Capítulo 10

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Como assim? - Ele apressou o passo e praticamente voou sobre uma das portas, mexendo no trinco e constatando o mesmo. - Trancadas?

- Como eu disse. - Ela bufou, irritada, mas logo retomou a expressão preocupada, deu um grito quando, de repente as luzes se apagaram e jogaram o lugar em um completo breu. - Ai meu Deus, o que foi agora.

- Droga! - Chanyeol deu uns chutes na porta, mas, claro, foi como se tivesse dado tapinhas com uma pena nela. - Merda! Desligaram a chave geral, significa que a escola fechou, todo mundo já deve ter ido embora. Acho que não ouvimos por causa do aspirador. - Ele dá um tapa na própria testa.

- Mas, quanto tempo ficamos aqui? Por quê ninguém veio nos chamar?

- Não sei... acho que todo mundo queria terminar o que tinha que fazer e correr pra casa.

- O que nós vamos fazer agora? - Ela gritava para ele da outra porta, seu tom deixava claro o desespero.

- Merda! - Ele tateia o próprio corpo em busca dos bolsos da calça e da jaqueta de moletom que veste.

- O que foi?

- Meu celular ficou na minha mochila dentro do meu armário que fica na droga do corredor, ou seja, lá fora. - Ele dá um tapa na porta e o som ecoa pelo lugar escuro e vazio. - Você está com o seu telefone aí?

- Não, também deixei minhas coisas no armário lá fora. - A voz dela estava trêmula. - O que nós vamos fazer agora?

- Vamos tentar as saídas de emergência da lateral e então a porta que fica atrás da coxia, nunca a usamos, mas talvez ela esteja aberta.

- Está bem. Você está enxergando alguma coisa? Porque estou com medo de despencar da escada.

- Fique onde está, conheço esse auditório como a palma da minha mão, vou até a caixa de emergência, sempre têm algumas lanternas lá.

- Tá bom. - Emily encostou as costas na porta atrás dela e sentiu os joelhos cedendo até que ela se sentou. Fechou os olhos o mais apertado que pode e colocou as mãos sobre os ouvidos. Tinha problemas com o escuro e aquele lugar a deixava apavorada, tudo o que ela tinha que fazer era respirar e se desligar dali. Sentia sua respiração pesada no peito e as lágrimas pinicavam seu olhos, ela não queria começar a chorar, mas estava bem perto de fazê-lo.

- Achei uma lanterna. - Ele gritou, mas ela não respondeu, as outras portas estavam tão trancadas quanto às primeiras, ele começou a subir as escadas para encontrá-la e, diante do silêncio de Emily, ele esticou o feixe de luz em sua direção. Encontrou-a encolhida com a cabeça apoiada nos joelhos, as mãos apertadas nos ouvidos, ela parecia chorar, uma cena que fez seu coração afundar e tudo o que ele queria era correr até lá e tomá-la em seus braços, acalmá-la, dizer que tudo ficaria bem. - Ei... - Ele deu um toque de leve no braço dela e ela levantou a cabeça, aterrorizada, os olhos vermelhos e marejados, a respiração ofegante. - Tudo bem, sou eu... veja, achei uma lanterna. - Ele mostra o feixe de luz a ela e Emily parece se acalmar um pouco. - As pilhas parecem um pouco fracas, mas acho que vai dar por algumas horas.

- Nós... - Ela limpa os olhos com as costas das mãos. - Vamos ter que passar a noite aqui? - Ele encolhe os ombros, não querendo confirmar, mas sem saber como negar que essa será a única alternativa. - Meu Deus... - Ela segura a cabeça com as mãos e volta a chorar. - As pessoas vão dar falta da gente, alguém virá nos procurar. - Disse, tentando manter alguma esperança. Ele apenas acenou com a cabeça, concordando sem muita convicção, mas a fim de acalmá-la.

- Toma, pode ficar com ela se te deixa mais calma. - Chanyeol entregou a lanterna na mão de Emily e ela apontou a luz para o teto, iluminando uma porção pequena do espaço ao redor deles, o que fez com que se acalmasse.

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