sentiram saudades? não mas tá de boa, aproveitem o cap de hj bjs
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camila pov
Dizer que eu fiquei assustada com a presença da minha mãe seria o mínimo, o sangue fugiu do meu corpo e eu tive uma sensação de quase morte. Porque? Porque minha mãe é louca, não me entendam mal, ela é uma maluca do bem, mas que tem o poder de fazer o inferno congelar em 5 segundos, e os nossos corações também. Quem sempre passou as maiores vergonhas relacionada a pais? Eu e meus irmãos. Quem sempre teve os piores castigos? Eu e meus irmãos. Marisol é a mãe mais coruja, cuidadosa, protetora e amorosa e conheço, mas também a mais escandalosa do pedaço.
- Surpresa, querida? - mamãe chama minha atenção e paro de viajar - imagina a minha surpresa quando Cole, sem querer, comenta de um namorado novo, e depois volta atras, e imagina a minha surpresa maior quando chego no seu apartamento em plena segunda-feira e descubro que não dormiu em casa, e agora fico sabendo que nem para a aula foi. - ela fala rápido e em português, minhas bochechas estão queimando.
- Quem disse que … não fui pra aula? Claro que fui, só …. sai mais cedo … tive uma aula a menos. - olho para Lili que está rindo sem parar. - Tá rindo do que se não está entendendo nada, tonta.
- Não importa, só preciso saber que você está se dando mal.
- Que coisa feia, Lili. - minha mãe chama sua atenção também - Bela amiga. Mas minha conversa é com você, mocinha, passa pra dentro.
- Mãe, não estamos em casa.
- Não interessa, passa pra dentro daquela cozinha ali.
- Mãe … - não iria adiantar nada, então passei pra dentro da cozinha seguida pela mesma - olha …
- Camila - minha mãe iniciou assim que fechou a porta - pode começar a explicar.
- O que?! - me faço de desentendida.
- Não me provoque, Camila.
- Mas, mãe, só não tem nada acontecendo. - ela arqueia a sobrancelha em minha direção e eu sei que tenho que contar tudo - certo, estou namorando um cara, é novo e ainda estamos nos conhecendo, mas gosto muito dele, e ele gosta de mim, eu espero.
- E o Charles?!
- Nós terminamos, mãe, acabado.
- Ele diz para todos que não, que você só virou a cabeça e ficou deslumbrada com a cidade grande. E eu não quero acreditar nisso.
- O Charles diz muita coisa, na maioria das vezes apenas para ouvir a própria voz. - rolo meus olhos e espero a reação da outra - vai acreditar em mim, que sou sua filha, ou nele?!
- Não vem com essa. Filha, só não quero que algum moleque tire seu foco, foi tão difícil aceitar você vir para longe da gente, mas aceitamos porque queremos que boxe seja grande, que conquiste seus sonhos. Você merece ter o mundo aos seus pés.
- Mãe, não é para tanto. - brinco e ela ri - KJ não é um moleque qualquer e me apoia, nossa relação é nova e pode ser que nem dê certo. Eu quero que dê, mas ainda não prevejo o futuro, tanta coisa pode acontecer. Eu só garanto que estou 100% focada nos meus estudos … - mamãe arqueia a sobrancelha e eu rio - ok, 60% focada.
- Certo. - ela me puxa para um abraço - Quero conhecer esse moleque antes do seu pai chegar.
- O que? E o restaurante?
- Dylan vai ficar tomando conta por uns dias. Seu pai não liga de perder a diversão lá, desde que ele possa apavorar alguém bem aqui. - minha mãe me pega em um abraço apertado.
Só fecho os olhos e respiro fundo, faço uma breve oração para que meu pai não comece com aquela conversa fiada de que tem uma arma e sabe usar. Isso só vai ser embaraçoso já que KJ não vai sentir um pingo de medo.
Parece que já estamos uma eternidade ali dentro quando a porta se abre e paro de rezar. Estou pronta pra virar o dar um soco na cara de Lili que deve estar rindo do show da Dona Marisol.
- Olha aqui, Lili … - viro e congelo com o soco armado no ar - Ah.
- Não sou a Lili, mas se está mesmo precisando socar algo … manda ver. - soco seu peito embarcando na brincadeira e tudo que ele faz é rir - Boa tentativa. Hey, morena.
- Oi. - KJ segura minha mão que o socou e me puxa, antes que eu chegue perto o bastante minha mãe fosse alto e nada discretamente - para com isso.
- Quem é o rapaz?
- Mãe, esse é o KJ meu …
- Namorado - ele completa, KJ me abraça de lado e estica a mão para cumprimentar minha mãe - Prazer, senhora Mendes.
- Senhora está no céu, é Marisol. E na minha terra a gente cumprimenta direito.
Sem esperar minha mãe se aproxima e beija as bochechas de KJ, eu fico segurando o riso para a cara de espanto do moreno, mas ele se rende logo e me solta para abraçar a "sogra". Respiro um pouco mais aliviada.
- Então, você é o rapaz sem nome que fez minha filha perder a aula.
- Keneti James.
- Prazer. Se formou em alguma faculdade?
- Duas ao mesmo tempo, um mestrado e dois doutorados. Agora encerrei minha carreira acadêmica. - KJ fala sério, ele não gosta de ser questionado ou colocado sob prova de caráter.
