Arrependimento e dor

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Shaina:

Desde que a Guerra Santa contra Hades havia começado que meu coracão não tinha mais sossêgo, vivia sempre em alerta e sem muito tempo para pensar ou até mesmo para sentir. O que me deixava mais angústiada era saber que os poderosos cavaleiros de ouro estariam no inferno lutando arduamente para salvar Athena e a humanidade, mas  dentre eles, havia um em especial, Miro de Escorpião. 

Olho para o oitavo templo, meu coração batia cada vez mais acelerado só em pensar que ele não pudesse mais voltar, no entanto sabia que escolhemos essa vida, mentira, eu não escolhi nada e nunca quis ser amazona. Mas aquele momento não era hora para se lamentar do passado e sim torcer para que todos voltassem, inclusive Miro, o meu Miro para que eu pudesse em fim cumprir a minha promessa, de dizer a ele o quanto eu o amava. 

Estava ali olhando para o céu com meus pensamentos quando Marin me trás de volta para minha realidade. A olho e a sinto tão angustiada quanto a mim, pois sei do seu amor e da sua ligação com Aioria de Leão, mas ela sempre responsável colocando sua missão em primeiro lugar, sempre firme, não deixando seu coração falar mais alto nesses momentos, pois mesmo angustiada sempre colocou na sua mente que eram cavaleiros e que seus destinos eram de proteger a Terra e a deusa Athena, mesmo que pra isso tenham que morrer. Eu sou Shaina, impulsiva e não conseguia separar isso, queria mais é que a humanidade explodisse junto com Hades, mas queria meu Miro aqui de volta, sei que estou sendo egoísta mas essa era a verdade. 

Ela me conhecia tão bem que me olhou de cara feia, nesse momento não usávamos mais máscaras e pude ver em seus olhos o seu olhar de repreensão, mas não me importava, nada mais me importava, era isso que eu dizia pra mim, mas lá no fundo sabia que ela tinha razão e assim como eles estão cumprindo seus papéis temos que cumprir o nosso que era de proteger o santuário. Olho pra ela e logo em seguida os redor vendo que Seika, Kiki e outros cavaleiros de bronze estavam perto de nós e juntos ficamos na entrada do santuário. 

Podíamos sentir bem de longe o cosmo dos Dourados e dos bronzeados o  que deixou meu coração mais aliviado, pois mesmo fracos sabíamos que estavam vivos. A cada hora que se passava se transformava numa eternidade já não aguentava mais ficar aqui parada aguardando as notícias, queria estar lá e ajudar de alguma forma, mas quando pensei em ir fui interrompida por Marin que disse que meu lugar era aqui, e o que podiamos fazer já estávamos fazendo. Tentei argumentar mas não estava conseguindo quando vimos as armaduras de ouros dos cavaleiros que estavam mortos deixando o santuário rumo ao inferno, assim como as energias de Camus, Shura, Afrodite, Saga, Aldebaran, Mask e Aioros. Nossas esperanças se renovaram, mas ao mesmo tempo nossa preocupação aumentou, pois eles deveriam estar com dificuldades na guerra. Era um misto de emoções, não sabia direito o que sentir e pensar, mas o certo era que queria meu Miro aqui de volta. 

As horas foram se passando e com elas a angústia também, sempre que sentia meu coração mais apertado olhava para o oitavo templo e a imagem que me vinha a cabeça era a figura imponente de Miro, trajado com sua armadura na pedra bem em frente ao templo olhando o santuário, um verdadeiro guerreiro pronto a guerrear ao primeiro sinal de perigo. Era essa visão que teria ter novamente, dele aqui, mostrando pra todos que ele era um dos doze cavaleiros mais forte do santuário e colocando a cambada no seu devido lugar. 

Era isso que me atraia nele, seu vigor, seu jeito másculo, seu sorriso, seus lindos cabelos e seus lindos olhos. Enquanto me lembrava das qualidades do meu Miro, sinto um arrepio e uma sensação horrível quando deixamos de sentir os cosmos dos cavaleiros que se apagaram de forma repentina, sem querer acreditar, fecho meus olhos e tento sentir o cosmo de Miro, mas inútil, havia desaparecido com os outros. Nesse momento meu coração parou alguns segundos, minhas pernas estremesserem, meus olhos arregalados olhando para o templo de escorpião, minha mente só dizia.

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