Capítulo 10

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—Então

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—Então... tu e a Vitória...

Gui voltava para casa com Sofia para almoçarem antes da prova de recuperação de química, naquela tarde. Ela esperara que estivessem a pelo menos uma quadra de distância da escola para tocar no assunto novamente.

No recreio conseguira fazer com que a namorada esquecesse da pergunta que fizera mais cedo, enchendo-a de beijos e abraços. Sabia que falaria em algum momento, não poderia evitar para sempre. Por que raios ela se importava com isso? Não era como se tivesse traído Vitória... Só que Sofia era certinha demais para entender seu lado.

O bom é que seriam poucas quadras para conversarem, já que a vizinha, que sempre almoçava sozinha durante a semana, aceitara comer na sua casa. Duvidava muito que quisesse discutir a relação na frente da avó e de João e Martín (a mãe costumava comer no trabalho).

— Não foi nada — garantiu.

— Então por que todo mundo sabia menos eu?

Droga! Ela tinha mesmo ficado chateada.

— Não sei o que todo mundo sabia. Só sei que eu não tinha nada sério com ela. E com ninguém — acrescentou, antes que pensasse que havia outras garotas pelo caminho. Como se ele fosse assim o pegador da escola!

— Uhum, sei.

— É sério! — Gui a encarou, tentando demonstrar confiança. — Só fiquei com ela algumas vezes, nada demais. Nem fiquei com ela na escola! Se quiser, nem falo mais com a Vitória. Posso até apagar o número...

Já tinha alcançado o celular no bolso do casaco para mostrar que estava falando sério, mas Sofia o interceptou com a mão livre. Ela riu. Talvez não estivesse assim tão chateada.

— Deixa de ser bobo. Não estou com ciúmes, só queria saber.

— Nem um pouquinho? — Ele parou de andar, ficando de frente para a namorada, com um sorrisinho malandro no rosto.

As manchas vermelhas começaram a aparecer em suas bochechas. Ela parecia sempre ficar assim quando a provocava daquele jeito. E Guilherme descobriu que gostava muito de provocá-la.

— Talvez um pouquinho...

Guilherme achou a reação fofa. Ele envolveu sua cintura, ainda com as mãos entrelaçadas, colocando os braços dela para trás, de forma que não houvesse como fugir. Então baixou a cabeça o suficiente para poder roçar seus lábios nos dela delicadamente.

— Não precisa se preocupar — prometeu, baixinho, sentindo uma estranha sensação no estômago, algo que não podia ser só fome e que provavelmente tinha a ver com o fato de estar dizendo aquelas palavras. — É de ti que eu gosto.

A resposta pareceu surtir efeito. Os olhos castanhos brilharam enquanto a namorada sorria toda encabulada. Mas, inesperadamente não respondeu que também gostava dele, apenas se livrou de suas mãos para voltar a andar.

Entre provas e beijos (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora