The secret of the cards

capítulo 2

~2012~
Dias antes das cartas

O dia estava tranquilo, Gizelly estava concentrada em seus cadernos enquanto Rafaella atormentava a garota de hora em hora

_ Já chega, titchela_ rafa faz biquinho _ eu não aguento mais estudar, larga esse livro e vamos ver um filme por favorzinho

_ rafinha a gente tem prova amanhã e se a gente não tirar uma boa nota a gente não vai entrar na faculdade _ a menor fala sem tirar os olhos do livro

_ Por favor, Gi _ Rafaella faz biquinho novamente, Gizelly acaba rindo da garota, ela adorava o jeito com que a maior conseguia ficar fofa e lhe convencer de qualquer coisa em questão de segundos.

_ Tá bom rafa você venceu _ Bicalho fala rindo e fechando o livro que estava lendo _ qual filme vamos ver? _ a capixaba pergunta ao se deitar na cama com a mineira que agora estava com a cabeça em seu ombro

_ Não sei, que tal Madagascar?

_ Pode ser _ Gizelly da de ombros e coloca o filme.

As garotas assistiam ao filme entre conversas e risadas, era realmente um clima muito bom entre elas, ambas amavam a sensação de confiança e lealdade que existia entre elas.
Rafa e Gizelly eram amigas desde pequenas e isso nunca mudou, exceto por Kaliman que nutria dentro de si não apenas sentimentos de amizade, mas também algo além pela capixaba, porém Rafaella não poderia se abrir sobre seus sentimentos, não tinha apenas as duas, mas sim muita coisa envolvida.

Rafa tentava não demostrar, mas Gizelly sabia que a mineira estava escondendo algo, porém a menor sabia respeitar o tempo da amiga e iria esperar o momento em que ela quisesse dizer oque estava acontecendo. A relação das duas talvez por este motivo tenha dado tão certo esse tempo todo.

~2022~
tempos atuais

Gizelly Bicalho estava agora fazendo a sua caminhada matinal, ela gostava de sentir o ar fresco e caminhar pela praça todas as manhãs, era algo frequente em sua vida, ajudava a tirar um pouco dos problemas da cabeça e esquecer daquilo que não devia lembrar. Ela estava distraída com seus fones de ouvido quando sem querer se esbarra em alguém, ela se levanta para pedir desculpas, mas ela perde a voz, ao perceber quem era, ela não conseguia falar nada, Rafaella que agora pegava as suas coisas do chão, que tinham caído devido ao esbarrão, pediu desculpas e comprimentou a capixaba

_ anh... oi, desculpa_ Rafa estava totalmente sem graça, fazia anos que não falava com Gizelly, ela sabia que a menor não a suportava, porém os sentimentos de Kaliman continuavam os mesmo de anos atrás, mesmo estando agora namorando Daniel

_ é... sem problemas, tá tudo bem _ Gizelly agora conseguia raciocinar, ela tinha ficado em choque não por ter encontrado Rafaella, mas sim pelo que a maior carregava consigo _ você continua desenhando pelo que posso ver _ A capixaba tinha mágoas, mas estava feliz por saber que a mulher não tinha abandonado uma de suas paixões e principalmente por ver que ela ainda utilizava o caderno dado por ela.

_ sim... me acalma, não sei se você se lembra _ Rafa não estava confortável com aquela situação, seus desenhos eram algo íntimo, ela não compartilhava com ninguém, Gizelly foi a única pessoa que um dia chegou a vê-los, mas agora depois de tudo que aconteceu, deixar com que a mulher chegasse perto de seus desenhos novamente, parecia algo errado e assustador.

_ sim, eu me lembro, eles eram lindos _ Ela queria vê-los novamente, mas como sempre, Gizelly sabia decifrar Rafaella como ninguém e percebeu o desconforto da maior, ela sabia que não devia ultrapassar aquele limite, além do que, seria estranho tentar uma aproximação depois de tudo.

As garotas se despediram meio sem graça, ambas acharam estranho este pequeno encontro, não teve briga, provocações ou troca de insultos, elas apenas respeitaram o espaço uma da outra, assim como antigamente. Rafa não tinha entendido nada, pois sempre que tinha um mínimo contato com Gizelly, a capixaba lhe jogava na cara o quanto ela era covarde e só sabia fugir de tudo, enquanto do outro lado Gizelly estava sem entender oque tinha sentido ao ver o caderno nas mãos de Rafaella e por qual motivo a mulher ainda o carregava consigo. Ambas estavam confusas, mas ambas sabiam que uma coisa nunca mudaria, a conexão entre elas sempre seria a mesma, não importa o tempo ou oque acontecesse.