3. Dumb Witness

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LOVELY - CAPÍTULO 03

Freeman abaixou-se próximo ao corpo, tomando o cuidado de não encostar nele ou no sangue. Um homem, que percebeu rapidamente como sendo Lorde Fairchild, afastou Lady Herondale, que continuava em prantos. Havia um objeto no chão. Aproximando um pouco a cabeça, viu que tratava-se de um punhal ensanguentado. Seu cabo estava circundado por um lenço, prevenção provavelmente tomada para que as luvas de quem o segurasse não fossem sujas.

"Todos afastem-se." Falou Pontmercy, alto. "Por favor." Acrescentou, um tanto nervoso.

Não foram necessários muitos movimentos, pois a maioria dos presentes estava mantendo-se distante do corpo. O policial então voltou-se para Lady Herondale, que estava com os outros, sendo apoiada pelo conde. "Lady, você confirma a identidade do falecido, como sendo seu filho Stephen Herondale?"

"Meu filho…." Murmurou a marquesa antes de desmaiar nos braços de Lorde Fairchild.

Freeman enviou um dos agentes para chamar reforços, incluindo um médico-legista e o restante da equipe de perícia. Olhou para Pontmercy e eles encararam-se por uns instantes. Ambos haviam visto o punhal e notado que era uma arma cara. Juntando isso ao recente atentado a Lorde Morgenstern, era difícil não imaginar que um dos ilustres convidados tivera um dedo naquela situação cabeluda. Reviram então os olhares arrogantes do duque Lightwood e o visconde Trueblood, a expressão impaciente do marquês Wayland e o jeito perdido de Lorde Morgenstern, e tiveram certeza de que haviam metido-se em uma imensa enrascada. Freeman quis ter ficado em Londres.

***

Lorde Valentine Morgenstern seguiu o restante dos homens em direção à sala principal. Sua cabeça ainda doía, mas compreendia que seu estado não era a prioridade do momento. Os detetives haviam pedido gentilmente para que todos os convidados esperassem no local enquanto outras forças policiais não chegavam. Dois agentes ficariam com eles no aposento. Um estava com eles naquele momento, o outro provavelmente estava conduzindo as mulheres até ali e explicando-lhes a delicada situação. Um assassinato no casarão Herondale era de fato um acontecimento absurdo, mas vendo o sangue e a arma branca próxima, era algo inegável. A polícia certamente perguntaria o que estavam fazendo durante o crime assim que apurassem o horário da morte. Isso não seria difícil. Sua memória estava um tanto borrada devido ao golpe que recebera, mas lembrava-se de Srta. Rosewain.

Todos acomodaram-se no aposento. As madames levaram alguns minutos para chegar. Compreensível, visto que damas precisavam manter a postura em todas as situações. Quando elas sentaram-se nos sofás próximos, viu alguns olhos um tanto vermelhos, mas poderia ser apenas uma impressão. Ou esperança. Jocelyn e Srta. Montclaire pareciam abatidas. Maryse tentava manter o rosto inexpressivo, e os olhos inteligentes de Srta. Rosewain moviam-se rápidos pela sala, pensativos e frios. Amatis foi sentar-se perto de Lucian e começou a soluçar quando ele a envolveu com um braço.

Os lordes casados olhavam para suas esposas, preocupados, mas elas pareciam estar controlando bem as emoções. Os homens solteiros presentes, nem tanto. Sir Starkweather e Lucian olhavam ao redor em pânico como se pretendessem sair correndo a qualquer instante. Marquês Wayland parecia impaciente de um jeito entediado e Lorde Lightwood ao seu lado olhava-o como um animalzinho pedindo atenção. Patético.

Depois de quase uma hora, os reforços chegaram. Com os cuidados de algumas criadas, Lady Herondale já recobrava a consciência.

***

Freeman fora informado de que os peritos haviam chegado e estavam dirigindo-se em direção à cena do crime. Enquanto isso, olhava o corredor onde tudo havia acontecido. Pelas paredes havia quadros verticais, todos retratos, com metros de distância separando cada um. Sr. Herondale havia morrido bem em frente a uma pintura específica. Aproximou-se e leu o nome escrito logo abaixo: Lorde Edmund Herondale. Percebeu então que todas as pinturas eram retratos dos lordes Herondale anteriores. Teria a vítima sido interrompida enquanto caminhava, ou por alguma razão Stephen estava parado naquele ponto quando foi morto? Aquela pintura era aleatória ou tivera influência no momento? A equipe chegou e pôs-se a analisar a cena.

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