CAPÍTULO 13

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Heeeeey, olha que rápida elaaaa!

Mas não se acostumem, voltei hoje porque me senti em divida com vocês.

RECADO IMPORTANTE: em algum momento da história vão se deparar com esses

símbolos **** após um nome famoso, a explicação estará lá no fim do capítulo.

Sem mais, boa leitura...

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 Eva entendia tudo o que Lucía queria dizer. Entendia que ela queria um relacionamento de verdade, que não podiam continuar se escondendo daquela forma. Também parou de contestar após Lucía jogar na sua cara como ela era hipócrita ao rejeitar o relacionamento de sua irmã quando ela mesma mantinha uma relação homo afetiva. Mas Eva não conseguia agir contra essa atitude, esses pensamentos preconceituosos.

Mesmo quando tentava imaginar uma vida livre ao lado da loira, seus nervos todos se retraíam e as lembranças de anos atrás lhe tomavam justificando sua falta de ação quando Lucía terminou seja lá o que tinham, quando a loira cansada de tudo deu um ponto final na quase história delas.

Eva ficou ali, na poltrona do próprio quarto, encarando as paredes claras, os gritos de Lucía ecoando em seus ouvidos e se misturando com lembranças que tentava ao máximo conter.

Eva tinha 15 anos e uma personalidade tão forte quanto o sobrenome que levava. Era acostumada com toda a vida boa que tinha e tudo o que podia fazer quando quisesse. Eva não era muito unida aos seus três irmãos, não gostava da forma como Valentina tinha toda a atenção por ser a mais nova e Guille parecia mais o rei da casa, pois seu pai amava exaltar o seu varão. E Eva, ah ela era a filha mais velha, um pouco teimosa e rebelde, que devia seguir as regras do pai. Era linda e já parecia bem mais moça do que a idade dizia, arrancava suspiros dos colegas da escola e muitas revistas queriam fotografar a bela filha do império Carvajal.

Com muita insistência durante as últimas duas semanas, Eva conseguiu convencer o pai a deixa-la se matricular em um curso de desenho. Ela era louca por arte e já pensava seguir carreira na área, talvez pintar quadros, ou ser curadora de alguma galeria de artes famosa.

Mas o principal motivo de Eva querer tanto fazer aquele curso em especifico era porque Ana, sua amiga, faria também. E Eva costumava fazer tudo o que Ana lhe pedia, ninguém além daquela morena de traços tão característicos, conseguia tirar tantas coisas de Eva.

A mais velha Carvajal não entendia muito bem o que sentia, mas era sempre uma vontade louca de estar junto de Ana. Costumavam trocar confidências, falar sobre coisas bobas, ir as compras juntas, como qualquer amiga. Mas também passavam horas deitadas na cama uma da outra ouvindo algum cd novo, as mãos unidas e carinhos a mais sendo entregues, os olhares que sempre se encontravam em momentos certos e demoravam demais para se separar, as bochechas vermelhas quando se trocavam de frente a outra, os sonhos que se tornavam úmidos quando eram protagonistas.

Ana era uma garota decidida, pais liberais que a incentivavam a ser quem quisesse, desde que em tudo o que fazia plantasse o amor. Eva gostaria que seu pai fosse mais como eles.

Não foi surpresa então quando a amiga a beijou pela primeira vez, estavam na piscina sozinhas na casa de Ana e Eva gostou, gostou muito mais do que deveria. Sabia que para os pais de Ana estava tudo bem se ela gostasse de uma garota, já haviam conversado sobre isso. Mas na família Carvajal era diferente, Eva não podia nem imaginar a reação do seu pai se soubesse das duas, na verdade até podia, mas não era nada boa.

Foi por isso que as duas garotas mantiveram uma relação escondida durante os três últimos meses antes do verão e agora que as férias estavam tão próximas, Eva só queria algum motivo para continuar perto de Ana e não seguir para alguma viagem com os pequenos irmãos chatos.

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