Quando o passado bate a sua porta, Júlia Dorama se desespera para fazer a escolha certa, mas com escolhas erradas ela percebe que tudo pode ficar mais fácil se ela simplesmente não se importar.
- Só estou pegando minha paleta de maquiagem e já vou... Sim, eu peguei o álbum de fotos... aham, calma Aline, eu já estou saindo, chego em São Paulo 12:00, tá Alineee, já entendi que é pra ficar te esperando. - Desligo o telefone, pois ligar para São Paulo de Fortaleza fica caro.
Depois de um momento Ivan sai do banheiro apenas de toalha e vem na minha direção
- Você está aqui ainda!? - Ele me diz e deposita um beijo na minha testa.
- Quer que eu saia? - Digo atrevida e vejo um sorriso no rosto do meu amado.
- Na verdade, queria que você ficasse aqui para todo o sempre, mas como você tá com saudades daquela menina...
- Aquela menina não Ivan, Aline, a futura madrinha de nossos filhos.
- Falando em filhos... quando vamos ter alguns? - Odeio quando ele entra nesse assunto.
- Ivan, já te falei, não quero ter filhos por agora. Além do mais, você não quer mais aproveitar nossa vida de namoro? - Digo o provocando, passando a mão em seu abdômen.
- Se for assim, eu quero. - Ivan começa a me beijar passando a mão nas minhas costas, mas logo eu o paro.
- Anjo, eu vou indo para o aeroporto, senão chego atrasada.
- Mas Júlia...
- Mais nada, quando eu voltar nos continuamos.
- Quando você vai voltar então? - Ivan me olha com cara de cachorro sem dono e eu apenas respondo.
- Volto quando a sua saudade for visível.
- Então nem vai dar pra você sair, quando tu sair do prédio eu já vou estar morrendo de saudade.
- Nossa, vai demorar tanto assim?
Ele dá uma risada fraca e me olha nos olhos
- Eu te amo.
- Eu também. - Dou um selinho nele e vou em direção a porta.
- Vou sentir saudades. - Ele fala um pouco mais alto, pois já estou longe dele.
- Eu também. - Grito de volta para ele.
Saio do apartamento dele e vou em direção ao elevador. Desço até o térreo e chamo um táxi. Digito o meu destino e espero o carro. Cerca de 2 minutos o táxi chega. Entro no carro e apenas digo bom dia ao motorista, que me responde com animação.
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- Bom dia senhora, então está indo para o aeroporto?
- Sim, tenho que chegar lá até às 10:40.
- Ok, então eu vou apressar.
- Obrigada.
Começo a responder as 213 mensagens de Aline.
Galinha Aquática:
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Galinha Aquática: você não vai me responder não é?
Me: calma menina, acabei de entrar no táxi
Galinha Aquática: ainda? que demora em, pensei que fosse mais pontual
Me: ainda é 10:23 aquieta esse coração
Galinha Aquática: Tá bom, vou me conter.
Galinha Aquática: Mas é porque faz tanto tempo que nós não nos vimos.
Me: Fez 5 anos e 5 meses ontem. Eu também estou com muita saudade de você, principalmente da nossa noite das meninas, lembra que nos fazíamos quando você estava de saco cheio de garotos?
Galinha Aquática: Lembro, mas isso nem acontece mais... Pra me encher o saco é preciso mais de um menino.
Me: Vamos poder fazer a noite das meninas na sua casa? Com pipoca, balinhas fini, brigadeiro?
Galinha Aquática: Bom, vamos, mas vai ser meio diferente dessa vez...
Me: Como assim?
Galinha Aquática: Deixa quieto, espero você no aeroporto umas 11:30 ok?
Me: Ok.
Mando um sticker qualquer e olho pela janela, vejo que já cheguei ao destino.
Desço do carro, pago o taxista e agradeço pela viagem.
Subo no avião que só está esperando algumas pessoas entrarem e sento na poltrona de número 23. Fecho os olhos, dormi e quando os abro já estava na metade da viagem. Decidi responder as mensagens de Ivan.
