38. brave, brave, brave

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Aleluia meu pai 🙌🏻 Perdão pela demora. Para compensar, ainda essa semana vai sair o capítulo 39 :)

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Jimin observou os seus pés enquanto caminhava, mochila pendurada em seus ombros, drive USB na mão. Fones de ouvido postos, pequeno leitor de CD zumbindo levemente com o disco dentro, Mono derramando em seus ouvidos. Ele passou o polegar sob o USB, a curiosidade sempre o despertava quando ele pensava sobre como Hayoon lhe dera isso tão repentinamente.

Se tinha passado uma semana. Uma semana de caminhada para a estação de polícia depois do trabalho ou durante as pausas do almoço, tentando construir a coragem para ir lá dentro, para revelar seus segredos. Mas ele não conseguia, falhando toda fodida vez. Não podia, sempre quebrado por olhos escuros e palavras cruéis. Não conseguia dizer a outra pessoa, muito menos ao mundo inteiro, o que ele tinha passado por 2 anos.

Você está fazendo isso por ele, Jimin lembrou a si mesmo.

Porque Jimin sabia que se ele voltasse para Jungkook, se ele cedesse ao que o seu coração queria, ele não seria capaz de sair novamente. Para fazer o que deveria ser feito. Para falar. E ele se odiou por isso, por ser da maneira que ele era. Sabia que mais alguém conseguiria fazer as duas coisas. Mas não ele, nunca ele. Ele teria de fazer isso sozinho, porque era essa a forma que ele sempre fazia as coisas.

Covarde.

Jimin se encolheu, colocando o USB devolta no seu bolso, tentando desesperadamente afogar as palavras dentro de sua cabeça. Afogá-las com música, com Mono. Mas as palavras, elas foram persistentes, ficaram presas nas paredes de sua mente como dardos. Afiado, rápido e mortal. Lascado na fundação fraca que ele mesmo construira.

Eu te dei tudo.

Jimin balançou a sua cabeça, a testa franzida pela dor de cabeça constante que ele tem vindo acomulando nos últimos dias.

A minha putinha.

Balançou a sua cabeça denovo e denovo, esfregando a sua têmpora. Aumentou o volume no seu leitor de CD. Aumentou tão alto que estava explodindo pelos seus ouvidos, sabendo que as outras pessoas conseguiriam escutar isso através dos fones de ouvido.

Mostre-me como está arrependido.

Bilís, bilís picando atrás da garganta de Jimin. E ele já estava em seu apartamento, as mãos tremendo enquanto ele lutava para colocar a chave na fechadura. Inclinou a testa contra a superfície fria à sua frente, os olhos bem fechados, coração batendo, batendo, batendo para amordaça-lo, empurrando aquela bilís.

Virou a chave bruscamente, empurrando a porta da frente quase tropeçando enquanto ele corria pra dentro. A porta se fechou, trancou, e pressionou as costas contra a parede. Tímpano doendo pelo o quão alta a música estava.

De repente, esses momentos eram sempre tão repentinos. Não conseguia parar as palavras que tremiam na escapatória da sua mente. Não conseguia parar, não conseguia parar. Era frustrante, frustrante para si por sempre ser tão fraco, coração tão suave. Sempre tão maleável, tão ingênuo, tão...

Respirou fundo. Pulmões estremecendo com o quanto de ar seguravam. Sua cabeça ficou um pouco leve enquanto Jimin soltava a sua respiração. Respirou outra vez fundo e a soltou. Inspirou e expirou. Respirando, respirando lentamente. Tentando se acalmar.

Jungkook. Precisava de Jungkook.

Jungkook não estava aqui.

Jimin também o deixou.

Love and Hate Sound Just the Same to Me || Jikook || {pt-br}Onde histórias criam vida. Descubra agora