30 Metas Para O Amor Perfeito

Porque você é quem eu mantenho mais próximo

Eu nunca tinha passado por algo como aquilo. A situação me fazia pensar demais sobre se ele queria me beijar, e eu nunca beijara alguém depois de subir todo aquele clima terno, então estava um pouco nervoso enquanto brincávamos com nossas mãos. Para mim, era sempre agarrar e encostar a pessoa num canto, quando desse na telha. Eu realmente nunca tivera um momento romântico.

Mas aquele Yoongi que ria baixinho da minha cara vermelha enquanto eu evitava seu olhar seria meu primeiro em muitas coisas, não é?

Algumas borboletas brincavam em meu estômago, mas eu me esforcei para ignorar elas por um segundo que fosse. E reunindo uma coragem totalmente instável, relembrei para mim mesmo que, vamos lá, eu já havia feito aquilo uma vez. Tudo o que eu precisava fazer era fechar os olhos e encostar minha boca na dele, não era? Por que de repente eu me sentia tão inexperiente??

Respirei fundo e meio suspirante, sentindo o nervosismo fazer minhas mãos tremerem um pouquinho. Eu corri os olhos por seu rosto, até que por fim ele fixasse nossos olhares. Ele estava pedindo por aquilo, eu via claramente. Então o que era aquilo que não me deixava avançar, me travando exatamente no mesmo lugar?

Lentamente, ele fechou seus olhos, respirando bem lento por alguns segundos, pacientemente. Pensei que ele esperaria o tempo que fosse, mas acho que a paciência foi se perdendo no meio da tentativa, porque ele riu nervosamente por fim e disse:

— Não me faça ter que te pedir por isso, por favor, Park Jimin?

Balbuciei um “’Tá bom”, gaguejando e entregando toda a minha ansiedade. Não que não já estivesse óbvio. Não era momento para hesitar, agora, porque eu queria aquilo. Então eu peguei toda aquela coragem que não tinha e avancei com um pouco de pressa, capturando seus lábios entreabertos. Nossos dentes não haviam se batido tragicamente por questão de milímetros, entretanto, em algum momento, nossas mãos haviam se agarrado como se o primeiro beijo tivesse sido ali, nos nossos dedos entrelaçados.

Depois disso, cada momento seguiu tão naturalmente quanto se nunca tivesse sido um desastre inicial.

Eu me senti flutuante depois que ele riu contra meus lábios. Meu coração ainda pulava no peito, porém, agora era de uma forma boa e alegre. Eu soltei nossos dedos e levei uma das mãos até seu queixo dando-lhe diversos selinhos demorados, até que por fim, segurara-o pela nuca e aprofundara nosso beijo.

Eu me sentia bem, como se estivesse em um mundo paralelo, só nosso. Estava aquecido por dentro, feliz, como se estivesse em meio a um sonho relaxante e lúcido. Minha mente estava em algum lugar longe, embargada em um cheiro doce e lábios mais doces ainda, adorando secretamente a mãozinha atrevida de Yoongi brincando com minha pele de levinho sob a blusa.

Ele tinha um gosto açucarado único. Era a medida perfeita, a textura perfeita e transmitia o sentimento perfeito. Nem demais, nem de menos. Encaixava perfeitamente no que eu queria e no que eu precisava. Meio que a peça que faltava.

Separamos num pulo o beijo que se desenrolava quando, muito repentinamente, a campainha tocou. Olhamos um para o outro, rindo cúmplices do fato de estarmos um de cada lado do sofá, agora. Meu peito pulava com o sobressalto, e minha respiração estava uma bagunça. Enquanto isso, Yoongi ajeitava tranquilo os fios da nuca que eu havia bagunçado.

— Acho que é meu pai. — Gaguejei, pegando meu celular no bolso e notando as duas chamadas perdidas, ambas do meu pai. 

Eu me levantei com pressa, caminhando até a porta de entrada enquanto me recompunha. Choraminguei para mim mesmo por ter sido interrompido. Estava tão envolvido em sentir tudo aquilo, que a interrupção tão abrupta havia me irritado um pouco. Abri a porta e meu pai entrou, me olhando meio indignado.