Capítulo 2

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— P-por que tu tá me seguindo? – Sofia conseguiu dizer, em meio ao caos que era seu coração e sua mente naquele instante

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— P-por que tu me seguindo? – Sofia conseguiu dizer, em meio ao caos que era seu coração e sua mente naquele instante.

Não fazia ideia de onde havia saído a coragem para fazer aquela pergunta. Provavelmente fora a adrenalina do quase acidente.

O garoto a fitou com o cenho franzido, como se não conseguisse entender o que estava acontecendo. Apertava os lábios em uma linha fina que fazia as covinhas de suas bochechas ficarem mais salientes. Ele provavelmente não entendia mesmo. Se havia uma coisa que Sofia recordava bem da personalidade de Guilherme era a de não perceber tudo que acontecia a seu redor.

Quer dizer, quem passava três anos sem falar com a melhor amiga e nem ao menos se dava ao trabalho de perguntar o que havia acontecido para que ela também tivesse se afastado? Esse alguém era o garoto dos olhos de topázio a sua frente.

— Er.. er... não te seguindo – gaguejou, colocando as duas mãos dentro do enorme casaco de inverno, se curvando para dentro. – Que eu me lembre, nós somos vizinhos.

Agora tinha dado para ser engraçadinho também?

— E por que tu correndo? – Sofia quis saber, sem desviar os olhos do azul nem por um segundo, embora estes não estivessem mais em sua direção. Era difícil não olhar para aquele tom tão espetacular.

A resposta demorou algum tempo para aparecer. Ele se mantinha parado e com a boca aberta, como que pensando no que dizer.

— Er... Fome! – disse, de repente. – Tu sabe que eu sempre com fome.

Aquela era uma verdade. Guilherme parecia um saco sem fundo. O avô do rapaz costumava dizer que suas pernas eram ocas e precisava de muita comida para preenchê-las. Não era à toa ter sido uma criança acima do peso. Estava sempre com fome. Provavelmente seu vício em balinhas havia sido adquirido para mascarar o apetite insaciável.

Havia funcionado. Agora bem mais alto do que com quinze anos, parecia ter emagrecido consideravelmente. Mas Sofia nem deveria estar reparando nesse tipo de detalhe, mesmo que ele parecesse estar tão... diferente.

Incomodada com a falta de respostas coerentes do ex-melhor-amigo, finalmente virou-se e prosseguiu, dessa vez olhando para os dois lados e atravessando a rua antes que mais um carro aparecesse e a impedisse.

Logicamente que Guilherme a tinha alcançado outra vez em poucos instantes. Ele passou a andar ao seu lado, exatamente como fazia quando eram os melhores amigos, um pouco mais a frente, apenas para poder se virar e enxergá-la melhor.

— Por que tu tão irritada hoje, Sofia? – ele provocou, com aquele sorrisinho que fazia as covinhas se mexerem. Droga, Sofia não suportava as brincadeiras bobas do vizinho. – na TPM?

A garota revirou os olhos, com vontade de responder à altura daquele comentário, talvez com a sugestão de ter uma Tensão Pré Morte e que ele seria sua vítima se não saísse de sua frente. Como sabia que não teria coragem, mudou de ideia e apenas comentou:

Entre provas e beijos (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora