou.

And Now 2Onde histórias criam vida. Descubra agora