Guilherme notara o nervosismo de Sofia durante a manhã em todas as vezes em que as coisas começaram a ficar mais intensas. A princípio não entendeu o porquê de tanta relutância. Era como se ela nunca tivesse feito nada do tipo.
Mas ela tinha feito, não? Sofia namorara por quase dois anos com Marco Antônio, era lógico que ela sabia o que fazer, que sabia o que ele estava fazendo. Ou será que não?
Talvez Guilherme estivesse enganado sobre esse assunto. Afinal, nem todas as meninas eram iguais. Ele já ficara com algumas mais abertas, que não tinham medo de nada, assim como com algumas mais fechadas, em que ele precisava se segurar para não fazer algo que as chocasse. Então podia ter se enganado sobre o relacionamento anterior da vizinha, relacionamento este em que sequer devia estar pensando (era sempre esquisito pensar que a garota com quem você estava já esteve com outro cara).
Ele então se manteve bem distante enquanto escolhia o filme, bem como enquanto assistiam, imaginando que assim Sofia não se sentiria tão receosa de estar com ele (mesmo assim, trancou a porta, pois tinha certeza de que o irmão apareceria, já que passou o almoço inteiro falando da vizinha) e, portanto, fugisse dele, assim como tentou fazer na tarde anterior e naquela manhã falando de química. Estar ali ao seu lado já estava mais do que bom. O resto teriam tempo para explorar.
Contudo, depois de alguns minutos de filme, notou que Sofia estava cada vez mais para seu lado. Estaria com frio?
A vizinha já até tinha encostado a cabeça em seu ombro quando se ligou de que não era por acaso a aproximação. Ele sorriu, vendo que, apesar de aquela não ser a sua ideia, havia funcionado bem. Não perdeu tempo e colocou um braço sobre seus ombros para que ela pudesse se aninhar em seu peito.
Depois de poucos minutos sentindo o cheiro de Sofia tão perto, sua respiração cada vez mais tensa e profunda, Guilherme notou que não poderia se segurar por muito mais tempo. Primeiro aproximou o nariz de seu pescoço para ver como ela reagia, depois deixou alguns beijos leves por sua pele e ainda assim ela não escapou. Quando se deu conta de que ela virava o rosto e que não prestava mais atenção ao filme, acabou com os centímetros que faltavam e capturou sua boca antes que pudesse mudar de ideia.
O beijo dessa vez foi mais tórrido, mais sedutor, cheio de expectativa e anseio. Ele perdeu o controle em poucos instantes, assim que sentiu Sofia se virar para ficar mais confortável. Com isso, ela estava praticamente deitada sobre ele, o que o deixava completamente sob seu serviço. Não tinha certeza se Sofia tinha noção de o que aquilo lhe causava, mas no momento isso pouco lhe importava.
Tudo ficou ainda pior ao sentir a mão dela agarrar seu pescoço, pele quente contra pele quente. Suas próprias mãos o ignoraram e começaram um passeio pelo corpo magro da vizinha, de uma forma nada casta, como ansiara fazer por tantas vezes. Aproveitou que Sofia não estava reclamando e a puxou ainda mais para cima, fazendo-a se deitar sobre si enquanto suas bocas ainda se provavam.
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Entre provas e beijos (DEGUSTAÇÃO)
JugendliteraturSofia e Guilherme costumavam ser melhores amigos, até que por um desentendimento e muita falta de comunicação, as coisas mudaram. Três anos de afastamento, no entanto, não foram suficientes para apagar o amor que havia surgido no inicio da adolescên...