Capítulo Três

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— Eu sei o que tentou fazer, Faith

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— Eu sei o que tentou fazer, Faith. — Emeline comentou, sorrindo por trás da xícara de chá que segurava.
— Não sei do que está falando. — a jovem loura desconversou, enquanto acariciava Thomas, que dormia em seu colo.
As duas estavam no quarto da duquesa, que convidara a cunhada para conversarem a sós por um momento antes do jantar. Emeline revirou os olhos, deixando a xícara sobre a bandeja de prata que fora posicionada sobre sua cama.
— Tentou fazer com que lorde Edgard desistisse do casamento, mas aparentemente seu modo estranho de agir apenas deixou-o mais interessado. — disse, levando a mão aos lábios para não rir.
Faith suspirou profundamente, de um jeito muito dramático.
— Não imaginei que o Marquês fosse um homem que se interessasse por mulheres assim. — encarou a amiga, com uma expressão de pura indignação. — Como ele pode gostar de uma mulher que quase padece afogada com biscoitos e que o estapeia violentamente?
— Talvez ele tenha se encantado com sua beleza, Faith. — insinuou Emeline. Tentou puxar a almofada que estava próxima a seu joelho, mas não conseguiu alcançá-la devido ao tamanho de sua barriga, que mal permitia-a sentar-se normalmente. — Pode me ajudar?
A jovem deixou o arminho sobre a cama, e ajudou a cunhada a ficar mais confortável, colocando a almofada em suas costas.
— A resposta então é que eu fique com uma aparência ruim para que o Marquês desista do casamento? — perguntou, olhando por um breve momento para o espelho do outro lado do quarto, preso na parede.
Emeline riu.
— Não, querida. Eu não acho que deva fazer isso. Tenho certeza que pensará em uma boa solução.
Desanimada, Faith sentou-se novamente na cadeira ao lado de Emeline, e considerou que possivelmente não estava pensando direito na situação. Lembrou-se também do modo como o capitão comportara-se durante todo o dia, perscrutando-a com o olhar, e encarando lorde Edgard com uma expressão nada agradável.
Ele ficara incomodado?
Um pequeno sorriso nasceu em seus lábios. E talvez uma ideia também estivesse surgindo em sua mente.
— Emeline, pode me contar como especificamente conquistou Aaron?
— Perdão?
Faith ficou de pé, e naquele momento a cunhada já sabia o que estava por vir. Quando a jovem começava a andar de um lado para outro, mais um plano estava se formando em sua mente.
— Um beijo. — a loura colocou o indicador em riste, e sorriu, de repente seu rosto ficando corado. — É isto que fez Aaron se encantar por você, estou certa?
— Bem, a verdade é que... — Emeline atrapalhou-se, constrangida. Foram tantas coisas, tantos pequenos detalhes para que ele se apaixonasse por ela.
— Então eu presumo que tudo que preciso para conquistar o capitão seja um beijo! — declarou, suspirando com a ideia. Fechou os olhos e tentou imaginar como seria, mas nenhum bom pensamento vinha a mente.
A duquesa irrompeu em uma risada, acordando a cunhada dos devaneios de amor.
— Por que está rindo? É uma má ideia? — murchou Faith.
— Eu acho que talvez você devesse ver melhor a situação em que se encontra, Faith. Não pode simplesmente jogar-se nos braços do capitão Tristan e implorar-lhe por um beijo.
— Não? — a jovem perguntou sem graça, porque não era como se quase já não tivesse feito aquilo antes...
— De forma alguma. — considerou Emeline. — Capitão Tristan precisa querer beijá-la primeiro, querida.
Faith suspirou, sentando-se, desanimada.
— Como isso acontecerá de qualquer modo? Ele não parece interessado em nenhuma mulher, e parece tremer quando ouve a palavra casamento.
Emeline a encarou, os olhos entrecerrados, como se fosse lhe contar um grande segredo.
— Eu acho que o caminho para o coração de Tristan é fazê-lo notá-la. E para isso, por que não usarmos o ciúme?  O marquês gosta de você, Faith. Pode tentar ser simpática com ele, principalmente quando o capitão estiver próximo.
— Mas, e se eu magoar Edgard? Eu não tenho sentimentos por ele, mas ficaria triste em fazê-lo sofrer. — preocupou-se Faith.
A duquesa parou por um momento, pensando sobre aquilo. Thomas subiu sobre sua barriga, e se aninhou no seu ombro, arrancando-lhe uma risadinha.
— Fico feliz em ver que se preocupa com isso, Faith. Vamos nos certificar de que mesmo com sua gentileza, o marquês perca qualquer interesse nesse casamento. — explicou, piscando para a amiga.
— Bem, então a partir de amanhã, eu começo com o plano. Vou chamá-la de "Missão Casando o Capitão fujão". Espero que eu tenha êxito. Aaron me disse que o casamento seria na próxima estação, então tenho 28 dias para fazer Tristan apaixonar-se completamente por mim. — respirou fundo, levando a mão ao peito, que batia alucinadamente. — Que Deus me ajude.
***
As sombras da vela dançavam na parede, formando desenhos que Tristan tentava decifrar. O silêncio da noite mais uma vez era perturbador, e ele podia jurar que estava no limiar da loucura. A solidão realmente podia enlouquecer um homem.
Será que estava mesmo perdendo a razão?
Desde que Nora partira, há quatro anos, ele mergulhara em um profundo estado de tristeza, e nem mesmo voltar ao seu regimento fora suficiente para diminuir o sofrimento. Tristan esperava que a batalha, a dor e o frio fossem fazê-lo pensar menos na morte. Chegou acreditar que viajar até outro continente pudesse amenizar a dor que batia dolorosamente contra seu peito. Mas nem mesmo a novidade de outro país, as aventuras e as pessoas que conhecera foram importantes o bastante para encher de boas lembranças seu coração e deixar o passado para trás.
Ele continuou a viver depois da morte da esposa e do filho. E qualquer outro homem teria reconstruído a vida, formado uma nova família e seguido em frente. Mas Tristan simplesmente não podia. Não conseguia. Naquele dia, debaixo de chuva, enquanto dava as costas ao cemitério e partia, o capitão jurou que nunca mais se casaria novamente, e muito menos se permitiria sonhar com um filho outra vez.
E fora assim desde então; sempre solitário. Recebera convites de mulheres dispostas a lhe darem prazer, e conheceu jovens de boa família que desejavam casar-se. Mas Tristan rejeitara todas. Sequer havia tocado uma mulher todo aquele tempo.
Senhor!
Suspirou, mudando de posição na cama. Quanto tempo estava ali deitado? Muitas horas, provavelmente.
Havia tantas coisas na sua mente naquele momento. Coisas que não queria pensar. Uma em especial, que possuía cabelos louros e bochechas rosadas.
Sim, não conseguia parar de pensar em Faith. Na realidade, no que ela fizera naquele dia, como agira.
Tristan sentou-se na cama, de repente, sentindo-se irritado.
— Por que devo me preocupar com ela? É apenas uma jovem querendo atenção. — murmurou, sua voz soando tão estranha. Era o efeito de ficar tanto tempo em silêncio, sozinho. Começava a estranhar sua própria voz.
Faith era problema de Aaron, mas logo também deixaria de ser. Ela casaria em breve com o lorde afetado e iria embora, começar uma família. E Tristan não tinha nada a ver com aquilo, assim como também não era de seu interesse.
Sua única preocupação era sobre trabalhar na propriedade do amigo. Havia muito a ser feito, agora que os camponeses finalmente estavam instalados.
Trabalho era algo bom para se concentrar. O capitão havia feito isso todos aqueles anos, e havia funcionado perfeitamente. Então, deveria apenas continuar naquele caminho.
Levantou da cama e se aproximou da grande cômoda que ficava ao lado da janela. Abriu a segunda gaveta, e retirou uma pequenina peça de roupa, de lã branca. Sentiu a textura do tecido sobre a palma da mão e suspirou, sentindo a velha tristeza tocar seu coração novamente. Na mesma gaveta, havia um vestido de algodão, e Tristan apenas o encarou à luz da vela, ponderando se deveria tocar naquelas lembranças novamente.
Decidiu apenas guardar o casaquinho de lã ao lado e fechar a gaveta. Fora Nora quem tricotara aquela peça, e mesmo com pouca habilidade, furando os dedos e passando dias para conseguir algo, ela ficara extremamente feliz com o resultado.
Lágrimas teimaram em escorrer pelo rosto dele, mas sua determinação foi maior, e ele conseguiu dar as costas àquelas lembranças e deixar o quarto. Era uma boa hora para comer algo.
E enquanto descia as escadas, Tristan refletiu se deveria manter uma criada durante a noite também. Ele usava dos serviços de três criados durante o dia, e os dispensava durante a noite, pois preferia ficar sozinho. Mas agora a solidão e a angustia tomavam conta.
Parou em um dos degraus de repente, com um grande pensamento.
É realmente de uma criada que preciso para aplacar essa dor?
Engoliu em seco, olhando para a escuridão do salão, ouvindo apenas sua própria respiração, que era mais do que a resposta que esperava.
****
Gostava de cavalgar. Aprendera ainda criança, com o pai, antes de ele falecer. E logo começara a trabalhar nos estábulos, e sempre que podia levava o cavalo até os campos, onde sentia-se livre. Mesmo no exército, quando tinha poucos momentos livres, e podia apenas cavalgar por um momento, em que sentia o vento batendo contra seu rosto, o coração acelerado e a respiração entrecortada, era aquele o pequeno momento de paz em meio ao tormento de uma guerra.
Mas agora as coisas eram diferentes. Tristan não estava mais na guerra. E ele não tinha dúvidas que aquela fora a melhor decisão que tomara ao decidir criar laços em algum lugar. Ter uma casa para chamar de lar. Seria eternamente grato a Aaron por tê-lo ajudado a conseguir a patente anos atrás, em um gesto de amizade e bondade, mas o amigo também compreendia seus desejos naquele momento.
"Deveria pensar em casar-se também. É um capitão, isso pode ajudá-lo a conseguir um casamento com uma boa dama. Também tem bom porte"
A frase do Duque, dita quando ele chegara ali, às vezes voltava a rodear sua mente. Mas logo Tristan tratava de abandoná-la, porque parecia-lhe uma grande loucura.
Ele não precisava casar-se novamente. Não necessitava de uma mulher.
Não havia nenhuma que desejasse realmente.
Faith!
Ele tinha visto mal, ou a jovem loura estava vindo em sua direção montada no cavalo de Aaron? Tristan parou o animal que montava e esperou para ver o que ela faria.
Mas ele nem teve tempo de dizer nada. Faith passou ao seu lado, visivelmente com pressa. Os cabelos dourados batendo em seus ombros pelo vento, assim como o vestido amarelo, subindo até suas coxas, revelando as botas caramelo.
Houve um momento de hesitação, o qual Tristan não sabia se continuava rumo a fazenda, ou se iria atrás de Faith. Porque sua intuição lhe dizia que havia algo de errado. E também havia sua preocupação gritando alto. E se ela caísse? Se algum bandido a encontrasse?
Bufou, virando o cavalo para a direção contrária, esperando conseguir alcançá-la.
**
Faith tentou secar as lágrimas, mas tudo que conseguiu foi manchar seu rosto com a terra que tinha grudada nas palmas de suas mãos. Esticou uma perna e choramingou ao senti-la um pouco dolorida. Estava sentada no chão, olhando para Perseu, caído no chão, enquanto sua perna dianteira permanecia encolhida.
Acontecera tão rápido. Primeiro Faith estava cavalgando apressadamente até a cidade, e em seguida estava sendo arremessada ao chão, quando Perseu pisou em um buraco.
Ela tentara se aproximar dele, mas o animal ficara violento. Então a jovem apenas sentara ao lado dele e entregara-se ao choro.
— Faith! — ouviu uma voz conhecida, e já sabia que era Tristan. O encontrara no caminho.
Ele parou o cavalo e desceu, indo até ela rapidamente.
— Capitão. — ela o chamou de um jeito tão meigo, erguendo os braços para ele, que ajoelhou-se ao seu lado. — Ajude Perseu, por favor.
— Primeiro você, menina. — sem pudores, ele subiu a mão pela perna dela, checando se havia algo machucado, e repetiu o gesto na outra, e em seguida nos braços. — Sente dores?
— Eu estou bem. — garantiu, Faith. — Mas eu acho que Perseu fraturou a perna. — disse entre lágrimas.
