Capítulo 4

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Há seis meses...

O que você quer dizer com "vai embora"? - Chanyeol se levanta rapidamente, sentindo todo o corpo formigando.

- Você sabe que eu nunca gostei de morar na Coreia, sempre preferi a Austrália e agora minha mãe se estabeleceu por lá e me convidou para ir viver com ela. Então eu vou.

- Mas... - Sentia como se todo o ar tivesse sido sugado de seus pulmões e uma dor misturada com desespero brotasse do fundo de seu coração. - Eu... E nós... - Não queria, mas sentia lágrimas cutucando os olhos.

 - Não queria, mas sentia lágrimas cutucando os olhos

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- Oh Chan, me desculpe, mas sabe... Isso é só um namorinho de escola... - Ela dá de ombros e ele sente como se uma adaga tivesse sido profundamente enfiada em seu peito e ela acabara de torcer um pouco mais. - Quer dizer, não é como se nós fossemos ficar juntos para sempre nem nada disso. - O estômago retorcia e ele não conseguia mais segurar, a vista era nublada pelas lágrimas. Tentava dizer alguma coisa mas simplesmente não conseguia formar palavras, sempre que tentava um grande soluço saia no lugar. - Eu vou te deixar sozinho agora para que se acalme. - E como se fosse uma completa estranha, Michelle deu um tapinha frio em seu ombro e saiu.

Ele não viu em que direção ela foi, não sabe quanto tempo exatamente permaneceu sentado naquele lençol, estático, apenas olhando para o nada e sentindo as lágrimas e a dor, que parece ter se espalhado por todo seu corpo, causando uma letargia que o impedia de se mover. Chanyeol não conseguia parar de pensar na ironia, em como há poucos minutos ele estava se sentindo a pessoa mais feliz do mundo, em grande parte por causa de Michelle e agora ela simplesmente saira de sua vida.

Aliás, ela não apenas estava saindo da vida dele, mas simplesmente o descartando como se fosse um pedaço de papel. Ele nunca poderia imaginar que todo o sentimento que nutriu por ela durante o ano e meio em que namoraram, fosse unilateral. Pensando bem, Michelle nunca retribuiu todas as juras de amor que ele lhe fizera, nunca embarcou em seus planos para o futuro, ela sequer o presentava no dia dos namorados ou em seu aniversário. Mas para ele isso era irrelevante, o importante era dividir com ela os pequenos momentos, os sentimentos diários.

Se sentia um completo idiota, como pode não perceber antes que nada do que oferecia a ela era recíproco? Como podia não ter notado que ela só o via como um passatempo, alguém com quem ficar até que sua vida voltasse aos eixos e ela pudesse voltar para a Austrália? Sim, pensando bem agora, ela falava muito sobre a Austrália, sobre como a escola lá era ótima, como ela tinha muitos amigos, como amava o idioma e a cultura. Tudo na vida de Michelle girava ao redor dos anos que passara na Austrália e uma de suas maiores frustrações foi ser arrastada com o pai de volta para a Coreia.

Voltou a si quando se viu sentado no meio da chuva, ensopado no parque agora vazio e escuro. Apenas levantou-se, quase sem sentir as pernas e caminhou automaticamente para casa, nem sabe como chegou, só se viu novamente quando se jogou em sua cama, nem se deu ao trabalho de tomar banho ou tirar a roupa ensopada de chuva. Pegou um baita de um resfriado que foi até bem-vindo, já que lhe permitiu ficar na cama pelos próximos três dias. Não conseguia comer as refeições que a mãe lhe trazia, não conseguia sair do quarto para nada, ficava fora da cama apenas quando estava debaixo do chuveiro, deixando a água escorrer por seu corpo enquanto chorava.

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