Capítulo Dezessete: a polícia.

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Era madrugada quando Sawyer escutou as sirenes da polícia. Não era incomum, todos sabiam que ali tinha um fluxo de tráfico muito grande para um bairro daqueles. Mas não foi o barulho que o acordou, foi o medo de Seth ser pego. O medo de perder outra pessoa na sua família. Como seria se Seth fosse preso? Quem cuidaria do Sawyer? Quem cuidaria da sua mãe?

Sawyer levantou da cama, pronto para seguir aquele som que não parava. Que o assustava tanto. Mas antes de sair de casa, foi até o quarto do Seth, na esperança de vê-lo ali na sua cama, dormindo.

Mas o quarto do Seth estava vazio. Sua cama estava desarrumada. Seu chão estava repleto de sujeira. Enquanto passava pelo corredor, viu sua mãe saindo do banheiro do andar de cima. Ele a encarou por um tempo. Ela estava tão fraca, pálida. Como isso foi acontecer com ela? Com todos eles?

- Mãe – Sawyer chamou. A mulher, irreconhecível aos olhos do filho, o encarou, franziu o cenho e disse:

- Seth – ela sorriu com pesar. Sawyer a encarou, esperando que ela se corrigisse. Mas ela apenas ficou ali, segurando uma caixinha laranja de remédios e encarando o filho que ela não reconhecia.

- É o Sawyer – ele disse, baixinho. Nunca pensou que aquilo fosse necessário, lembrar a sua mãe que não tinha só um filho.

A sua mãe não disse nada, apenas sorriu para ele. Um sorriso tão triste que fez Sawyer descer correndo as escadas e para fora daquela casa.

Aiden escutou a sirene, mas não fez nada de imediato. Ficou encarando na janela do seu quarto, tentando enxergar onde estava o carro.

Foi quando viu Sawyer correr pela rua. Ele parecia tão apavorado que não escutou Aiden gritando seu nome.

- Sawyer – dessa vez Aiden já estava atrás dele, correndo também. Sawyer olhou para trás, confuso.

- Meu Deus, Aiden. Você quase me matou do coração – Sawyer disse, parando um segundo para deixar que Aiden o alcançasse.

- O que está acontecendo? Alguém morreu? – Aiden perguntou, enquanto caminhavam juntos até a sirene. Que aos poucos foi parando.

Até que não se ouvia mais nada.

Mas ainda conseguiam ver as pessoas, curiosas, nas janelas.

- Puta merda – Sawyer disse, e saiu correndo. Ele sabia, no segundo que as sirenes paravam, a polícia havia conseguido o que queria.

O seu irmão.

Sawyer correu. Correu tanto, que Aiden acabou ficando para trás.

Ele pensou. Pensou tanto que já não dava tempo de ir atrás.








Keith não conseguia dormir naquela noite. Não por causa da sirene, ele sempre as ignorava quando escutava. Ou por causa do seu pai, que estava escutando alguma música de jazz no quarto ao lado. Mas ficou pensando naquela menina. A menina que provavelmente seria a mãe do seu filho.

Ele não poderia ser um bosta de pai, igual o seu. Ele não poderia deixar faltar nada para aquela criança.

Ele nem sequer sabia o número do telefone da garota, apenas sabia que seria pai. E sabia por que ele tinha uma péssima sorte.

Pensou em ligar para Vanny e lhe contar da novidade.

Mas de que serviria? Só tornaria a coisa mais real.

E então algo acendeu dentro dele. Ele sabia exatamente para quem ligar.

- Oi, mãe – ele disse, assim que a mulher do outro lado da linha atendeu o telefone.











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