Não podia dizer que minha visão do que estava fazendo não mudara durante aquele jantar. Eu escutara com muita atenção tudo o que a mãe de Yoongi dizia, pois sabia que era uma grande colher de chá, e que era o que eu precisava ouvir. Há realidades que não conseguimos ver até que alguém as aponte, e a realidade de Yoongi ainda era um tanto turva até aquela noite. Agora eu conseguia entender com mais clareza o que era viver com uma doença respiratória crônica.
E precisara entender que não era uma gripe que passaria dali uma semana. Ainda que isso me pesasse tanto o peito que eu acabasse querendo evitar o pensamento.
Minha vontade era ficar e passar a noite com Yoongi, ouvindo-o ressonar enquanto o abraçava. Quem sabe amenizava aquele sentimento estranho de saudades que eu senti assim que acenei para ir embora. Aquilo era uma vontade boba, a qual eu definitivamente teria que adiar. Não era hora ainda. Quem estava sendo precipitado, agora, era eu.
Assim, depois do jantar e de mais algumas conversas curtas, ele me levara para fora, me abraçara bem forte em despedida e eu, com algumas borboletas no estômago, com o corpo muito mais leve e relaxado, e com a cabeça borbulhando de ideias, caminhei pela noite calma e quieta que caía sobre a cidade, de volta para a minha casa.
Tomara um banho relaxante. Precisei limpar um pouco a minha mente. Necessitava que estivesse assim, totalmente relaxado. E o motivo para isso era que eu não queria e não me deixaria esquecer sem sequer uma das palavras da mãe de Yoongi. Ao mesmo tempo, eu não queria pensar naquilo como um problema, ou um motivo para desistir. Pelo contrário! Era nelas que eu me focaria. Precisava dar um rumo para o que eu sentia por ele. E ao que ele sentia por mim.
Em algum momento, todas aquelas experiências descompromissadas se tornariam algo. Eu queria ter certeza de que seria algo bom.
Eu me deitei e apaguei as luzes. Me cobri e fechei os olhos, esperando que meu corpo se acalmasse e relaxasse na cama, para então refletir e questionar. Eu precisava daquilo. Precisava deixar as coisas claras para mim, porque talvez fosse aquilo o que faltava na história. Faltava que eu entendesse o que estava acontecendo dentro de mim.
Afinal, o que eu pensava namorando um garoto com quem tivera tão pouca história? A resposta viera rápido na minha cabeça. Sem rodeios. Eu queria sua companhia. Eu queria aprender sobre ele. Eu queria descobrir o que sinto por ele. Eu queria poder compreender seus sentimentos, e retribuí-los em igual tamanho. Só estar perto de Yoongi parecia o bastante. A diferença era que ele mexia comigo de um jeito que nenhum outro amigo mexeu.
Estava esclarecido para mim, mas eu me perguntei: "O que você sente por ele?". Deixei minha mente viajar. Sentia curiosidade. Apego. Admiração. E me peguei respondendo vontade de abraçar e de beijar Yoongi, mesmo que ficasse meio constrangido por isso. De vez em quando isso era tudo o que eu queria. Sorria só de pensar.
E então começara a me lembrar de cada sentimento. A culpa quando ele chorara por mim. A revolta quando ele se dizia apaixonado por mim e eu não era capaz de dizer que correspondia. O conforto em saber que ele me perdoava, e porque me aceitava apesar de todos os erros. E então toda a admiração por conhecer aquele misterioso Yoongi de faces e características únicas. Não havia no mundo uma pessoa sequer que fosse como ele. Eu me sentia com tanta sorte por ter conhecido, dentre tantas e tantas pessoas, logo aquela. Logo Min Yoongi.
No fim, eu não me sentia mais tão afogado em sentimentos ou em pensamentos. Mas havia ainda tanto a refletir... O que eu queria no futuro? Eu estava realmente pronto para aquilo? Eu realmente pretendia fazer toda aquela lista? As respostas não chegaram. Eu dormira antes que tudo pudesse ser encaixado, mas me sentia bem comigo mesmo, e esse era meu objetivo.
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30 Metas Para O Amor Perfeito
FanfictionJimin resolveu deixar de lado sua pose de heterossexual para passar um mês ao lado de Min Yoongi, sendo seu namorado 24 horas por dia, 7 dias por semana. É claro, ele não esperava que fosse se apaixonar perdidamente pelo garoto que beijou no calor d...