Para a minha surpresa, Bruno abriu a porta do banheiro, uma toalha amarrada em sua cintura; seus olhos miraram para baixo imediatamente, ao chão, onde ele sabia que mamãe deixaria as roupas. O que ele não esperava era me ver parada, ali, como um poste sem saber o que fazer. Eu não conseguia me concentrar. Não com aquele abdome sarado e delineado, os cabelos dourados e escurecidos caindo pelo rosto, os olhos verdes me olhando por entre as mechas como um predador fixando a mira em sua presa. Eu não sabia como respirar. Eu não conseguia engolir. Meu corpo tremia.
— Clarice? — ele ecoou, em tom de dúvida. Olhou para a porta do quarto, fechada, e depois para mim. O sorriso torto que ele me lançou foi o suficiente para me lançar uma única mensagem: “você não tem mais como fugir”. E eu não tinha. Não depois de ele vir até mim, rapidamente, passando uma de suas mãos por minha nuca e a outra pousando em minhas costas, trazendo meu corpo até o dele para um beijo molhado e cheio de prazer. Eu não liguei para dor alguma em minha bochecha ou o que quer que fosse. A pomada que minha mãe passara havia amortecido aquela pele. Eu só conseguia movimentar meus lábios, junto aos dele, nossas línguas dançando enquanto eu sentia seu corpo sarado preso ao meu.
Minhas mãos desciam pelos músculos de seus braço e ele mantinha uma mão em minha nuca, segurando-me firme naquele beijo. Eu queria tocar e sentir cada parte de seu corpo, cada centímetro... quando cheguei na toalha em sua cintura, eu não fiz força alguma; o nó estava frouxo demais e se soltou. Imediatamente, Bruno nos impulsionou para trás, fazendo-me cair sobre a minha cama e ele sobre mim, levemente.
Os dedos de Bruno foram ligeiros até a minha calça, abrindo os botões e, em seguida, o zíper. Ele as puxou de uma única vez, levando consigo minha calcinha. Eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser tê-lo em mim. Não liguei para o fato de ainda estar de blusa e ele estar completamente sem roupa. Quando ele voltou a se deitar sobre mim, seus olhos verdes me encarando com desejo, eu não consegui fazer outra coisa a não ser colar meus lábios nos dele, segurando delicadamente seu rosto durante o beijo.
Quando nos afastamos, seu sorriso continuava malicioso.
— Por que você está com esse sorriso? — eu perguntei, louca para decifrá-lo.
— Porque estou morrendo de tesão pela mulher que amo.
— Você está? — eu ecoei, empurrando levemente seu corpo para o lado e subindo sobre ele. Minha boca foi até seu pescoço, enchendo-lhe de beijos pequenos e indo até o seu pescoço.
— Estou — ele ofegou.
— Então... — eu comecei, murmurando, e parei com meu rosto sobre o dele, nossos olhos colados. — Por que você não me mostra?
Bruno imediatamente me empurrou, gentilmente, para o lado, voltando a se deitar sobre mim novamente. O meu tom de desafio foi o suficiente para invocá-lo a me possuir imediatamente. Sua respiração afundou em meu pescoço na mesma hora em que suas mãos separavam minhas pernas e as erguem levemente, fazendo-me sentir seu membro entrar em mim de uma única vez, nós dois tão molhados de desejo que não havia outra coisa para sentirmos a não ser prazer.
Seu rosto saiu de meu pescoço e ele me encarou, meus lábios mordidos enquanto eu segurava meus gemidos. Ele me beijou mais uma vez, enquanto continuava a empurrar seu sexo lentamente para dentro e fora de mim. Eu ofeguei um gemido e ele afastou o rosto.
— Geme para mim, Clarice — ele pediu, baixinho. Eu mordi os lábios, não querendo ceder. — Eu vou fazer você gemer — ele alertou, pousando suas mãos em minha cintura, enquanto seu corpo se deitava sobre mim, perfeitamente, e seu membro entrava até o fim. O gemido escapou por necessidade, contra minha vontade.
Bruno estava imparável sobre mim e, contanto que aquela sensação continuasse se espalhando por todo o meu corpo, eu não ligava.
Nós éramos um só, finalmente.
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Nós tínhamos acabado de deitar um lado do outro, ambos ofegantes, quando houve uma batida à porta. Bruno correu para o banheiro e eu me enrolei na toalha que ele deixou para trás, indo, então, até a porta.
— Oi, pai — eu disse, tentando amenizar a respiração.
— Clarice — ele acenou com a cabeça e abaixou o rosto até seu bolso, de onde tirou os documentos que estivera procurando até então. — Aqui está sua antiga identidade, caso precise, e seu passaporte. — ele me entregou os documentos. Então, levou a mão para o bolso de trás da calça e tirou, de lá, um cartão de crédito. — Eu quero que você leve consigo esse cartão, caso precise comprar alguma coisa nos Estados Unidos.
Eu arregalei meus olhos. — Pai, claro que não. Eu tenho meu dinheiro, eu dou um jeito.
— Não, filha, eu faço questão que leve. Você nos proporcionou tanto todos esses meses e nós não tivemos o que fazer com tanto dinheiro. A maioria está na conta; não estou dizendo para torrar tudo, mas compre algo, caso precise. Não fará falta para nós. Eu sei que você continuará ganhando muito dinheiro no seu emprego no escritório de advocacia. — e ele me entregou o cartão. Aquela era a única parte que Bruno havia omitido de meus pais e eu sabia que deveria contar a verdade. Mas não ainda; eu diria no jantar.
— Obrigada, pai. Vou terminar de me arrumar e a gente se encontra no jantar.
Ele assentiu e se virou para descer as escadas. Eu fechei a porta e, quando me virei, Bruno estava parado logo atrás de mim, seu corpo ainda desnudo.
— Oi — ele murmurou, um sorriso safado nos lábios.
— Você ainda não foi tomar banho? — eu perguntei, indignada.
— Acho que dá tempo de continuarmos o que estávamos fazendo no chuveiro. Você vem?
— Com toda certeza — e eu peguei em sua mão e nós fomos, mais uma vez, permitir que nossos corpos se encontrassem.
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All in.
RomanceUma das coisas que não sabem sobre Clarice Vargas é que a garota tem uma habilidade especial em ler expressões faciais e corporais; por conta disso, uma vez por mês, Clarice se aventura nos cassinos uruguaios, com um único objetivo em mente: tirar d...