24.Lies

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*Any*

Enquanto grande parte dos membros estavam na sala reunidos conversando sobre acontecimentos diários, os quais eu não tinha muito interesse, vejo Bailey passando por nós e indo para à porta, até ele sumir do meu campo de visão. Poucos minutos depois, é a vez de Sina, ela também vai até à porta sem direcionar-nos nem uma palavra se quer, ou muito menos olhar para nós. Seus passos estavam leves, quase não se ouvira barulhos emanando de seus sapatos ao colidirem com a madeira branca e brilhante da sala, por isso ela passara despercebida por quase todos que lá estavam presentes.

Seu andar estava confuso, conseguia sentir a instabilidade quando ela caminhara. Mas isso poderia ser normal, na verdade, isso tudo seria completamente normal para mim, se eu não tivesse visto uma gota reluzente que brilhara como uma estrela caindo de Sina e atingindo o chão. Ela estava a chorar, mas não era um choro barulhendo, ensurdecedor e desesperado. Ao contrário, era calmo, quieto e sufocante, ela chorava, mas não queria que ninguém soubesse, que ninguém à escutasse, ela estava à carregar sua dor em seu corpo e não manifestava sinais que indicassem que ela queria ajuda. Ela parecia tão desolada que creio que isso nem passou por sua cabeça. Resolvo ir atrás dela, mesmo sem pedir, estava óbvio que ela precisaria de alguém.

Eu à encontro, ainda no jardim da casa, sentada de frente para margaridas alvas e muito bem cuidadas que davam uma brisa calmante e acolhedora aquele local. Me sento do seu lado, cerca de dois palmos de distância dela. Mesmo estando tão perto, vejo que ela nem notara minha chegada. Ainda havia lágrimas deslisando sob seu rosto vermelho e macio, ela estava à observar as flores de sua frente, mesmo que seus olhos estivesse voltado para elas, seu olhar não às pertencia. Ela tinha um olhar perdido, não havia brilho neles, era como se apenas seu corpo estivesse lá, sua alma estava em um local muito distante, em outro planeta, onde ela poderia desabar sua tristeza sem se preocupar com o que aparentaria para nós. Resolvo tentar trazê-lá de volta para terra, calmamente eu a chamo.

- Sina?- Nada além balançar do vento como resposta, tento novamente.- SINA!?
- … Oi Any…- Consigo tira-lá de seu transe, mas não de sua tristeza.
- O que houve com você Sina?
- Ahn? Do que você está falando…
- De você. Está óbvio que aconteceu algo, você está até chorando, vamos, pode desembuchar.- Sina leva à mão ao rosto e sente suas bochecas molhadas, ela se espanta, como se nem houvesse percebido que estava à chorar. Entretanto ela apenas abaixa novamente seu braço, solta um longo e abafado suspiro e num tom tão baixo quando um cochicho diz:
- Ela está grávida…- Sina diz essas palavras tão lenta e friamente, mas não consigo entender a quem ela estava se referindo.
- Grávida? Quem?
- Rose.-Ela diz e eu não consigo esconder minha surpresa com a notícia, Sina olha para mim, seu olhar era vazio, o verde de seus olhos estavam escuros, desbotados, como uma folha murcha.- Por isso eu…e-eu…não posso continuar com Noah…
- Mas ué, por que não? Ele pode assumir o filho e continuar com você.
- Mas será mais fácil para ele, se dedicar só à futura…família.
- Você tá louca? Você vai entregar ele assim de mão beijada? Pelo amor de Deus, Sina, ele tem certeza que esse filho é dele? Porque essa garota é uma piranha e eu não duvido do que ela é capaz de fazer só para pegar um macho, olha o golpe da barriga aí, amiga.
- Não importa…eu já terminei com ele.
- Mas você ainda pode voltar com ele, vai atrás dele agora!-Falo puxando-a pelo punho para dentro da casa, ela estava hesitante, mas sinto que ela percebeu que eu estava certa então segue meu conselho.

- Mas você ainda pode voltar com ele, vai atrás dele agora!-Falo puxando-a pelo punho para dentro da casa, ela estava hesitante, mas sinto que ela percebeu que eu estava certa então segue meu conselho

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