[ ! ] Capítulo curto e não revisado (agora se a culpa foi da minha dificuldade para colocar as minhas ideias em prática ou da minha preguiça, não se sabe ainda).
Sabia que deveria estar tranquila agora que estávamos todos seguros, mas foi quando estava mergulhada nesta mesma sensação de segurança que houve a invasão na primeira mansão dos Sakamakis. Era impossível tirar da minha cabeça a imagem do fogo se espalhando a medida que os lobos cercavam a sala.
Tendo ficado um bom tempo acordada para cuidar deles, a única coisa que queria era, com certeza, dormir um pouquinho. Entretanto, a preocupação com o comportamento anormal de Ayato não me deixava em paz. Quando esticava a minha mão para tocar seu rosto pálido, parecia cada vez mais gelado. E, além disso, suava como se estivesse sob um sol de verão. E olha que essa nem era a pior parte.
Acabei por ceder a tentação de deitar do lado dele apenas para ter certeza de que tudo continuaria bem, o que é bastante bobo se você parar para pensar. O mais estranho para mim, foi, provavelmente, quando ele começou a falar uma sequência de palavras sem contexto nenhum. Nunca na minha vida tinha visto o Ayato falando enquanto dormia, e olha que quanto a isso o conhecia bem.
– Impossível... – ele voltou a sussurrar depois de alguns segundos de silêncio, logo estremecendo nos meus braços – mentirosa...
Eu fiquei sem saber o que fazer na hora, já tinha tentado acordar o mesmo do que parecia ser um pesadelo, mas não tive nenhum sucesso. Praticamente, independente do que fizesse ou deixasse de fazer, era inútil.
Por alguns segundos fiquei tão centrada naquilo, que até me assustei. Enquanto acariciava delicadamente as costas do ruivo tentando o deixar calmo, acabei esquecendo de tudo ao meu redor. E claro que isso era ruim.
Acabei tomando um belo susto quando ouvi algo quebrar o silêncio que reinava no lado de fora do quarto: algo se arrastava pelo corredor, bem perto de mim. Parecia o barulho que uma sola de sapato faria.
Apesar de ter ficado curiosa, também fiquei com um pingo de apreensão, vai que era algum estranho ou coisa parecida. Quando acabei cedendo ao meu lado curioso e fui verificar o que tinha feito aquele barulho, acabei vendo que o meu medinho foi completamente desnecessário.
– Laito! – suspirei aliviada – Nossa, graças a Deus que é você!
Mesmo se comportando quase sempre de maneira tão simpática e animada, ele não me respondeu e nem ao menos me olhou. Me aproximei dele, que se encontrava de costas enquanto apoiava o corpo dramaticamente contra o corrimão da escada.
– Oi. – Ele inclinou a cabeça para trás quando percebeu a minha aproximação, dando um sorriso forçado, até mesmo tênue, como se pudesse desaparecer rapidamente
– Tá tudo bem... ? – perguntei, só então notando as pantufas que usava, explicando o barulho de antes
– Apenas um leve mal estar, mas fora isso tudo bem – ele colocou a mão atrás da cabeça, dando um sorriso verdadeiro em seguida – E com você?
– Bom, é difícil dizer depois de tudo... – desviei vagamente o olhar para longe – nossa, falando desse jeito até parece que a gente ficou sem se falar por meses – comentei, mudando a conversa para um rumo menos sério
– É, parece mesmo. – Ele riu de leve, se virando completamente com uma feição mais tranquila do que antes – Onde estão os meus irmãos?
Voltei a dar alguns passos para trás, abrindo a porta do quarto do Subaru enquanto apontava para a que estava do lado, onde Ayato ficava. Para minha surpresa, Laito franziu a testa enquanto colocava uma mão na cintura.
– E os outros... ? – hesitou, mas acabou perguntando
Meu sorriso murchou e eu acabei demorando algum tempo para conseguir responder. Realmente pensava que ele já estivesse sabendo do estado deles, ou que talvez, pelo menos alguns dos três, soubessem onde eles estavam.
– Não faço a mínima ideia de onde estão, porém, acho provável que pelo menos o Reiji esteja bem – falei em tom baixo e de maneira calma, tentando deixar a notícia menos chocante, se é que isto era possível
Em um movimento rápido e brusco, Laito se aproximou de mim. Dava para ver que a minha tentativa de ser menos impactante tinha falhado miseravelmente só de olhar nos olhos dele.
– A gente precisa ir falar com o Karl! – iludido ele, pensei comigo mesma
– Na verdade, ele já sabe – expliquei, fazendo uma longa pausa para continuar – , acho que não se importou muito por sinal...
Laito suspirou, revirando os olhos por um momento. Estava mais do que claro o tanto que tinha ficado estressado de um dia para o outro, depois do que eu falei então, tinha piorado.
– É o que se espera daquele cara. – Disse da maneira mais fria possível que poderia se falar de um pai, e, de certa forma, ele estava mais do que certo – Só que, se tem tantos contatos nos dois mundos, não vou deixar que isto passe batido para ele. Vamos atrás dele sim
Sua determinação era, sem sombra de dúvidas, bem contagiante, só que como que nós faríamos aquilo sem nem saber onde ele poderia estar naquele exato momento? Não fazia sentido. Laito parecia estar deixando isso de lado e apenas focando no objetivo.
– Mas, espera, para onde pretende ir? – perguntei antes que ele pudesse voltar para o quarto dele – Mesmo com a poção de cura que o Karl me deu, não sei se você conseguiria aguentar uma viagem tão longa repentinamente...
– Isso é óbvio na verdade. Nós vamos para o castelo do Éden. E, não se preocupe com a minha saúde, eu devo ficar bem – pela primeira vez naquele dia, ele finalizou com sua típica cantoria, e, sem deixar que eu falasse mais alguma coisa, se fechou no quarto
Nem sequer tendo uma única peça de roupa para substituir as que já estavam comigo há alguns dias, e que também estavam bem sujas, a única coisa que pude fazer foi esperar. Desci a longa escadaria e me sentei sobre o sofá, enquanto fitava os meus próprios pés. Castelo do Éden... parecia ser o nome de alguma coisa realmente importante, o que me deixava ainda mais interessada quanto ao que aconteceria a seguir.
Continua...
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Choices~A escuridão não cessa.
Fanfiction⟨ Continuação de "Choices~As escolhas sombrias" ⟩ Quando você pensar que sabe de tudo dessa história... Pouco mais de um ano tinha se passado, a vida na mansão Sakamaki parecia ter ficado bem mais tranquila. Ayato e Yui ficaram com um vínculo cada...