Changkyun perdeu seu soulmate de forma trágica e traumática, mas encontrou conforto nos braços de Minhyuk. Porém, o que começou como um relacionamento doce acabou se tornando uma parceria intensa e destrutiva.
{ChangHyuk | JooKyun | ChangKi | soulma...
Escrevi a fic inteira inspirada nas músicas do Jaymes Young (o link da playlist com as músicas escolhidas está nas notas finais). São oito capítulos no total e vou fazer o possível para atualizar rapidinho (já que está tudo finalizado e só preciso revisar).
A fic é sobre soulmates (almas gêmeas) que se descobrem quando enxergam cores nos olhos uns dos outros - um tema que eu sempre quis explorar.
Espero que vocês gostem e deem muito carinho pra história!
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Kihyun fecha os olhos e a maca entra no corredor por onde Changkyun é impedido de seguir. É a última vez que eles se veem e, de alguma forma, Changkyun sabe disso.
Ele sente.
Alguém o toma pelo braço, um enfermeiro que tenta, de forma calma, levá-lo para outra área do pronto socorro, mas Changkyun não quer ir para ainda mais longe de Kihyun, cujo nome sai repetidas vezes por sua boca, num tom de voz choroso e melancólico. As mãos do garoto estão ensanguentadas assim como as suas roupas, mas seu próprio sangue parece parar de fluir pelo corpo e, quando ele finalmente cede e acompanha o enfermeiro até o banheiro para se limpar, sente a tontura pegá-lo de surpresa. As mãos conseguem apoio na pia, apesar de as pernas estarem bambas.
Quando ele sai, encontra Jooheon.
Visivelmente nervoso, o amigo abraça Changkyun sem se importar com a sujeira nos tecidos finos, já começando a chorar porque é sempre tão sentimental e nesse momento isso se multiplica por dez. Nenhum dos dois consegue falar, no entanto. Jooheon ampara Changkyun pela cintura e ambos caminham juntos em direção à sala de espera, onde precisarão ficar até que haja alguma notícia.
Meia hora depois, Minhyuk desponta na entrada da sala, os olhos aflitos procurando por seu amigo. Quando vê Changkyun, dispara na direção dele e o abraça de forma desajeitada, sem nem deixar o garoto se levantar da poltrona onde está sentado. Ele cumprimenta Jooheon com um aceno de cabeça, porque só se conhecem de vista, e não larga as mãos de Changkyun, confortando-o com algumas poucas palavras: "vai ficar tudo bem. Ele vai ficar bem".
Mas ele está errado, porque uma hora mais tarde o médico aparece com a última notícia que os rapazes querem ouvir: Kihyun não suportou os ferimentos e faleceu.
Changkyun se lembra disso a todo momento e suas memórias são então inundadas pela culpa e pelo sentimento vazio deixado por seu companheiro. Mesmo depois de dois anos, é como se Kihyun ainda fosse entrar pela porta do apartamento, lhe desejar boa noite com um abraço e um beijo gostoso e sorrir para ele porque eles sempre foram tão perfeitos juntos. Feitos um para o outro, uma vez que suas marcas se completavam. Quando encarava Kihyun nos olhos, Changkyun conseguia ver a aura colorida de seu companheiro e vice e versa: e essa era a prova de que eram soulmates.
Mas agora, sozinho num mundo onde não existem substitutos, sua alma está realmente partida. Changkyun se torna um solitário, parte de um grupo grande de pessoas que perderam suas almas gêmeas e jamais se sentirão completas novamente. Algumas tiram a própria vida para seguir os que partiram antes, outras esperam até que o destino lhes sele a cova, dedicando-se à vida com a solitude como lema. Mas há aqueles que tentam preencher os buracos cavados pela dor envolvendo-se com outros solitários, como ômegas casando-se entre si, nunca satisfeitos.
Nunca realmente completos.
Changkyun acaba encontrando conforto nos braços de Minhyuk depois de um longo período de insistência por parte de seu hyung. No início, ele se culpa por envolver-se com outra pessoa, mas Minhyuk é sempre muito doce e compreensivo. Também está sempre mimando-o para que Changkyun não se perca em ideias erradas e egoístas. Minhyuk realmente se esforça para fazer de Changkyun uma pessoa feliz de novo, embora saiba que a tarefa é árdua.
— Um dia você irá encontrar o seu soulmate e então como vão ficar as coisas entre nós? — é essa a principal dúvida de Changkyun.
— Nós temos muito tempo até isso acontecer — é a resposta dada por Minhyuk. Indagado sobre como pode ter tanta certeza disso, ele conclui: — eu apenas sei que vai demorar.
Changkyun nunca tem certeza se Minhyuk diz isso do fundo de seu coração ou se é apenas para encurtar as conversas mais sérias para que eles possam trepar logo. Minhyuk adora tudo em Changkyun, principalmente seu corpo, com o qual ele não tem os mesmos cuidados que emprega no restante dos tratamentos ao namorado. Quando estão no quarto, tudo se transforma, mas Changkyun nunca reclama, nem mesmo em pensamento, da forma como eles se unem carnalmente, com uma violência que ele jamais experimentou com Kihyun. Seu lado romântico e comportado desaparece, como se ele se tornasse outra pessoa. E é o que ele, às vezes, quer muito ser: outro Changkyun, não esse que sofre, chora e quer a todo instante desistir, não.
Ele gosta muito do Changkyun que Minhyuk cria.
É Jooheon quem o acompanha duas vezes por mês ao cemitério. Leva flores da floricultura da qual é dono, sempre em arranjos bonitos e tons claros, como Kihyun gostava. Ampara Changkyun porque tem medo de que o amigo sucumba diante da lápide, o nome e a data tão claros, relembrando o pior dia de suas vidas. Sim, porque Jooheon e Kihyun também foram muito amigos.
Naquele dia, alguém ligou do celular de Kihyun para Changkyun, informando que uma tentativa de assalto havia acontecido e duas pessoas tinham sido feridas. O meliante atacou Kihyun primeiro e um colega de trabalho em seguida, quando este foi tentar defender o rapaz. Changkyun estava muito perto do local, porque ia buscar Kihyun todos os dias. Por isso correu e chegou antes do socorro, mas depois da polícia. Desrespeitando as autoridades, ele não se importou com nada que não fosse Kihyun, que estava caído no chão com cortes profundos pelo abdômen. Seu nome sendo chamado, as pessoas chorando em volta, a tremedeira tomando-lhe por inteiro: Changkyun ajoelhou-se tão perto de Kihyun que assistiu enquanto a aura do garoto se dissipava lentamente dos olhos que ele tanto amava. Não podia ser verdade, não tão cedo, não quando eles tinham se conhecido há apenas três anos. Três anos que, aos olhos alheios, eram bastante tempo, mas que, para eles, não foram o suficiente.
— Vamos, Changkyun? — Jooheon tem sempre que perguntar, porque Changkyun é capaz de permanecer naquele local por muito tempo. Quer acreditar em fantasmas, mas sabe que eles não existem. Quer acreditar num vírus que trará os mortos de volta, mas isso é apenas ficção. Quer fazer um pacto para ter a chance de ver Kihyun uma última vez, mas sabe que nem o demônio mais poderoso pode pregar peças na morte. Então ele se despede do túmulo como se houvesse uma maneira de Kihyun saber o quanto ele ainda se importa.
Com tudo.
Menos consigo mesmo.
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Notas finais:
Link da playlist: https://open.spotify.com/playlist/7pvzhK1yodYehaUWC1d0wM
Me deixem saber o que estão achando, okay?! Obrigada a quem chegou até aqui e até o próximo capítulo!