- Ah … nossa. - minha mãe fica sem graça e cora um pouco - hum … quantos anos tem?
- 28.
- Estava esperando por um rapaz meio hipe, com tendências a usar algumas drogas ilícitas e consumir bastante cerveja. Mas você, meu rapaz, é totalmente o contrário. Mark vai ficar morto de ciúme.
- Não diria que sou um bom rapaz, nem um bom partido, mas adoro a Cami e tento ser o melhor que posso para ela. - KJ me olha e sorri, parece que lembraram que estou parada bem no meio deles - acho que tenho feito um bom trabalho.
- Algo parecido. - respondo e ele se curva para beijar minha testa - agora que já se conheceram … eu preciso trabalhar.
- Certo. - KJ responde e volta seu sorriso brilhante para minha mãe - Marisol, posso te pagar um café?
- Aceito. Vou esperar lá fora.
Minha mãe sai em direção a porta e quando a abre olha para mim e pisca. Rolo os olhos, essa mulher não muda nunca. A porta se fecha e KJ cai na risada, eu estou mais envergonhada que qualquer outra coisa.
- Não esperava por isso. - falo e KJ para de rir e me encara, seus olhos estão claros como mel - Ela te encurralou, ela sempre faz isso.
- Ah e quantos namorados seus ela teve que encurralar?
- Um só, mas ela faz isso com todo mundo que eu conheço.
- Não tem problema, não vou dizer que é confortável, mas podia ser pior. Só não planejei conhecer sua mãe assim, meu plano era fazer um jantar onde você pudesse usar um lindo vestido, e eu pudesse me exibir com motorista particular, cobertura e comidas caras.
- Idiota. - KJ me beija.
- Está me devendo uma noite.
- Eu? Kage, minhas pernas ainda estão tremendo.
- Hum. - ele faz a sua cara de safado irresistível e uma parte minha derrete, a outra quer soca-lo - mesmo assim, me deve uma noite de brincadeiras.
- Suma daqui.
Rindo de mim KJ sai da cozinha e deixa a porta aberta, pela qual a cabeça de Lili entra imediatamente e é acertada por um pano de prato bem enrolado.
Pelo que pude observar do meu local do balcão, KJ e minha mãe se deram bem, eu só espero que o mesmo aconteça com meu pai, Mark, ele é protetor, um pouco ciumento e tem a ideia fixa de que nenhum homem está a minha altura, e olha que sou baixa. Piadas a parte, vou tratar de ler a cartilha a ele antes de se conhecerem, seja lá o dia que for, parece até que estou observando minha vida pela vitrine.
Mamãe passou a noite comigo, na minha cama, então isso significou nada de KJ dormindo por lá. A noite com Marisol foi maravilhosa, apesar dela se mexer igual uma cobra na cama a noite toda, conversamos até tarde, jantamos juntas incluindo Lili e percebi que minha mãe ainda não sabe que a loira é sua norinha, o que me rendeu horas de vingança contra as risadinhas e mais cedo.
Mas a noite passou rápido e preciso ir para aula hoje, não posso perder mais um dia e ainda preciso da matéria de ontem. Valeu a pena cada minuto que passei com KJ e faltei a aula, só que a vida continua fora da cama.
- Filhota, vou fazer check in no hotel e nos vemos mais tarde, passo no café para o lanche. Pode ser? - estou engolindo meu café da manhã enquanto ela tagarela sem parar - que cara é essa?
- Nada, mami. - ela sabe que odeio falatório logo cedo - papai chega que horas?
- No fim da tarde. Acredita que já mandei mensagem e ele não me responde?!
- Oh não. - finjo espanto e levo um beliscão se brincadeira - Deve estar muito ocupado com a moça da loja de bolos.
- Haha.
- Agora tenho que ir ou vou perder meu ônibus.
- Precisa de um carro, Cami.
- Eu sei, mas ainda não posso pagar. E muitos dias Kage me dá uma carona até lá. - ela me olha seria e para de comer - não passo todas as noites lá, mãe, ele apenas me pega aqui e deixa lá.
- Sei.
Pego minha mochila e celular, estou digitando uma resposta para Kage, dizendo que preciso sim de uma carona enquanto abro a porta. O celular cai quando me assusto com uma figura enorme parada bem a minha frente, ele é enorme mas sei sorriso é doce e seus olhos bondosos e amigáveis como quase todas as suas ações.
- Oi pai. - o abraço apertado e ele me levanta do chão para me apertar até doer - Tchau pai. - beijo seu rosto e pego meu celular do chão.
- Já vai?
- Sim, estou bem perto de me atrasar.
- Acho que não vai, tem um carro preto chique te esperando la embaixo.
- Como sabe que está me esperando, especificamente? - estreito os olhos em sua direção e ele ri - Pai …
- Porque você é a única mulher que merece essa atenção em todo esse prédio.
- Você é um bobo, e eu te amo por isso. Tchau.
- Fala pro garoto que quero vê-lo hoje às 8 PM. - ele grita quando já estou dentro do elevador - Não vim de longe para fics fazendo charme.
Esse cara não tem jeito.
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σ cσทτrατσ ❁ kjmila
RomanceCamila, uma garota que acabou de se mudar com sua melhor amiga Lili para NY procurando novas oportunidades, acostumada com a vida e cidade pequena ela conhece uma pessoa que pode mudar e lhe ensinar as coisas que a cidade grande faz. essa história p...