Tristan se levantou, deixando a jovem no mesmo lugar, e foi verificar o cavalo, apenas para constatar o que ele e Faith já imaginavam. Tocou a cabeça de Perseu, que relinchou, e tentou levantar-se, provocando ainda mais dor. O animal estava sofrendo muito.
— Vire-se, senhorita. Não olhe para isto. — anunciou Tristan, retirando do coldre a arma que carregava presa ao quadril, e engatilhando-a. Prendeu a respiração antes de apertar o gatilho, mirando exatamente na cabeça do animal. Disparou.
Soltou a respiração. Quantos animais já tivera que sacrificar por causa de situações como aquela? Era triste, doía-lhe o coração, mas era necessário. Não era justo deixar o animal sofrer daquela forma.
Concentrou-se em Faith, encolhida, com as mãos sobre o ouvido. Ajoelhou-se em frente a ela novamente, e com cuidado afastou as pequenas mãos dela. A jovem o encarou assustada, com o rosto sujo de terra, e molhado pelas lágrimas. Parecia uma criança perdida.
— Eu tive de fazê-lo. Ele estava sofrendo.
— Era o cavalo de Aaron. Eu fugi com ele até a cidade. Ele jamais me perdoará. — ela disse entre soluços.
Tristan, em um momento de extrema compaixão, que nem dera espaço para questionar-se o motivo de fazê-lo, tocou o rosto de Faith, recorrendo a pele macia com o polegar, secando-lhe as lágrimas.
Ela suspirou e o encarou.
E foi ali que pela primeira vez em muito tempo de sua vida, desde que mal podia se lembrar, seu coração bateu em desespero, desenfreado contra seu peito. Mas havia algo mais. E ele reconheceu o sentimento, e logo afastou-se, nervoso.
— Eu falarei com Aaron, explicarei a ele tudo que aconteceu. Não se preocupe com isso, senhorita. —  levantou-se e ajudou-a também a ficar de pé. — Vamos voltar para a fazenda. Eu a levarei.
— Não posso! — protestou Faith. — Eu estava indo até a cidade atrás do médico para Emeline. Ela está se sentindo mal hoje.
O capitão pensou o que faria. A deixaria ali o esperando enquanto ele ia até o medico? A levaria junto? Ou seguia até a fazenda antes de tudo?
Nenhuma ideia era boa. Todas eram demoradas.
— Vamos até minha propriedade. — anunciou ele, subindo no cavalo, enquanto oferecia a mão a jovem, que o olhava com assombro. — Estamos muito próximos da minha casa. Vou deixá-la em segurança enquanto vou em busca do médico.
Sem objeções, Faith concordou, dando a mão a ele, que a içou até a sela, fazendo-a sentar-se de lado, enquanto ele a segurava com uma só mão.
Não era a primeira vez que aquilo acontecia, mas naquele momento, os dois eram conscientes de algo mais, de um sútil toque, uma mão que delicadamente envolvia uma fina cintura, do calor que atravessa as barreiras dos tecidos.
Por todas as estrelas do céu, Faith sentia a respiração acelerada e o coração na altura da garganta!
Mas não demorou para que chegassem na propriedade do capitão, que logo ajudou a jovem a descer. Ela estava de cabeça baixa e nada dizia, provavelmente muito envergonhada pela situação.
Tristan encontrou uma jovem criada e a designou para que ela cuidasse de Faith, enquanto ele se preparava para ir até a cidade.
— Por favor, peça que o médico vá o mais rápido que puder, capitão. Meu irmão talvez fique mais tranqüilo quando Emeline for examinada. — ela pediu, enquanto Tristan a olhava de cima do cavalo, respondendo-a com um gesto de cabeça. Partindo em seguida.
****
Nelah a ajudou a se limpar e remover as gramas presas em seu cabelo. A criada também conseguiu ajeitar o penteado, deixando a jovem com a aparência melhor. E também lhe ofereceu comida, o que foi bem vinda por Faith, que mesmo nervosa, conseguiu comer uma grande porção.
Tristan estava demorando. Partira há mais de uma hora, e não regressara. Quanto a lady, angustiava-se toda aquela falta de informação. Queria saber como estava Emeline, se as dores no quadril haviam cessado, e se o médico já tinha chegado até ela.
A jovem respirou fundo, deixando a cozinha da casa do capitão e indo até a sala, observando melhor pela primeira vez como aquele lugar era vazio, com poucos móveis. Na realidade, não havia nada além de um sofá, duas mesas pequenas, duas cadeiras e o pequeno tapete retangular no centro, que possuía desenhos de pássaros. Faith atentou-se melhor ao que havia ao redor, e notou que sobre uma das mesas, a que ficava próxima a janela, e que sustentava um vaso azul, pequenas dobraduras de papel estavam arrumadas uma do lado da outra.
Ela se aproximou, de queixo caído ao perceber que eram pequenos pássaros feitos de papel, dobrados de alguma maneira que ela nunca tinha visto antes. Pegou o maior, vermelho, que coube na palma de sua mão, e o inspecionou com cuidado, admirada pela técnica desconhecida por ela.
Sorriu. Tristan fizera aquilo? Era tão delicado. Quase como se o pequeno papel pudesse realmente alçar vôo, como um passarinho.
A porta foi aberta, e Faith mal teve tempo de pensar em deixar o precioso papel sobre a mesa antes que Tristan a visse. Engoliu em seco ao vê-lo parado encarando-a. Parecia bravo.
Devolveu o objeto à mesa.
Ora, é apenas um pássaro de papel, por que ele ficaria bravo de eu tocá-lo?
— Desculpe, eu estava apenas curiosa... — devolveu o objeto a mesa, e estava pronta para se afastar, quando o capitão se aproximou.
Origami. É uma forma de dobrar o papel para formar objetos. Este é a representação de um pássaro sagrado da Índia. Aprendi isto no oriente. — contou Tristan, ao lado dela.
Faith estava nervosa, e com vergonha de ter sido pega mexendo nas coisas do capitão, tanto que mal conseguia fitá-lo. Ele notou, e querendo deixá-la mais confortável, pegou um dos pássaros e ofereceu a ela.
— Guarde este com você. Os anciões da terra que visitei diziam que ele é capaz de trazer sorte. — depositou sobre a palma da pequena mão da jovem.
Os olhos de Faith brilhavam de puro encantamento e felicidade. Por um segundo ela tinha esquecido o médico, Emeline, o cavalo e o irmão. Estava maravilhada com uma simples dobradura de papel.
— O médico foi até sua casa, senhorita. — o capitão achou justo dizer-lhe, mesmo que interrompesse aquele momento tão bonito.
— E Aaron? — ela perguntou ansiosa.
Eu expliquei o acontecido. Ele ficou triste por causa do animal, mas feliz que a senhorita não se machucou.
— Devo ir para casa então. — comentou ela, indo na direção a porta.
— O duque enviou uma criada para acompanhá-la até em casa, senhorita. Ela está na carruagem. — contou Tristan.
Faith quase revirou os olhos.
Aaron enviara uma carruagem e uma criada para buscá-la?
— Bem, então eu acho que é isto. Devo agradecer-lhe, capitão, por ter me ajudado em um momento tão difícil. — ela falou, erguendo o rosto para ele.
Tristan estava parado há exatos cinco passos dela. Ele podia contar a distância mentalmente. A distância certa para um homem como ele ficar de uma senhorita como aquela.
Esforçou-se para esvair aquela sensação que teimava em ricochetear em seu corpo, afunilando-se contra seu peito. Por Deus, o que era aquilo, que parecia que poderia matá-lo tão facilmente?
— Foi um prazer, senhorita. — disse, a voz esganiçada, mostrando seu nervosismo.
E quando a criada abriu a porta e Faith saiu, Tristan a acompanhou de longe, até que ela estivesse em segurança na carruagem, e o olhasse antes de partir.
Ele precisou respirar profundamente para aliviar a tensão de seu corpo. Apoiou-se na parede no lado de fora da casa e levou a mão ao rosto, pensando no que estava acontecendo.
As coisas estavam começando a ir para um caminho ruim. Precisava afastar-se de Faith com urgência.
******

Ah, eu voltei! Desculpem ter sumido. Fiquei uns dias sem escrever, e essa semana estou adiantando capítulos do livro.
Espero que esteja gostando da história. Estou amando escrevê-la!

Te vejo logo 🤗

Um amor para o CapitãoOnde histórias criam vida. Descubra agora