One ⚛

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Mark olhou para trás tristemente, dando uma última olhada longa na universidade. Ele estava indo tão bem; ele tentou tanto. Parecia que brincar de ser "normal" aparentemente era pedir demais.

A família de Mark estava no negócio de roubar. Todo mundo que ele conhecia era um grande ladrão, roubando arte de museus, joias reais e qualquer coisa que tivesse alta segurança tecnológica. Sempre se esperava que Mark fizesse parte da equipe, e ele fez sua parte, mesmo com 4 anos de idade, antes de realmente entender tudo. No começo, ele tinha gostado, vivendo a  adrenalina de um roubo. Mas agora ele fugira de tudo, de tudo o que sabia. Ele não queria uma vida assim. Mark sempre quis uma vida normal. Então, para fugir, ele se matriculou em uma universidade pequena, mas de prestígio, fazendo o papel de estudante universitário comum. Tudo estava indo bem, muito bem, e Mark estava aproveitando sua nova vida - aproveitando a tempo para que tudo fosse arrancado de si.

Mark ainda não tinha certeza de quem fez isso, mas ele foi culpado. A decisão oficial foi invasão e destruição de propriedade. A propriedade do presidente da universidade, para ser exato. Mark sorriu pensando na brincadeira. Era  inofensiva, mas o presidente não tinha senso de humor. De alguma forma, eles tinham filmagens de Mark saindo da cena assim que a brincadeira terminou - exceto que não era Mark naquele vídeo. Com a gravação granulada, era fácil pensar que era ele, mas Mark sabia que ele estava desmaiado bêbado em seu dormitório na época. Era uma pena que ele vivesse em um único quarto. Nenhum álibi.

Mark passou a mochila pelo braço. Deu uma última olhada no campus e virou-se, caminhando em direção ao táxi, com um suspiro.

Exceto que não era um táxi esperando por ele. As sobrancelhas de Mark se curvaram em confusão, depois em reconhecimento, e Mark apertou a ponta do nariz em exasperação. Abriu a porta do elegante carro preto e entrou, recusando-se a reconhecer o outro passageiro e fechou a porta com irritação.

— Eu pensei que você poderia precisar de uma carona.

Mark olhou teimosamente para longe do outro passageiro quando o motorista começou a puxar o carro para longe da universidade, os braços cruzados com raiva. Como ele ousa!?

— Adeus, escola chata! - O homem acenou para os edifícios que desapareciam antes de se voltar para Mark, encostado na janela de um jeito arrogante. — Olá, Dimsum. É bom te ver.

Mark se permitiu olhar para o outro homem no carro, mas com um brilho. O que ele deveria dizer? Obrigado por me expulsar? Senti sua falta? Eu acho que você ficou mais quente desde a última vez que vi você?

— Eu deveria saber que era você.

O homem sorriu, dando um tapinha no ombro de Mark.

— Pronto pronto. Admite. Voce estava com saudades de mim.

Mark simplesmente revirou os olhos e apreciou a leve careta no rosto do homem quando ele se afastou da mão, virando-se de propósito para afastá-lo.

— Você me expulsou, Jackson -  ele sussurrou.

— Seja bem-vindo.

Mark enviou outro olhar mortal para Jackson.

— Vamos, Mark. Você sabe que aquele lugar não era para você.

— Você quer dizer que não era para você. Eu poderia ter sido normal, Jackson.

— Você nunca será normal, Mark. Aquele navio navegou.

— Eu poderia ter sido feliz lá.

Jackson olhou para Mark com um sorriso.

— Claro, você continua e continua dizendo a si mesmo isso.

Been Caught Stealing (Your Heart) Onde histórias criam vida. Descubra agora