Capítulo 11~Invadida?

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Depois de um longo banho aquecido, acabou que no final Ayato me convenceu a dormir do lado dele. Foram horas agradáveis, passar o tempo abraçando ele ou trocando carícias definitivamente era bom. Já quando acordei, por algum milagre o ruivo deveria ter acordado antes de mim, porque o seu lado da cama estava vazio. Incomum para ele que costumava dormir até tarde e pedir mais uma hora de sono sempre que alguém o dizia que era para acordar.

Era quase como o comportamento de uma criança. A simples comparação me fez rir por um momento.

Fazia sentido, em uma situação catastrófica qualquer pequena coisa já era uma alegria.

Empurrei o cobertor para longe, em seguida ouvindo a minha barriga roncar. Talvez fosse hora de fazer um lanchinho.

Instintivamente, desci as escadas e fui até a cozinha, vendo o Laito abrindo os armários, como se estivesse procurando por algo.

– Bom dia Yui – cumprimentou bruscamente, mesmo sem se virar na minha direção

– O que está procurando? – perguntei, enquanto entrava de vez no outro cômodo. Tinha um saco de pão vazio largado no balcão ao lado de dois potes de biscoito e algumas frutas que pareciam tão estragadas ao ponto de ser impossível reconhecer o que eram – Nossa, quanta comida

O cheiro que as supostas frutas exalavam definitivamente era terrível. Meu estômago deu um nó e por um momento quase pude sentir ânsia de vômito. Aliás, como que eu não tinha percebido aquela comida guardada na cozinha? Ou melhor, aquele aroma de comida estragada?

– Bom... – ele graciosamente se virou e ajeitou o chapéu dele, colocando um fio de cabelo que descia pelo meio da testa para dentro do mesmo – acho que não tenho muito como mentir sobre isso, né? – completou a frase, soltando uma risada curta – Eu só estava pensando que... alguém deve ter invadido essa mansão também

Pisquei freneticamente pela surpresa, ficando calada por um segundo antes de começar a encher ele de perguntas.

– Invadida – repeti, sentindo minha testa franzir de modo involuntário – , mas a casa estava toda selada, ninguém ia entrar aqui por nada

– Parece que alguém não prestou atenção o suficiente, huh. – Disse, todo misterioso – A porta dos fundos e a da frente foram arrombadas, comida que apareceu do nada, a mansão foi milimetricamente limpa e algumas das minhas roupas que estavam aqui sumiram

Fiquei parada enquanto tentava entender metade do que ele tinha acabado de dizer. Por um lado fazia bastante sentido, afinal, já fazia por volta de um ano e alguns meses desde que cheguei na mansão Sakamaki e nesse meio tempo nunca vi nenhum deles visitar aquela outra casa. Consequentemente, era demasiado esquisito as coisas estarem daquela forma.

– Poderia ter sido – quase disse "o seu pai", mas consegui me segurar a tempo – o Karl, ou Tougo, seja como for. Na verdade, ele que abriu a porta da frente e me ajudou a cuidar de vocês com algo como uma poção medicinal... seria fácil ter limpado e feito essas outras coisas antes da gente chegar, né?

Laito pareceu pensar na possibilidade, porém, pouquíssimos segundos depois, negou com a cabeça.

– Ele certamente não iria perder seu preciosíssimo tempo com isso. – Afirmou, meio debochado – Poderia ter mandado algum demônio para cá, entretanto, se fosse esse o caso, nós o veríamos por aqui. Um funcionário do Karl não iria sair de fininho e ainda deixar a comida – ele desnecessariamente levantou as mãos e fez aspas com os dedos ao pronunciar a última palavra – para trás, iria pelo menos dar uma saudação para você

– Mas quem poderia ter se interessado em invadir? Os fundadores tinham algum interesse nisto?

– Acho que não havia nada muito valioso, então eles nem devem saber sobre essa possível invasão do lado de cá... o pior de tudo é isso – murmurou para si mesmo de maneira melancólica. Parecia que ele estava se referindo à alguma outra coisa

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