30 Metas Para O Amor Perfeito

Por que você... Você simplesmente sabe

Eu e Yoongi éramos dois desconhecidos que se aproximavam pouco a pouco. Eu era um cara que acreditou ser heterossexual por toda sua simplória vida e que agora estava experimentando algo diferente. Talvez eu fosse bi? Bem, talvez. Não era como se eu tivesse deixado de apreciar as garotas. Meus antigos relacionamentos... Não pareciam falsos. Mas enquanto eu estava com Yoongi, eu só pensava nele.

O que nós tínhamos parecia meu primeiro namoro outra vez, e eu gostava disso. Fazia um tempo desde que simplesmente não pedia, tímido, alguém em namoro e essa pessoa simplesmente aceitava. Estávamos indo devagar.

Não que fôssemos tão inocentes mais, mas já havíamos nos beijado algumas vezes e eu não arranjava o tipo de coragem necessária para fazer isso mais uma vez, mesmo que quisesse muito. Eu tinha medo de de repente ir rápido demais, ou de assustar Yoongi.

Então me contive, respirando fundo algumas vezes e me concentrando em observar suas feições sem agarrar suas bochechinhas macias e botar nos lábios fininhos toda a minha vontade. Ele tinha de novo aquele biquinho nos lábios rosados. Talvez fosse alguma mania? Ou algo que se instalava ali sem ele perceber, quando estava concentrado? Talvez ele estivesse simplesmente viajando.

Seus olhos castanhos eram profundos e brilhantes, e tinham um ar curioso e brincalhão, mesmo quando sérios. Ele era alguém transparente e bonito de todas as formas. Me deixava curioso, querendo entendê-lo.

Toquei seus lábios com a ponta dos dedos, acariciando-os bem devagar, sentindo sua textura macia. Ele aumentou o biquinho, deixando que eu o tocasse. Depois, me olhou com os olhos sorridentes, acendendo mais uma vez ao meu redor aquela aura de alegria, que tremulava em meu peito como uma pequena chama.

— Me conte sobre você? — Pedi, fitando-o com atenção. Ele desviou os olhos, mas continuei apertando-o confortavelmente em meus braços.

— Sobre mim? Não há nada de realmente interessante sobre mim... — Ele disse, de maneira monótona. Parecia se esforçar aos montes para não achar nada interessante... Belisquei sua bochecha em repreensão.

— Conte uma história que vem à sua mente. Qualquer uma. — Insisti, querendo conhecê-lo mais a fundo. Qualquer coisinha me deixaria satisfeito.

— Vamos ver... — Ele pensou por alguns segundos, e então começou a me contar. — Você é a segunda pessoa por quem eu me apaixonei que eu consegui me confessar. Sabe, eu tinha dito a mim mesmo, depois que me rejeitou, que nunca mais iria procurar amar ninguém. Que iria ser indiferente, pois ninguém nunca iria realmente me querer.

— Agora eu me sinto cruel... — Suspirando, eu recostei a cabeça contra a de Yoongi, numa tentativa de consolar nós dois. Realmente me sentia mal... Mas não via as coisas acontecendo de outro jeito. Eu ainda não conhecia em mim a possibilidade de gostar de um garoto. Achava isso até um pouco errado. Ah, Jimin... – Eu sou o pior tipo de pessoa.

— Você não é assim. Você é bom, Jimin. Só não acreditava nas mesmas coisas que eu. Eu não te culpo, opiniões diferenciadas são o que regem o mundo. — Ele disse, acariciando meu peito, meio distraído. Sabia que queria tirar de mim o peso, mas agora entendia o outro lado da moeda. Homofobia não era opinião, e era lá onde eu estava com o pé.

— Eu sei, mas... É ruim quando você sabe que fez alguém sofrer. Eu realmente me irritava te vendo gostar de mim, te achava muito idiota por isso. É claro que eu não penso mais assim. Você sabe, não sabe? — Eu disse, tentando me explicar bem para não chateá-lo. Me sentia culpado e estúpido.

— O que eu sei? — Ele perguntou, cutucando meus pés com os seus. Nossas pernas se esfregavam de leve, se aquecendo, enquanto nosso abraço tratava de fazê-lo também. Estava começando a esfriar.