Capítulo 18: POV Sebastian Regen

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 Não achei que a fosse ver de novo tão cedo, mas pouco antes de terminar de tomar meu café, Nina entrou na Sala de Jantar

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 Não achei que a fosse ver de novo tão cedo, mas pouco antes de terminar de tomar meu café, Nina entrou na Sala de Jantar. Dava para ver claramente que ela não estava feliz de estar ali, mas estava se esforçando.

Enrolei o máximo que pude para terminar minhas panquecas, meus olhos inevitavelmente a procurando a cada vez que eu levantava o rosto. Mas ela estava me evitando e a única vez em que se deixou olhar para mim, eu pisquei um olho só, fazendo-a ficar ainda mais frustrada com aquela situação.

Meu irmão não voltou. Tive que avisar minha mãe sobre seus instrumentos, mas ela nem ficou brava quando soube que ele só estava querendo animar a menina deprimida. Pelo contrário, na verdade, ela parecia era orgulhosa dele. Que seja, eu super faria isso também. Se eu me importasse com alguma menina, o que não é o caso.

Quando as selecionadas começaram a se levantar, vi Nina se apressando para comer o que podia. Meus pais não tinham pressa de comer, tentando sempre deixar todo mundo confortável para terminar a seu tempo. Mas muitas olhavam para a nossa mesa sem parar, quase que procurando saber se estávamos avaliando-as e, se sim, se estavam indo bem. Mas duas pessoas menos críticas do que meus pais era quase impossível. Eles tinham passado por aquilo. Eles entendiam.

Eu, por outro lado, já tinha praticamente classificado cada uma delas. Começando pelas gêmeas. Uma delas estava mais interessada em observar a irmã do que qualquer coisa (tudo bem que meu irmão não estava lá, mas mesmo assim). A irmã que estava sendo observada não parecia se importar e, ao invés, passou o tempo todo lá me olhando com cara de interessada. Achei engraçado. Teria que contar a Charles.

Depois delas, estava sentada uma que parecia pronta para tomar o lugar da minha mãe. Sua pose era de longe bem melhor do que a minha jamais seria. Essa sua elegância era um pouco cativante, mas ficou monótono logo.

Do seu lado estava uma menina de cabelos cacheados que já tinha parado de comer há muito tempo e brincava com seu colar, conversando com a menina na sua frente.

Que era a criada. Soltei minha caneca de volta à mesa, surpreso. Não, não podia ser. Eu estava ficando louco. Não lembrava da criada de Charles ser ruiva, mas parecia com ela. E muito! Será que ele tinha mesmo ido atrás dela para chamá-la para a seleção? Será que ele seria louco a esse ponto?

Dei de ombros e peguei minha caneca de volta. Teria que perguntar isso também, mas não tinha muito o que eu pudesse descobrir naquela hora.

Continuei para a menina ao lado da que parecia (e muito) a criada do meu irmão. Essa tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo, diferente de todas as outras. Mas mesmo assim, ele parecia alcançar sua cintura. Ela era calma demais, pensei. Educada demais.

Meus olhos continuaram passeando pela sala quando uma das meninas se levantou para sair. Não pude evitar olhar para ela. Sabia que conhecia ela de algum lugar e finalmente tinha lembrado de onde! Ela era atriz, modelo, cantora. Digamos que ela era famosa por profissão. E era mais bonita ainda pessoalmente. Seu jeito de andar era digno de uma estrela. Era como se ela soubesse que era famosa, que todos os olhos estavam nela o tempo todo, e ela gostava disso. Mas não de um jeito ruim, não. De um jeito bom, confiante. Quando ela passou pela porta e desapareceu da minha vista, fiquei querendo que ela voltasse para eu olhá-la mais.

Eu superei, não se preocupe. E continuei na minha missão de classificá-las. Sem querer, meus olhos caíram em Nina de novo. Louca, pensei. Era como ia chamá-la, porque era uma coisa que eu tinha certeza de que ela era. Ela só podia ser louca de ter falado comigo daquele jeito.

Era engraçado, para falar a verdade. E lembrar me fez sorrir comigo mesmo.

Do lado dela, estava uma menina de cabelos castanhos e olhos tão azuis que eu podia ver daqui. Ela tinha um colar de uma peça de xadrez que me deixou bem surpreso. Ela deveria gostar muito para estar usando como joia. Isso me fez pensar que ela deveria, na verdade, ser bem interessante. De algum modo, bem inteligente. Quem sabe mais tarde eu pudesse a desafiar para uma partida.

A menina à sua frente falava sem parar. Não consigo imaginar o que tanto ela tinha para falar a uma pessoa que estava competindo com ela por algum cara. Não era nessa hora que as mulheres ficavam manipuladoras e quietas, só observando o melhor jeito de atacar?

Mas ela parecia bem divertida, sério. Ela fazia uma careta diferente para cada frase, exagerando no drama do que contava. Mas era de um jeito legal, quem sabe eu não fosse gostar de conversar com ela.

As duas meninas ao seu lado eram meio opostos. Bom, pelo menos era o que parecia. Uma delas tinha seus olhos verdes grudados na falante, concordando com a cabeça de tempo em tempo, realmente animada com a conversa. Apoiava seus braços na mesa, superconfortável com a situação.

A outra parecia mais tímida, mais deslocada. Tinha uma caneta na mão, que usava para escrever alguma coisa em guardanapos. Não sei bem o que era, mas parecia já ter escrito vários e ainda tinha muito na cabeça para colocar no papel.

Então tinha uma louca, duas gêmeas, uma escritora obsessiva, a menina que não se importava com suas maneiras, a falante, a elegante demais, a do cabelo enorme, a que gostava de jogar xadrez, a celebridade, a criada e uma que parecia completamente deslocada. Entre outras é claro, como uma menina linda de cabelos cacheados que parecia encantada com a minha mãe. E uma outra morena que tinha a pele mais bronzeada de lá.

Não importava muito o que elas eram, o que elas faziam. O fato era que todas eram muito bonitas e era difícil escolher para quem olhar. E isso para mim, naquela hora. Não queria nem pensar no que meu irmão teria que fazer.

Terminei meu café e pedi licença para sair da sala. Os olhos de Nina a traíram, virando para mim quando ouviu minha voz. Quando encontrou os meus, ela rapidamente voltou a olhar o prato na sua frente. Passei por ela e sai de lá, já pensando em passar meu dia na biblioteca.

Quando a Chuva Encontra o Mar [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora